Conheça os sintomas da deficiência de ferro
- medicinaatualrevis
- 25 de jun.
- 3 min de leitura

Entre todas as carências nutricionais, a deficiência de ferro é a mais comum no mundo, afetando crianças, adolescentes, mulheres em idade fértil e idosos. O ferro compõe a hemoglobina – proteína que transporta oxigênio no sangue – e participa de reações metabólicas cruciais, como a produção de energia nas células. Sem níveis adequados desse mineral, o corpo perde eficiência para captar oxigênio, resultando em fadiga, queda na imunidade e baixo rendimento físico e intelectual.
Reconhecer os sinais precoces evita consequências mais graves, como Anemia Ferropriva, limitações no desenvolvimento infantil e complicações gestacionais. Neste guia de 1000 palavras, você descobrirá os sintomas mais frequentes, as possíveis causas e quando procurar avaliação médica.
Como o ferro age no organismo
O ferro é essencial para:
Formar hemoglobina, mioglobina e enzimas respiratórias.
Transportar e armazenar oxigênio.
Produzir ATP, a “moeda de energia” das células.
Regular a temperatura corporal e a função imunológica.
Quando as reservas caem, o corpo prioriza funções vitais e sacrifica outras menos críticas, manifestando sinais específicos.
Sintomas iniciais da deficiência de ferro
Antes de a anemia se instalar, o corpo emite alertas sutis. Muitas vezes, eles são confundidos com estresse ou rotina agitada.
Alguns exemplos incluem:
Cansaço fora do comum. Atividades simples parecem exigir esforço extra.
Palpitações leves após pequenos esforços.
Falta de ar em degraus curtos.
Pele pálida, especialmente em mucosas (lábios, pálpebras).
Se esses sinais passam despercebidos, o quadro avança.
Sintomas moderados a avançados
Com a queda progressiva do ferro, surgem manifestações mais evidentes.
Antes de listar, vale lembrar que cada pessoa apresenta sintomas diferentes conforme idade, sexo e comorbidades.
Tontura ou sensação de desmaio ao levantar.
Dor de cabeça recorrente e dificuldade de concentração.
Queda de cabelo ou fios quebradiços.
Unhas frágeis que descamam ou ficam em formato de colher (coiloniquia).
Inflamação na língua (glossite) causando queimação e dificultando comer.
“Vontade de comer gelo ou terra” (pica), um sintoma curioso relacionado à carência mineral.
Infecções frequentes, já que o ferro está ligado à maturação das células de defesa.
Sinais específicos em grupos de risco
Crianças e adolescentes
Nos pequenos, o déficit de ferro prejudica o aprendizado e o crescimento.
Irritabilidade, sonolência.
Baixo rendimento escolar.
Atraso no ganho de peso e estatura.
Gestantes
A gravidez eleva a demanda de ferro para suprir o bebê. A carência pode levar a:
Parto prematuro.
Baixo peso ao nascer.
Maior risco de infecção pós-parto.
Idosos
Podem confundir a fadiga com envelhecimento natural. Entretanto, a deficiência agrava doenças cardíacas e limita a mobilidade.
Causas comuns de deficiência de ferro
Um corpo saudável mantém equilíbrio entre ingestão, absorção e perdas. A deficiência surge quando o consumo é insuficiente, as perdas superam a reposição ou a absorção é prejudicada.
Dieta pobre em ferro
Vegetarianos estritos ou pessoas que consomem pouca carne podem não atingir a recomendação diária (8 mg para homens, 18 mg para mulheres).
Perdas sanguíneas
Mulheres com menstruação intensa, sangramentos gastrointestinais (úlcera, pólipo, câncer) e doadores frequentes de sangue entram em déficit.
Má absorção
Doenças como Celíaca, gastrite atrófica, pós-bariátrica e uso prolongado de antiácidos reduz a absorção intestinal.
Aumento de demanda
Crescimento rápido na infância, gestação, amamentação e atletas de endurance elevam a necessidade de ferro.
Como é feito o diagnóstico
O exame mais simples é o hemograma, que revela níveis de hemoglobina e hematócrito. Outros marcadores incluem:
Ferritina (estoque de ferro).
Saturação de transferrina.
Receptor de transferrina solúvel.
Em casos de anemia refratária, investigam-se perdas ocultas (endoscopia, colonoscopia) ou doenças crônicas.
Tratamento e suplementação
O tratamento envolve corrigir a causa e repor o ferro.
Mudanças na dieta
Parágrafo introdutório: Priorizar alimentos ricos em ferro heme (origem animal) aumenta absorção. Combinar fontes vegetais com vitamina C potencializa o aproveitamento.
Carnes vermelhas magras (patinho, coxão mole).
Fígado bovino (em pequenas quantidades).
Feijão preto e lentilha.
Folhas verde-escuras (espinafre, couve).
Sementes de abóbora.
Suplementos orais
Sais ferrosos (sulfato, fumarato) são os mais prescritos. Devem ser tomados em jejum, longe de café, leite ou chás, que reduzem a absorção.
Ferro intravenoso
Indicado quando há intolerância gastrintestinal, absorção ruim ou necessidade rápida, como em gestantes com hemoglobina < 8 g/dL.
Prevenção: hábitos que mantêm o ferro em dia
Adotar medidas simples evita recaídas:
Fracionar a fonte de ferro ao longo do dia.
Associar laranja, acerola ou kiwi às refeições principais.
Evitar chá preto ou café logo após as refeições.
Controlar perdas menstruais com orientação ginecológica.
Avaliar periodicamente o hemograma em gestantes, crianças e idosos.
Quando procurar um profissional de saúde
Se você apresentar fadiga persistente, palidez ou outros sintomas citados por mais de duas semanas, marque consulta com clínico geral ou hematologista. O diagnóstico precoce evita que a deficiência de ferro evolua para anemia grave.
Conclusão
Reconhecer os sintomas da deficiência de ferro é crucial para interromper o ciclo de cansaço, queda de desempenho e baixa imunidade. Uma alimentação equilibrada, aliada a exames regulares, garante níveis adequados do mineral. Com o acompanhamento adequado, é possível recuperar a energia, proteger o coração e viver com mais disposição.
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