Doença de pé-mão-e-boca: o que é, sintomas e como prevenir
- medicinaatualrevis
- 26 de mai.
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A doença de pé-mão-e-boca é uma infecção viral comum que afeta principalmente crianças pequenas, mas que também pode ocorrer em adolescentes e adultos. Causada por diversos tipos de enterovírus — principalmente o coxsackievírus — essa condição é altamente contagiosa e se espalha com facilidade, especialmente em ambientes como creches e escolas.
Apesar de, na maioria das vezes, ser uma doença leve e autolimitada, os sintomas podem causar bastante desconforto e gerar preocupação entre os pais. Saber identificar os sinais e entender como prevenir o contágio são passos fundamentais para evitar surtos e proteger as crianças.
O que é a doença de pé-mão-e-boca?
A doença de pé-mão-e-boca é uma infecção viral caracterizada por febre, feridas dolorosas na boca e erupções na pele, especialmente nas palmas das mãos, solas dos pés e, em alguns casos, nádegas, pernas, genitais ou rosto.
Ela é causada por diferentes tipos de enterovírus, sendo os mais comuns o coxsackievírus A16 e o enterovírus 71 (EV-A71). Embora seja mais comum na primavera, verão e outono, pode ocorrer durante o ano todo, especialmente em locais com aglomeração de crianças.
Como a doença de pé-mão-e-boca é transmitida?
A infecção é altamente contagiosa e ocorre principalmente por contato com:
Gotículas de saliva ou secreções expelidas por tosse ou espirro;
Feridas abertas ou bolhas na pele;
Fezes infectadas, especialmente ao trocar fraldas e não lavar as mãos corretamente;
Objetos contaminados, como brinquedos, utensílios e maçanetas.
O período de maior contágio é durante a primeira semana da doença, mas a pessoa pode continuar transmitindo o vírus pelas fezes por várias semanas, mesmo após o fim dos sintomas.
Quais são os sintomas da doença de pé-mão-e-boca?
O principal sintoma inicial da doença é a febre, que pode durar de 1 a 2 dias. Logo após, surgem úlceras dolorosas na boca e uma erupção cutânea característica nas mãos e pés.
Outros sintomas incluem:
Dor de garganta;
Falta de apetite;
Irritabilidade e cansaço;
Lesões na parte interna das bochechas, gengivas e língua;
Erupções com bolhas nas mãos, pés e nádegas;
Em alguns casos, febre alta e vômitos.
Em crianças pequenas, a dor na boca pode ser intensa, dificultando a alimentação e o consumo de líquidos, o que aumenta o risco de desidratação.
A doença pode causar complicações?
Embora a maioria dos casos de doença de pé-mão-e-boca seja leve, algumas complicações podem ocorrer, principalmente quando a infecção é causada por cepas mais agressivas, como o enterovírus 71.
Complicações raras incluem:
Meningite asséptica (inflamação das membranas do cérebro e medula);
Encefalite (inflamação do cérebro);
Mielite flácida aguda, que pode causar fraqueza muscular temporária.
Felizmente, essas complicações são raras e, na maioria das vezes, as crianças se recuperam completamente com tratamento sintomático.
Como é feito o diagnóstico da doença de pé-mão-e-boca?
O diagnóstico geralmente é clínico, ou seja, baseado na avaliação dos sintomas e no exame físico. As lesões típicas da boca e as erupções nos pés e mãos são sinais característicos que ajudam na identificação.
Em casos mais graves ou atípicos, o médico pode solicitar:
Coleta de secreção da garganta ou das fezes para exame laboratorial;
Testes específicos para identificar o tipo de vírus envolvido, se necessário para controle de surtos.
Qual é o tratamento para a doença de pé-mão-e-boca?
Não existe um tratamento específico para eliminar o vírus causador da doença. O foco é aliviar os sintomas e garantir que a criança permaneça hidratada e confortável durante o período da infecção.
As principais medidas incluem:
Analgésicos e antitérmicos (como paracetamol ou ibuprofeno) para controlar a febre e a dor;
Alimentação leve e líquida, para reduzir a irritação das lesões bucais;
Evitar alimentos ácidos, salgados ou muito quentes, que podem agravar a dor;
Oferecer bastante líquido, mesmo que em pequenas quantidades.
Atenção: nunca ofereça aspirina a crianças, devido ao risco da síndrome de
Reye, uma condição rara e potencialmente grave.
Como prevenir a doença de pé-mão-e-boca?
A prevenção depende principalmente de boas práticas de higiene, especialmente em locais com crianças pequenas. As medidas incluem:
Lavar as mãos corretamente
Após trocar fraldas;
Após usar o banheiro;
Antes de preparar alimentos e alimentar a criança.
Desinfetar superfícies
Limpar brinquedos, móveis, trocadores e maçanetas com frequência;
Utilizar soluções desinfetantes (como água sanitária diluída) em áreas de troca de fraldas.
Evitar contato próximo
Não beijar ou abraçar pessoas infectadas;
Evitar compartilhar talheres, copos e toalhas;
Manter a criança afastada de creches ou escolas durante a fase aguda da doença.
Vacinação
Atualmente, não existe vacina aprovada no Brasil contra os enterovírus que causam a doença de pé-mão-e-boca. No entanto, três vacinas para o enterovírus EV-A71 já estão disponíveis na China, representando um avanço importante na prevenção em países com surtos recorrentes.
Quando procurar atendimento médico?
A maioria dos casos se resolve em 7 a 10 dias, mas é importante procurar o pediatra se a criança apresentar:
Febre persistente por mais de 3 dias;
Sinais de desidratação (boca seca, choro sem lágrimas, pouca urina);
Dificuldade para se alimentar ou beber líquidos;
Vômitos frequentes;
Convulsões ou sonolência excessiva.
O acompanhamento médico garante maior segurança e orientações individualizadas.
Conclusão
A doença de pé-mão-e-boca é uma infecção viral comum, principalmente entre crianças, e costuma ser leve e autolimitada. Mesmo assim, o desconforto causado pelos sintomas e o risco de transmissão exigem atenção.
Com bons hábitos de higiene, é possível reduzir significativamente o risco de contágio e proteger as crianças. Ao notar os primeiros sinais, é importante procurar orientação médica para aliviar os sintomas e evitar complicações.
Informar-se sobre a doença é o primeiro passo para prevenir e cuidar com mais tranquilidade.
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