Falta de libido: fatores físicos e emocionais
- medicinaatualrevis
- 23 de jun.
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A falta de libido, também chamada de desejo sexual hipoativo, é uma queixa comum entre homens e mulheres em diferentes fases da vida. Apesar de ser um assunto muitas vezes tratado como tabu, a diminuição do desejo sexual pode ter um impacto profundo na autoestima, nos relacionamentos afetivos e na qualidade de vida.
A libido é regulada por uma interação complexa entre fatores físicos, hormonais, psicológicos e sociais. Por isso, entender suas causas e saber quando buscar ajuda é essencial para restaurar o bem-estar sexual e emocional.
Neste artigo, vamos explorar as principais causas da falta de libido, diferenças entre os sexos, quando o quadro pode ser preocupante e quais caminhos estão disponíveis para tratar o problema.
Como o desejo sexual funciona: aspectos biológicos e emocionais
Antes de falarmos sobre a falta de libido, é importante compreender como o desejo sexual se manifesta. Ele é influenciado por:
Hormônios: testosterona, estrogênio e progesterona desempenham papéis centrais.
Sistema nervoso central: neurotransmissores como dopamina, serotonina e oxitocina estão ligados ao prazer e à motivação sexual.
Aspectos emocionais: histórico de trauma, autoestima e qualidade do relacionamento influenciam muito.
Estímulos externos: ambiente, novidades e contexto também são importantes.
Por isso, a falta de desejo sexual não é, em geral, resultado de uma causa isolada.
Principais causas físicas da falta de libido
Fatores orgânicos podem comprometer a resposta sexual em diferentes níveis. Entre as causas físicas mais comuns estão:
1. Desequilíbrio hormonal
Problemas na produção de testosterona (em homens e mulheres), estrogênio ou progesterona podem prejudicar o desejo sexual. Situações frequentes incluem:
Menopausa e perimenopausa.
Andropausa (redução da testosterona com o envelhecimento).
Hipotireoidismo.
Distúrbios da glândula adrenal.
2. Doenças crônicas
Condições médicas que afetam a energia e o funcionamento do corpo interferem na libido, como:
Diabetes mellitus.
Hipertensão arterial.
Doenças cardiovasculares.
Doenças autoimunes.
Insuficiência renal crônica
3. Uso de medicamentos
Certos fármacos, mesmo quando essenciais, têm como efeito colateral a redução do desejo sexual. Exemplos:
Antidepressivos (especialmente os ISRS).
Ansiolíticos e benzodiazepínicos.
Anticoncepcionais hormonais.
Antipsicóticos.
Antihipertensivos (como betabloqueadores).
4. Estilo de vida inadequado
Aspectos cotidianos também podem interferir no desejo sexual:
Estresse crônico e sobrecarga de trabalho.
Sono irregular e privacão de descanso.
Consumo excessivo de álcool.
Sedentarismo e alimentação pobre em nutrientes.
Fatores emocionais e relacionais na queda do desejo sexual
A mente desempenha um papel central na forma como o desejo é percebido e vivido. Problemas emocionais ou de relacionamento podem bloquear o desejo sexual mesmo quando o organismo está funcional.
Entre os fatores mais comuns estão:
Depressão e transtornos de ansiedade.
Conflitos conjugais ou baixa qualidade da relação.
Falta de comunicação sobre preferências e fantasias.
Histórico de trauma ou abuso sexual.
Autoestima rebaixada e imagem corporal negativa.
A forma como a pessoa se sente em relação a si mesma e ao(a) parceiro(a) impacta diretamente o interesse pelo sexo.
Diferenças entre homens e mulheres na libido
Embora a libido seja importante para todos os gêneros, há diferenças na forma como homens e mulheres experimentam a queda do desejo:
Homens costumam sentir impacto maior com alterações hormonais ou estresse profissional.
Mulheres são mais sensíveis ao ambiente, à qualidade da relação e ao ciclo hormonal.
A pressão social, os papéis de gênero e as expectativas também influenciam o modo como cada um lida com a falta de libido.
Quando procurar ajuda profissional
Não há um padrão único para a sexualidade. No entanto, a ajuda profissional é indicada quando:
O desejo sexual diminui por mais de 6 meses.
A situação causa sofrimento pessoal ou afeta o relacionamento.
Há suspeita de desequilíbrio hormonal ou doença associada.
Sintomas aparecem após introdução de medicamentos.
Ginecologistas, urologistas, endocrinologistas e psicólogos sexuais estão preparados para investigar e orientar o tratamento.
Caminhos para tratar e recuperar a libido
Não existe um tratamento único para falta de libido. O plano é individualizado, conforme as causas e preferências da pessoa.
As abordagens mais comuns incluem:
Ajustes hormonais (terapia de reposição hormonal, se indicada).
Mudanças no estilo de vida (sono, dieta, atividade física).
Terapia sexual individual ou de casal.
Psicoterapia para depressão, ansiedade ou traumas.
Substituição ou ajuste de medicamentos.
Uso de fitoterápicos ou suplementos sob orientação.
A comunicação aberta com o(a) parceiro(a) é um fator essencial para o sucesso do tratamento.
Dicas práticas para melhorar o desejo sexual no dia a dia
O autocuidado e pequenas mudanças de hábito já produzem bons resultados:
Durma pelo menos 7-8 horas por noite.
Pratique exercícios físicos regularmente.
Reduza o consumo de álcool e evite tabaco.
Separe momentos para lazer, relaxamento e romance.
Cuide da autoestima e da imagem corporal.
Busque autoconhecimento sobre preferências sexuais.
Conclusão
A falta de libido é um sintoma multifatorial, que pode refletir questões orgânicas, emocionais ou relacionais. Felizmente, há caminhos seguros, eficazes e acessíveis para tratar o problema. Quanto mais cedo o cuidado começa, maiores as chances de recuperar o desejo sexual e a vitalidade emocional.
Não ignore os sinais. Falar sobre isso é um passo fundamental para se reconectar com o prazer, o corpo e os vínculos afetivos.
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