Manchas na pele: como diferenciar sinais benignos de câncer de pele?
- medicinaatualrevis
- 30 de mai.
- 3 min de leitura

A presença de manchas na pele é uma queixa comum nos consultórios dermatológicos. Elas podem ter origens variadas: desde alterações benignas como sardas e sinais de nascença até doenças mais graves como o câncer de pele. Por isso, saber diferenciar os sinais benignos daqueles que podem indicar câncer de pele é essencial para a detecção precoce e o tratamento adequado.
Neste artigo, explicamos como observar as alterações cutâneas, quando se preocupar e como a medicina orienta a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de pele.
O que são manchas na pele?
Manchas na pele são alterações na coloração da pele que podem ser mais claras, mais escuras, vermelhas ou apresentar outros tons. Elas podem surgir por diversos motivos:
Exposição solar;
Envelhecimento;
Processos inflamatórios;
Infecções;
Doenças autoimunes;
Alterações hormonais;
Crescimentos benignos ou malignos.
Tipos comuns de manchas benignas
Algumas manchas são frequentes e normalmente não indicam risco. Veja alguns exemplos:
Sardas (efélides)
Pequenas manchas acastanhadas, comuns em pessoas de pele clara e que surgem com a exposição ao sol.
Melasma
Manchas escuras, geralmente no rosto, associadas a alterações hormonais e exposição solar.
Manchas senis (lentigos solares)
Aparecem com o envelhecimento e exposição solar crônica, especialmente em dorso das mãos e rosto.
Nevos (pintas ou sinais)
São acúmulos de melanócitos. A maioria é benigna, mas alguns podem se transformar em câncer, como o melanoma.
Quando se preocupar com uma mancha na pele?
O principal ponto de atenção é a mudança. Se uma mancha começa a crescer, mudar de cor, sangrar, coçar ou apresentar formato irregular, deve ser avaliada por um dermatologista.
Regra do ABCDE
Essa regra ajuda a identificar sinais suspeitos de melanoma:
A – Assimetria: metade da mancha não é igual à outra;
B – Borda: contornos irregulares, recortados ou mal definidos;
C – Cor: várias tonalidades na mesma lesão (marrom, preto, vermelho);
D – Diâmetro: maior que 6 mm (tamanho de uma borracha de lápis);
E – Evolução: mudanças recentes na mancha (forma, cor, tamanho ou sintomas).
Qualquer uma dessas características é motivo para avaliação médica.
Principais tipos de câncer de pele
Existem três tipos principais de câncer de pele:
Carcinoma basocelular (CBC)
É o mais comum e o menos agressivo. Surge como um nódulo perolado ou ferida que não cicatriza.
Carcinoma espinocelular (CEC)
Mais agressivo que o CBC. Pode aparecer como uma lesão verrucosa ou ferida persistente com crosta e sangramento.
Melanoma
Tipo mais grave e letal. Pode surgir em uma pinta preexistente ou nova. Evolui rapidamente e pode se espalhar (metástase).
Fatores de risco para câncer de pele
Exposição solar excessiva e sem proteção;
Histórico de queimaduras solares na infância;
Pele clara, olhos claros e cabelos loiros ou ruivos;
Histórico familiar de câncer de pele;
Presença de muitos nevos ou sinais atípicos;
Uso de câmaras de bronzeamento artificial;
Imunossupressão (como em pacientes transplantados).
Como é feito o diagnóstico
O dermatologista realiza o exame clínico da pele com o auxílio de um dermatoscópio. Quando necessário, pode solicitar:
Biópsia da lesão, para exame histopatológico;
Mapeamento corporal digital, em pacientes com muitos nevos;
Dermatoscopia digital seriada, para acompanhamento de lesões suspeitas ao longo do tempo.
Tratamento do câncer de pele
O tratamento depende do tipo e da extensão do tumor:
Cirurgia excisional: retirada completa da lesão com margem de segurança;
Crioterapia: congelamento com nitrogênio líquido (lesões superficiais);
Curetagem e eletrocoagulação;
Terapia fotodinâmica;
Imunoterapia ou quimioterapia (em casos avançados).
O diagnóstico precoce aumenta significativamente as chances de cura.
Como prevenir manchas e câncer de pele
A prevenção é baseada principalmente na proteção contra a radiação ultravioleta (UV):
Usar filtro solar com FPS ≥ 30 diariamente;
Reaplicar o protetor a cada 2 horas quando exposto ao sol;
Usar chapéus, óculos escuros e roupas com proteção UV;
Evitar exposição solar entre 10h e 16h;
Não utilizar câmaras de bronzeamento;
Realizar autoexame da pele periodicamente;
Fazer avaliação anual com dermatologista.
Conclusão
Embora a maioria das manchas na pele seja inofensiva, algumas podem representar um risco à saúde, especialmente quando associadas ao câncer de pele. Conhecer os sinais de alerta, como mudanças na cor, formato, tamanho ou sintomas, é fundamental para o diagnóstico precoce.
Se você notar qualquer alteração suspeita, não hesite em procurar um dermatologista. A detecção precoce salva vidas — e, na dúvida, é melhor investigar.
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