Labirintite: o que está por trás das tonturas e vertigens?
- medicinaatualrevis
- 17 de jun.
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A labirintite é um termo popular usado para descrever quadros de tontura, vertigem e desequilíbrio. Na verdade, o nome correto para a maioria desses casos é labirintopatia, já que a inflamação do labirinto (estrutura do ouvido responsável pelo equilíbrio) não é a única causa dos sintomas.
Esse labirinto fica localizado dentro do ouvido interno e atua junto ao sistema nervoso para manter o equilíbrio corporal. Quando algo interfere nesse sistema, o cérebro recebe sinais confusos sobre a posição do corpo, o que gera a sensação de que tudo está girando ou se movendo.
Sintomas mais comuns da labirintite
A labirintite pode se manifestar de formas diferentes em cada pessoa, mas alguns sintomas são muito característicos. Em muitos casos, eles aparecem de forma súbita e intensa, causando grande desconforto.
1. Vertigem (sensação de rotação)
É o sintoma mais clássico da labirintite. A pessoa sente que o ambiente está girando ou que ela mesma está se movendo. Pode durar segundos ou horas, e se agravar com movimentos bruscos da cabeça.
2. Tontura e desequilíbrio
Sensação de instabilidade ao caminhar, como se o chão estivesse “bamboleando”. É comum nas mudanças de posição, como ao levantar da cama ou se agachar. A pessoa pode esbarrar em objetos, ter medo de cair ou evitar sair de casa.
3. Náuseas e vômitos
A vertigem intensa pode afetar o sistema digestivo. É comum que a labirintite cause enjoo, mal-estar e vômitos durante as crises. Esses sintomas pioram quando há movimentação do corpo ou da cabeça.
4. Zumbido e sensação de ouvido tampado
O ouvido pode parecer "cheio", com zumbido ou estalidos. Algumas pessoas relatam perda auditiva temporária. Esses sinais indicam que o problema envolve estruturas do ouvido interno.
O que causa a labirintite
Muitas pessoas acreditam que labirintite está sempre relacionada ao ouvido, mas suas causas podem envolver desde infecções virais até desequilíbrios no organismo. Identificar o motivo é essencial para o tratamento.
Infecções virais ou bacterianas: gripes, otites ou infecções do trato respiratório podem desencadear inflamações no labirinto.
Alterações hormonais ou metabólicas: diabetes, disfunções da tireoide, colesterol alto e hipoglicemia.
Distúrbios emocionais: ansiedade, estresse e crises de pânico afetam o equilíbrio.
Uso de certos medicamentos: antibióticos, diuréticos ou anti-inflamatórios podem afetar o ouvido interno.
Problemas de circulação sanguínea no ouvido: reduz o fluxo de sangue para o labirinto.
Vertigem posicional paroxística benigna (VPPB): causa vertigem ao mudar a posição da cabeça, sem inflamação.
Quando procurar um médico
A labirintite não deve ser ignorada, especialmente quando as crises são frequentes ou intensas. Buscar ajuda médica é essencial para identificar a causa, controlar os sintomas e evitar complicações, como quedas ou isolamento social.
Procure atendimento se:
A vertigem surgir de forma súbita e intensa.
Houver náusea persistente ou vômito prolongado.
Sentir perda auditiva ou zumbido constante.
As tonturas interferirem nas atividades diárias.
Estiver em uso de medicamentos que possam afetar o ouvido.
Houver histórico de diabetes, hipertensão ou alterações hormonais.
Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico da labirintite é clínico e depende de uma avaliação detalhada dos sintomas. Em alguns casos, exames complementares são necessários para afastar outras causas, como alterações neurológicas.
Exame clínico e neurológico.
Teste do ouvido e do equilíbrio (como o Teste de Dix-Hallpike, para VPPB).
Audiometria: avalia a função auditiva.
Exames de sangue: para verificar colesterol, glicemia, função tireoidiana.
Ressonância magnética ou tomografia, se houver suspeita de problemas neurológicos.
Tratamento da labirintite
O tratamento depende da causa identificada e da intensidade dos sintomas. Em geral, combina medidas de alívio imediato com mudanças de hábito e, quando necessário, medicação específica.
Medicamentos para vertigem.
Antieméticos: para aliviar náuseas e vômitos.
Reabilitação vestibular: exercícios específicos para restaurar o equilíbrio.
Tratamento das causas de base: como diabetes, ansiedade ou infecção.
Evitar mudanças bruscas de posição durante a crise.
Dicas para lidar com as crises no dia a dia
Conviver com a labirintite exige cuidados práticos que ajudam a reduzir os sintomas e prevenir novas crises. Com atenção e hábitos saudáveis, é possível manter uma boa qualidade de vida.
Evitar movimentos rápidos com a cabeça.
Reduzir o consumo de sal, cafeína, álcool e alimentos gordurosos.
Manter uma rotina de sono adequada.
Praticar atividade física leve e constante.
Beber bastante água e manter a hidratação.
Gerenciar o estresse com técnicas de relaxamento ou apoio psicológico.
Conclusão
A labirintite vai muito além de uma simples tontura. Ela pode comprometer a qualidade de vida, limitar atividades cotidianas e afetar a saúde emocional. Identificar as causas, seguir o tratamento adequado e adotar cuidados preventivos são atitudes fundamentais para controlar as crises e viver com mais equilíbrio. Ao menor sinal, procure um médico: tontura não é normal.
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