Alergias alimentares na infância: diagnóstico, tratamento e impacto na vida escolar
- medicinaatualrevis
- 30 de abr.
- 3 min de leitura

As alergias alimentares na infância têm se tornado cada vez mais comuns, afetando de 6% a 8% das crianças em idade pré-escolar, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).
Esses quadros alérgicos não apenas comprometem a saúde da criança, mas também exigem atenção especial no ambiente escolar, onde a exposição a alérgenos pode ocorrer de forma não intencional.
Neste artigo, você vai entender tudo sobre alergias alimentares na infância: diagnóstico, tratamento e impacto na vida escolar, além de orientações práticas para pais, educadores e profissionais de saúde.
O que são alergias alimentares?
A alergia alimentar é uma resposta exagerada do sistema imunológico a proteínas presentes em determinados alimentos, como leite, ovos, amendoim, soja, trigo, peixes e crustáceos. Ao identificar erroneamente essas proteínas como ameaças, o corpo libera substâncias inflamatórias, como a histamina, que causam os sintomas alérgicos.
É importante distinguir alergia alimentar de intolerância alimentar, que envolve dificuldade na digestão (como no caso da lactose) e não desencadeia reações imunológicas.
Principais alimentos que causam alergias em crianças
Entre os alimentos mais comumente associados às alergias na infância estão:
Alimento | Potencial alérgico |
Leite de vaca | Principal causa em crianças pequenas |
Ovos | Comum na primeira infância, tende a desaparecer com o tempo |
Amendoim e castanhas | Podem causar reações graves e persistir por toda a vida |
Soja | Frequente, mas muitas vezes transitória |
Trigo | Pode estar associada à dermatite atópica |
Peixes e frutos do mar | Frequentemente mais duradouros |
A introdução tardia de alguns desses alimentos ou histórico familiar de alergia pode aumentar o risco de desenvolvimento da condição.
Quais são os sintomas das alergias alimentares?
Os sintomas podem surgir minutos ou até horas após o consumo do alimento e variam de leves a graves. Os principais incluem:
Coceira e inchaço nos lábios, boca ou garganta;
Urticária (manchas vermelhas e coceira na pele);
Vômitos, dor abdominal e diarreia;
Tosse, chiado no peito e falta de ar;
Anafilaxia (reação grave e potencialmente fatal).
A anafilaxia é uma emergência médica que requer intervenção imediata com adrenalina injetável.
Como é feito o diagnóstico das alergias alimentares na infância?
O diagnóstico das alergias alimentares na infância deve ser feito por um médico alergista, com base em:
Histórico clínico detalhado: observação da relação entre o alimento ingerido e o aparecimento dos sintomas.
Teste cutâneo (prick test): identifica a presença de anticorpos IgE específicos para determinados alimentos.
Dosagem de IgE específica no sangue.
Teste de provocação oral: feito sob supervisão médica, é considerado o padrão-ouro para confirmar ou descartar a alergia.
Evitar o alimento suspeito sem orientação médica pode dificultar o diagnóstico correto e afetar o crescimento da criança.
Como é feito o tratamento das alergias alimentares?
O tratamento das alergias alimentares é baseado em três pilares principais:
1. Exclusão do alimento causador
A retirada completa do alérgeno da dieta é essencial. Isso envolve atenção a rótulos de produtos industrializados, refeições escolares e alimentos compartilhados.
2. Suporte nutricional
A restrição alimentar deve ser acompanhada por um nutricionista pediátrico, para garantir que a criança receba todos os nutrientes necessários ao crescimento e desenvolvimento.
3. Plano de ação para emergências
Crianças com histórico de reações graves devem ter prescrito o uso de adrenalina autoinjetável e portar um plano de ação por escrito, que deve ser compartilhado com a escola.
Em alguns casos, a dessensibilização oral (imunoterapia alimentar) pode ser considerada em ambiente especializado.
Impacto das alergias alimentares na vida escolar
As alergias alimentares impactam diretamente o cotidiano da criança na escola:
Restrição alimentar no refeitório;
Risco de exposição acidental a alérgenos;
Exclusão em atividades com alimentos (festas, lanches compartilhados);
Ansiedade e insegurança.
É fundamental que educadores, cuidadores e colegas estejam informados sobre as restrições da criança, saibam reconhecer os sintomas de uma reação alérgica e tenham um protocolo de emergência bem definido.
O papel da escola no manejo das alergias
A escola tem um papel essencial na prevenção e resposta às alergias alimentares:
Treinamento dos funcionários sobre primeiros socorros em caso de reação;
Políticas claras para alimentos permitidos em festas e eventos;
Comunicação ativa com os pais ou responsáveis;
Inclusão e empatia para evitar o isolamento da criança.
Conclusão
As alergias alimentares na infância: diagnóstico, tratamento e impacto na vida escolar exigem uma abordagem cuidadosa, multidisciplinar e empática. Com informação adequada, suporte médico e envolvimento da escola e da família, é possível garantir segurança, inclusão e qualidade de vida para a criança com alergia alimentar.
A educação é a melhor ferramenta para prevenir riscos e promover uma convivência segura no ambiente escolar.
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