Dor de crescimento: existe mesmo ou é mito?
- medicinaatualrevis
- 29 de mai.
- 3 min de leitura

Muitas crianças, especialmente entre 3 e 12 anos, se queixam de dores nas pernas ao final do dia ou durante a noite. Essas queixas, conhecidas popularmente como dor de crescimento, levantam dúvidas entre pais e cuidadores: será que essa dor realmente está ligada ao crescimento dos ossos? Ou seria apenas um mito?
Neste artigo, vamos esclarecer o que a ciência sabe sobre esse tipo de dor, quais são suas causas mais prováveis, como identificar e o que fazer para aliviar os sintomas.
O que é a dor de crescimento
A chamada "dor de crescimento" não está, ao contrário do que muitos pensam, diretamente relacionada ao crescimento dos ossos. Embora ocorra em fases de rápido crescimento infantil, os estudos mostram que não há evidências de que o crescimento ósseo cause dor.
O termo é utilizado para descrever dores musculoesqueléticas recorrentes e benignas em crianças saudáveis, principalmente nas pernas (coxas, panturrilhas ou atrás dos joelhos), que ocorrem geralmente à noite.
Sintomas mais comuns
As principais características da dor de crescimento incluem:
Dor nas pernas, especialmente nas panturrilhas ou atrás dos joelhos;
Dor bilateral (nas duas pernas ao mesmo tempo);
Desconforto que aparece no final do dia ou à noite;
Dores intermitentes, ou seja, que vão e voltam;
Ausência de sinais de inflamação (vermelhidão, inchaço ou calor local);
Criança acorda chorando, mas volta ao normal no dia seguinte.
Importante: essas dores não devem estar associadas a febre, perda de peso, fraqueza ou dificuldade para andar. Se algum desses sinais estiver presente, é necessário procurar um pediatra para avaliação.
Causas possíveis das dores de crescimento
Embora o nome leve a crer que o crescimento ósseo seja o responsável pelas dores, a explicação mais aceita hoje é multifatorial:
Atividade física intensa durante o dia, especialmente em crianças muito ativas;
Desenvolvimento muscular em fases de crescimento acelerado;
Sensibilidade à dor aumentada, comum em algumas crianças;
Possível ligação com fatores emocionais, como ansiedade ou estresse.
Ainda não se sabe ao certo o motivo dessas dores, mas elas parecem ser uma condição benigna que melhora espontaneamente com o tempo.
Como aliviar as dores de crescimento
Não existe um tratamento específico, mas algumas medidas simples podem ajudar bastante a aliviar o desconforto:
Massagem suave na região dolorida;
Compressas mornas nas pernas;
Estiramentos suaves (alongamentos);
Analgésicos simples, como paracetamol ou ibuprofeno, em caso de dor intensa (sempre com orientação médica);
Estímulo ao descanso e boa hidratação.
Evitar atividades muito extenuantes nos dias de maior dor também pode ajudar.
Quando procurar o pediatra
É importante observar os sinais que diferenciam a dor de crescimento de outras condições mais sérias. Leve a criança ao médico se houver:
Dor localizada sempre no mesmo lugar;
Inchaço, vermelhidão ou calor na área dolorida;
Dificuldade para andar ou mancar persistente;
Febre associada à dor;
Perda de peso ou apatia.
O médico poderá avaliar com mais precisão e, se necessário, solicitar exames complementares para afastar outras causas.
Dor de crescimento é um mito?
Não. Apesar do nome ser impreciso, a dor de crescimento é um fenômeno real, reconhecido pela comunidade médica. No entanto, ela não é causada diretamente pelo crescimento dos ossos e, sim, por uma série de fatores musculoesqueléticos e comportamentais que ocorrem nessa fase do desenvolvimento infantil.
Ou seja, o nome "dor de crescimento" se mantém por tradição, mas a causa está mais relacionada à adaptação do corpo ao crescimento e à rotina da criança.
Convivendo com a dor de crescimento
A boa notícia é que essas dores geralmente desaparecem com o tempo e não deixam sequelas. Enquanto isso, os pais devem:
Manter uma rotina tranquila na hora de dormir;
Oferecer acolhimento e conforto durante os episódios de dor;
Estimular a prática de atividades físicas leves e regulares;
Evitar dramatizações excessivas, mas validar a dor da criança.
Conclusão
A dor de crescimento é uma condição benigna e comum, que afeta muitas crianças entre os 3 e os 12 anos. Apesar do nome, não está diretamente ligada ao crescimento dos ossos, mas sim a fatores musculares e comportamentais.
Com medidas simples de alívio e acolhimento, é possível atravessar essa fase com tranquilidade. Em caso de dúvidas ou sinais de alerta, a avaliação médica é fundamental.
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