Conheça as principais causas da dor no ombro
- medicinaatualrevis
- 25 de jun.
- 4 min de leitura

A dor no ombro é uma das queixas musculoesqueléticas mais frequentes em consultórios médicos e fisioterapêuticos. Isso porque o ombro é uma articulação extremamente móvel, composta por músculos, tendões, ligamentos e ossos que trabalham em conjunto para permitir movimentos amplos dos braços. Essa complexidade também o torna vulnerável a lesões, inflamações e desgaste.
Se você sente dor ao levantar o braço, carregar peso, dormir de lado ou até em repouso, é importante investigar a causa. Neste artigo, você vai conhecer as principais origens da dor no ombro, os sinais de alerta e quando procurar um especialista.
Como funciona a articulação do ombro
O ombro é formado por três ossos principais:
Úmero: osso do braço.
Escápula: também conhecida como omoplata.
Clavícula: osso que liga o ombro ao esterno.
Esses ossos se conectam em articulações como a glenoumeral (principal), acromioclavicular e esternoclavicular. Além disso, há músculos e tendões que compõem o manguito rotador, responsável por estabilizar o ombro e permitir seus movimentos.
Essa anatomia tão rica possibilita amplitude, mas também exige equilíbrio e resistência. Pequenos desequilíbrios podem gerar dor significativa.
Causas mais comuns de dor no ombro
A dor no ombro pode ter várias origens. Ela pode ser súbita (após um esforço) ou se desenvolver ao longo do tempo (por sobrecarga ou má postura).
1. Tendinite do manguito rotador
É a inflamação dos tendões que envolvem a articulação do ombro. Geralmente ocorre por esforço repetitivo ou má postura. Os sintomas incluem:
Dor ao levantar o braço acima da cabeça.
Sensação de peso ou rigidez no ombro.
Piora da dor à noite ou ao deitar sobre o lado afetado.
2. Bursite subacromial
A bursa é uma bolsa que amortece o atrito entre os ossos e os tendões. Quando inflamada, provoca dor e inchaço. Costuma vir associada à tendinite e causa dor ao mover o braço.
3. Síndrome do impacto
Acontece quando os tendões do manguito rotador ficam “pressionados” entre ossos durante o movimento. Provoca dor progressiva, especialmente ao erguer os braços ou colocar o sutiã, por exemplo.
4. Lesões do manguito rotador
Com o tempo, ou após traumas, os tendões do ombro podem se romper parcial ou totalmente. Nesse caso, além da dor, há perda de força e limitação para levantar objetos ou escovar os cabelos.
5. Capsulite adesiva (ombro congelado)
Inflamação e rigidez da cápsula articular do ombro. Afeta mais mulheres entre 40 e 60 anos, especialmente com histórico de diabetes ou problemas na tireoide.
Dor persistente e rigidez.
Dificuldade para vestir roupas ou pentear o cabelo.
Movimento limitado em todas as direções.
6. Artrose do ombro
O desgaste da cartilagem articular, comum com o envelhecimento, pode causar dor, estalos e rigidez. Embora menos frequente que em joelhos e quadris, pode ocorrer, especialmente após traumas antigos.
7. Luxações ou fraturas
Traumas, quedas ou acidentes podem causar deslocamento dos ossos (luxação) ou fraturas. A dor costuma ser intensa e acompanhada de inchaço e deformidade visível.
Causas não ortopédicas da dor no ombro
Algumas dores no ombro não têm origem no próprio ombro, mas irradiam de outras regiões ou órgãos.
Dor cervical irradiada: problemas na coluna (hérnia, artrose) podem causar dor no ombro e braço.
Dor cardíaca: em infartos, a dor pode irradiar para o ombro esquerdo.
Problemas do fígado ou vesícula: dor referida no ombro direito.
Por isso, é importante avaliar o contexto clínico de cada paciente.
Sinais de alerta: quando procurar atendimento
Nem toda dor no ombro precisa de atendimento imediato, mas alguns sinais indicam a necessidade de avaliação médica:
Dor intensa que impede o movimento do braço.
Perda de força ou formigamento no braço.
Inchaço visível ou deformidade.
Febre associada à dor.
Dor que não melhora em 7 a 10 dias com repouso e analgésico comum.
O ortopedista é o profissional mais indicado, mas em alguns casos pode ser necessário avaliar com reumatologista, fisiatra ou neurologista.
Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico começa com uma boa conversa com o paciente (anamnese) e exame físico. O médico avalia:
Padrão da dor (horários, atividades que pioram).
Alcance dos movimentos.
Presença de rigidez ou fraqueza.
Se necessário, podem ser solicitados exames como:
Raio-X: útil para avaliar ossos e articulação.
Ultrassonografia: bom para ver tendões e bursas.
Ressonância magnética: mais detalhada para músculos, tendões e estruturas moles.
Tratamento das dores no ombro
O tratamento depende da causa, mas em geral segue um protocolo que pode incluir:
1. Repouso e gelo
Descansar o ombro nas fases agudas e aplicar gelo por 20 minutos ajuda a reduzir a inflamação.
2. Fisioterapia
Fundamental para recuperar a amplitude dos movimentos e fortalecer a musculatura que estabiliza o ombro.
3. Medicamentos
Analgésicos e anti-inflamatórios.
Relaxantes musculares (em caso de contratura).
Infiltrações com corticóides em bursites ou tendinites graves.
4. Exercícios de reabilitação
Após a fase aguda, exercícios guiados por fisioterapeuta ajudam na recuperação total e prevenção de novas crises.
5. Cirurgia
Indicada em casos de ruptura total de tendões, luxações recidivantes, artroses avançadas ou fraturas com desvio.
Prevenção da dor no ombro
Algumas atitudes simples evitam lesões e mantêm o ombro saudável:
Corrigir a postura, principalmente ao usar computador e celular.
Fortalecer a musculatura com exercícios regulares.
Evitar movimentos repetitivos acima da cabeça sem orientação.
Alongar ombros, pescoço e costas com frequência.
Aquecer antes de atividades físicas.
Conclusão
A dor no ombro pode ter diversas causas, desde inflamações simples até lesões mais graves. Entender os sinais, manter hábitos saudáveis e buscar orientação médica quando necessário são passos essenciais para preservar a saúde dessa articulação tão importante para o nosso dia a dia.
Com cuidados adequados, é possível tratar a dor e recuperar a mobilidade com segurança e qualidade de vida.
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