Jejum intermitente: o que a ciência diz e para quem é indicado
- medicinaatualrevis
- 3 de jun.
- 3 min de leitura

Você provavelmente já ouviu falar sobre o jejum intermitente — um padrão alimentar que intercala períodos de jejum com janelas de alimentação. Muita gente o associa à perda de peso, controle do açúcar no sangue e até longevidade. Mas será que esses benefícios são comprovados? E será que ele serve para qualquer pessoa?
Neste artigo, explicamos o que é o jejum intermitente, o que a ciência diz sobre seus efeitos no corpo e quais os cuidados essenciais antes de adotá-lo.
O que é jejum intermitente?
O jejum intermitente é uma estratégia alimentar que alterna períodos em que você fica sem comer (jejum) com períodos em que se alimenta normalmente (janela alimentar). Ele não determina o que você come, mas sim quando você come.
As modalidades mais comuns incluem:
Método 16:8: jejum de 16 horas e alimentação em uma janela de 8 horas por dia (ex: comer das 12h às 20h).
Método 5:2: alimentação normal por 5 dias e restrição calórica significativa em 2 dias da semana.
Jejum de 24 horas: feito uma ou duas vezes por semana.
Como o jejum intermitente afeta o corpo?
Durante o jejum, o corpo passa por mudanças fisiológicas importantes:
Queda nos níveis de insulina: facilita a queima de gordura armazenada.
Aumento do hormônio do crescimento (GH): favorece a preservação da massa muscular.
Ativação da autofagia: processo celular que elimina componentes danificados, associado à proteção contra envelhecimento precoce.
Essas alterações explicam por que o jejum tem sido estudado como estratégia para controle de peso, prevenção de doenças metabólicas e até melhoria da saúde celular.
Principais benefícios observados em estudos
Embora muitos estudos ainda estejam em andamento, os benefícios mais relatados do jejum intermitente incluem:
1. Perda de peso e gordura corporal
Redução da ingestão calórica total;
Maior queima de gordura durante o jejum prolongado.
2. Melhora da sensibilidade à insulina
Pode ajudar no controle da glicemia, especialmente em pessoas com resistência à insulina.
3. Redução de marcadores inflamatórios
Estudos iniciais indicam efeitos anti-inflamatórios leves.
4. Melhoria de parâmetros metabólicos
Redução de triglicérides, colesterol LDL e pressão arterial em alguns casos.
5. Potencial efeito neuroprotetor
Pesquisas preliminares sugerem melhora na cognição e proteção contra doenças neurodegenerativas (como Alzheimer) — mas ainda sem evidência conclusiva.
Importante: os efeitos variam muito de pessoa para pessoa, e os estudos ainda são limitados a curto e médio prazo.
Quem pode se beneficiar do jejum intermitente?
O jejum pode ser uma ferramenta válida para pessoas que:
Têm excesso de peso ou síndrome metabólica;
Desejam simplificar a alimentação com menos refeições;
Estão sob acompanhamento médico e nutricional;
Não apresentam problemas de saúde que contraindiquem o jejum.
Quem não deve fazer jejum intermitente?
O jejum não é indicado para todos. Ele deve ser evitado, principalmente, por:
Pessoas com histórico de distúrbios alimentares (anorexia, bulimia);
Gestantes ou mulheres amamentando;
Diabéticos que usam insulina ou hipoglicemiantes — risco de hipoglicemia;
Crianças, adolescentes e idosos frágeis;
Indivíduos com doenças crônicas sem acompanhamento médico.
Antes de começar qualquer plano de jejum, é fundamental consultar um nutricionista ou médico.
Jejum intermitente x dietas tradicionais
Diferente das dietas tradicionais, o jejum:
Aspecto | Jejum Intermitente | Dieta Tradicional |
Foco principal | Horário de alimentação | Composição dos alimentos |
Refeições diárias | 1 a 2 (em geral) | 3 a 6 refeições |
Contagem de calorias | Nem sempre obrigatória | Frequentemente exigida |
Facilidade de adesão | Varia conforme o perfil | Pode gerar cansaço a longo prazo |
Dicas práticas para quem quer começar com segurança
Comece devagar: experimente jejuar 12 horas (incluindo o sono) e aumente progressivamente.
Escolha uma janela alimentar equilibrada: não exagere nas calorias quando for comer.
Evite alimentos ultraprocessados: o foco deve ser qualidade, não apenas quantidade.
Beba bastante água durante o jejum: hidratação é essencial.
Se sentir mal, pare e reavalie: tontura, fraqueza e irritabilidade persistente são sinais de alerta.
O que pode consumir durante o jejum?
Permitido:
Água;
Café sem açúcar;
Chá sem açúcar;
Bebidas sem calorias.
Evitar:
Qualquer alimento ou bebida com calorias;
Chás com adoçantes, caldos ou suplementos calóricos.
Conclusão
O jejum intermitente pode ser uma alternativa interessante para promover saúde e bem-estar, desde que feito com responsabilidade. Não é uma solução mágica, mas pode ajudar no controle de peso e na melhora de parâmetros metabólicos. Consultar um profissional de saúde é essencial antes de adotar a prática, principalmente se houver condições médicas envolvidas.
Cada corpo reage de forma diferente — o mais importante é encontrar o que funciona para você.
Comentários