Garganta inflamada? Pode ser amigdalite
- medicinaatualrevis
- 26 de jun.
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A amigdalite é uma inflamação das amígdalas, estruturas localizadas na parte de trás da garganta que fazem parte do sistema imunológico. Elas atuam como uma barreira contra vírus e bactérias, mas também podem ser afetadas por esses micro-organismos, resultando em dor, febre e dificuldade para engolir.
A condição é extremamente comum, especialmente entre crianças e adolescentes, mas também pode atingir adultos. Ela pode ser causada por vírus — como o da gripe ou o Epstein-Barr (mononucleose) — ou por bactérias, como o estreptococo do grupo A, que pode provocar a amigdalite estreptocócica.
Neste artigo, você entenderá os principais sintomas, causas, formas de tratamento e prevenção da amigdalite, além de saber quando procurar um médico.
Quais são os sintomas da amigdalite?
Os sintomas podem variar conforme a causa — viral ou bacteriana — e a gravidade do quadro. Em geral, os sinais incluem:
Antes da lista, vale lembrar que nem todo caso de dor de garganta é amigdalite. Um exame físico feito por um profissional ajuda a diferenciar.
Dor intensa ao engolir.
Garganta avermelhada.
Febre (acima de 38 °C, principalmente nas bacterianas).
Presença de placas brancas ou amareladas nas amígdalas.
Inchaço dos gânglios linfáticos no pescoço.
Mau hálito.
Voz anasalada ou “presa”.
Mal-estar geral, cansaço e dores no corpo.
Em crianças, a recusa para comer ou engolir líquidos pode ser um dos primeiros sinais de alerta.
Diferença entre amigdalite viral e bacteriana
Identificar a causa da amigdalite é fundamental para definir o tratamento correto. As infecções virais são mais leves, enquanto as bacterianas exigem antibióticos.
Amigdalite viral
Geralmente vem acompanhada de sintomas gripais (coriza, tosse, espirros).
Dor de garganta moderada.
Febre baixa ou ausente.
Melhora em até 5 dias com repouso e hidratação.
Amigdalite bacteriana
Início súbito da dor.
Febre alta (> 38,5 °C).
Placas purulentas nas amígdalas.
Inchaço acentuado dos linfonodos do pescoço.
Pode causar complicações se não for tratada.
Um teste rápido de antígeno ou cultura de garganta pode ser solicitado pelo médico para confirmar a infecção estreptocócica.
Quais são as causas da amigdalite?
A amigdalite é causada por agentes infecciosos que penetram pelas vias respiratórias. As causas mais comuns incluem:
Vírus: adenovírus, rinovírus, influenza, vírus Epstein-Barr.
Bactérias: principalmente o estreptococo beta-hemolítico do grupo A.
Outros fatores que favorecem a inflamação:
Contato próximo com pessoas infectadas.
Climas secos ou poluídos.
Baixa umidade do ar.
Imunidade enfraquecida.
A transmissão ocorre por gotículas de saliva, espirros, tosse ou contato com superfícies contaminadas.
Complicações possíveis da amigdalite
Se não for tratada corretamente, especialmente nos casos bacterianos, a amigdalite pode causar complicações sérias:
Abscesso peritonsilar: acúmulo de pus ao redor da amígdala.
Otite média: infecção no ouvido.
Sinusite.
Febre reumática: pode afetar coração e articulações.
Glomerulonefrite: inflamação nos rins.
Por isso, sintomas persistentes ou muito intensos não devem ser ignorados.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da amigdalite é clínico, feito por exame físico e, quando necessário, por exames laboratoriais. O médico observa:
Aparência das amígdalas.
Presença de placas purulentas.
Estado geral do paciente.
Inchaço dos gânglios.
Exames complementares:
Swab de garganta (teste rápido de estreptococo).
Hemograma.
Sorologias, se houver suspeita de mononucleose.
Qual é o tratamento para amigdalite?
O tratamento depende da causa (viral ou bacteriana) e da intensidade dos sintomas. Nos quadros virais, o foco é aliviar os sintomas; já nas bacterianas, é necessário uso de antibióticos.
Tratamento da amigdalite viral
Repouso e hidratação.
Analgésicos e antitérmicos (paracetamol, dipirona).
Gargarejos com água morna e sal.
Evitar alimentos muito quentes ou duros.
Tratamento da amigdalite bacteriana
Antibióticos: penicilina, amoxicilina ou azitromicina, por prescrição médica.
Continuidade do antibiótico pelo período indicado, mesmo com melhora dos sintomas.
Mesmos cuidados sintomáticos da forma viral.
Quando a cirurgia (amigdalectomia) é indicada?
A retirada das amígdalas pode ser indicada em casos específicos, como:
5 a 7 episódios de amigdalite por ano, por mais de 2 anos consecutivos.
Presença de abscessos recorrentes.
Obstrução das vias respiratórias (ronco severo ou apneia).
Dificuldade de alimentação crônica em crianças.
A amigdalectomia é realizada sob anestesia geral e, embora seja segura, requer avaliação criteriosa.
Como prevenir a amigdalite?
Alguns cuidados simples ajudam a evitar episódios de amigdalite:
Lavar bem as mãos com frequência.
Evitar compartilhar copos, talheres ou escovas de dente.
Manter ambientes ventilados e com boa umidade.
Evitar contato com pessoas gripadas.
Fortalecer a imunidade com alimentação equilibrada e hidratação.
Vacinas atualizadas, como a da gripe, também ajudam a reduzir infecções respiratórias virais.
Conclusão
A amigdalite é uma inflamação frequente, mas que pode ser tratada de forma eficaz com repouso, medicamentos e — nos casos necessários — antibióticos. O diagnóstico médico é essencial para diferenciar entre uma infecção viral e bacteriana, e iniciar o tratamento correto.
Ficar atento aos sintomas e não se automedicar são atitudes fundamentais para evitar complicações e garantir uma recuperação mais rápida e segura. Se a dor de garganta persistir por mais de três dias, ou vier acompanhada de febre alta e placas, procure orientação médica.
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