Febre baixa persistente: o que pode ser?
- medicinaatualrevis
- 11 de jun.
- 3 min de leitura

A febre baixa persistente é aquela que se mantém entre 37,3 °C e 38,0 °C por vários dias ou até semanas. Embora muitas pessoas não considerem essa elevação preocupante, ela pode ser sinal de que algo está errado no organismo. Quando a febre baixa se torna contínua e vem acompanhada de outros sintomas — como cansaço, perda de peso, dores ou alterações no apetite — é importante investigar.
Neste artigo, você vai entender o que pode causar esse tipo de febre, quando ela exige avaliação médica e quais exames ajudam a chegar ao diagnóstico.
Como funciona a regulação da temperatura corporal
O corpo humano mantém a temperatura em equilíbrio por meio do hipotálamo, uma estrutura cerebral que age como “termostato”. Quando o organismo detecta invasores (como vírus ou bactérias), ou processos inflamatórios, o hipotálamo aumenta a temperatura como mecanismo de defesa — originando a febre.
A febre baixa pode ser:
Aguda: dura poucos dias, geralmente causada por infecções leves.
Persistente: mantém-se por dias ou semanas, exigindo investigação.
Intermitente: aparece e desaparece ao longo do dia.
Causas mais comuns de febre baixa persistente
Muitas condições podem provocar febre leve e prolongada. O contexto clínico e os sintomas associados são fundamentais para definir o que está por trás do quadro.
Infecções crônicas
Algumas infecções não provocam febre alta, mas mantêm uma elevação discreta e constante da temperatura:
Tuberculose pulmonar ou extrapulmonar.
Infecções urinárias recorrentes ou subclínicas.
Infecções dentárias ou sinusites não tratadas.
Doença de Lyme e outras doenças transmitidas por carrapato.
Inflamações autoimunes
Doenças autoimunes causam inflamação contínua no organismo, o que pode levar a febre baixa crônica:
Lúpus eritematoso sistêmico.
Artrite reumatoide.
Doença de Crohn e retocolite ulcerativa.
Neoplasias (cânceres).
Certos tipos de câncer, principalmente os hematológicos (como linfomas e leucemias), podem provocar:
Febre baixa prolongada.
Suor noturno.
Perda de peso involuntária.
Aumento de gânglios (ínguas).
Distúrbios da tireoide
O hipertireoidismo, por acelerar o metabolismo, pode provocar uma sensação de calor corporal e leve aumento de temperatura.
Perda de peso.
Agitação, tremores.
Suor excessivo.
Outras causas
Uso de alguns medicamentos, como antibióticos ou antidepressivos.
Vacinação recente.
Estados ansiosos e estresse crônico.
Fadiga crônica ou síndrome pós-viral (como COVID longa).
Quando a febre baixa é preocupante
Nem toda febre baixa é sinal de doença grave. No entanto, alguns sinais devem ser valorizados e motivam uma consulta médica:
Febre persistente por mais de 7 dias sem causa aparente.
Acompanhada de perda de peso, cansaço extremo ou suor noturno.
Presença de dores musculares, articulares ou de cabeça constantes.
Tosse prolongada, falta de ar ou alterações urinárias.
Histórico de doenças crônicas ou autoimunes.
Quais exames podem ser solicitados
Para entender a origem da febre persistente, o médico solicitará exames laboratoriais e de imagem, com base na suspeita clínica.
Exame | Finalidade |
Hemograma completo | Avalia sinais de infecção, anemia ou leucemia |
PCR e VHS | Detectam inflamação ou infecções crônicas |
Sorologias (HIV, hepatites, toxoplasmose) | Investigam infecções silenciosas |
Teste tuberculínico (PPD) | Avalia exposição à tuberculose |
TSH e T4 livre | Avaliam a função da tireoide |
Ultrassonografia ou tomografia | Identificam inflamações ou tumores ocultos |
O que fazer em caso de febre baixa persistente
O primeiro passo é observar padrões e sintomas associados:
Anote os horários e variações da febre.
Observe sintomas como fadiga, dor, tosse, alterações intestinais.
Evite automedicação com antitérmicos (isso pode mascarar o diagnóstico).
Cuidados gerais
Enquanto aguarda avaliação médica:
Mantenha-se bem hidratado.
Faça refeições leves e nutritivas.
Repouse e evite esforço físico excessivo.
Evite ambientes abafados e quentes.
Tratamento: depende da causa
O tratamento da febre baixa persistente depende diretamente do diagnóstico. Algumas possibilidades incluem:
Antibióticos: em caso de infecção confirmada.
Corticosteroides ou imunossupressores: em doenças autoimunes.
Reposição hormonal: se houver disfunções da tireoide.
Tratamento oncológico específico: quando for o caso de neoplasia.
Acompanhamento psicológico: se o quadro estiver relacionado a estresse ou ansiedade.
Conclusão: febre baixa pode ser um sinal precoce importante
A febre baixa persistente é um sintoma que não deve ser ignorado. Embora muitas vezes seja benigna ou passageira, em outros casos pode representar o primeiro sinal de doenças infecciosas, inflamatórias ou até autoimunes. Observar o corpo com atenção e buscar orientação médica precoce é fundamental para garantir diagnóstico e tratamento adequados.
Se você ou alguém próximo apresenta esse quadro, não hesite em procurar ajuda. Cuidar da saúde é um investimento em qualidade de vida.
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