1-QUAL É A DEFINIÇÃO DE DERMATOFITOSE?
São micoses superficiais cutâneas, determinadas pela colonização de te- cidos queratinizados: pele, pelos e unhas; por fungos que são ávidos por queratina, denominados DERMATÓFITOS.
2- CITE OS 3 GÊNEROS QUE ENGLOBAM TODOS OS TIPOS DE DERMATÓFITOS.
Microsporum, Trichophyton e Epidermophyton.
3- OS GÊNEROS DE DERMATÓFITOS ACOMETEM PREFERENCIALMENTE QUAIS LOCAIS DA PELE?
Microsporum: pele e pelo com mais frequência e raramente a unha; Trichophyton: pele, pelo e unha; Epidermophyton: pele e unha.
4- SOB O PONTO DE VISTA DA ECOLOGIA, COMO OS DERMATÓTIFOS SÃO CLASSIFICADOS?
Geofílicos, zoofílicos e antropofílicos.
5- SOBRE A TINHA DO COURO CABELUDO, DESCREVA SUAS CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS.
Afeta principalmente crianças, podendo curar-se espontaneamente na pu- berdade (exceto a tinha favosa). Adquirida por contato com indivíduos ou animais infectados, ou com a terra, areia e mato. Divide-se em: tinha ton- surante e tinha favosa.
6- DESCREVA AS CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DAS TINHAS TONSURANTES.
Forma crônica: placas de tonsura com cotos pilosos e descamação, quan- do houver lesão única (microspórica) ou lesões múltiplas (tricofítica). Forma aguda: placa única elevada, geralmente com intensa reação inflamatória, bem delimitada, dolorosa, com pústulas e microabscessos quérion (kerion Celsi).
7- SOBRE A TINHA FAVOSA, DESCREVA SUA ETIOLOGIA E CLÍNICA.
Causada pelo Trichophyton schönleinii, é a mais grave das tinhas do couro cabeludo, podendo levar à alopécia cicatricial. Lesões crateriformes ao redor do óstio folicular / “godet* ou escútula fávica”. Não melhora espontaneamente na puberdade.
8- NOS PELOS A INFECÇÃO PODE SE SITUAR EM QUAIS LOCAIS DO MESMO?
Capa córnea do pelo (ectotrix); capa interna do pelo (endotrix); e em ambas (endoectotrix).
9-QUAIS SÃO OS TRÊS TIPOS CLÍNICOS DE TINHA DA BARBA?
Tipo inflamatório: lesões inflamatórias, exsudativas e supurativas, geral- mente circunscritas, lembrando o quérion; tipo herpes circinado: lesões anulares, eritêmato-pápulo-vésico-escamosas nas bordas. À medida que a lesão cresce pela borda há tendência à cura da parte central; tipo sico- siforme: clinicamente idêntico à foliculite bacteriana, pústulas foliculares, crostas.
10- SOBRE A TINHA DO CORPO OU DA PELE GLABRA, DESCREVA SUA CLÍNICA E AGENTES ETIOLÓGICOS ENVOLVIDOS.
Lesões eritêmato-descamativas circinadas, isoladas ou confluentes, po- dendo ser uma ou várias. Possui crescimento centrífugo, prurido bastante significativo. Agentes mais frequentes: Trichophyton rubrum, Trichophyton mentagrophytes, Microsporum canis.
11- CITE AS FORMAS CLÍNICAS DA TINHA PEDIS E DA MANUS.
Forma intertriginosa: apresenta descamação e maceração da pele dos espaços interdigitais, podendo ocorrer fissuração e prurido. Causas: dermatófitos, Candida e Corynebacterium minutissimum.
Tipo vésico-bolhoso: tipo agudo constituído por lesões vésico-bolho- sas. Agente mais frequente: T. mentagrophytes.
Tipo escamoso: evolução crônica; lesões escamosas, pruriginosas; reação inflamatória discreta e frequentemente há onicomicose asso- ciada.
12- O QUE VEM A SER DERMATOFITIDE OU IDE?
Também chamada de mícide ou “ide”, é uma forma de doença alérgica. Constitui reação de hipersensibilidade à distância de um foco de dermatofitose. Ocorre como lesões vesiculosas na lateral dos dedos da mão, consequentes à tinha do pé, ou como pápulas foliculares no dorso, consequentes à tinha do couro cabeludo. O local afetado é desabitado de fungos, somente processo alérgico. Portanto, o exame micológico será sempre negativo.
13- SOBRE A TINHA INGUINAL OU CRURAL, FALE SOBRE SUA CLÍNICA E ETIOLOGIA.
Comum no homem, relativamente rara na mulher, bilateral. Formas exten- sas períneo, regiões glúteas e parede abdominal; agentes mais frequentes: T.rubrum, E.flocosum e T.mentagrophytes. Lesões eritemato-escamosas, com bordas nítidas. Lesões antigas tornam-se escuras ou mesmo liquenificadas, em virtude do prurido.
14- O QUE VEM A SER TINHA IMBRICATA?
Também chamada de “tokelau ou chimberê”, tem como agente o Tricho- phyton concentricum. As lesões escamosas em círculos concêntricos pos- suem crescimento centrífugo, podendo atingir grandes áreas do corpo. São pruriginosas. Típica da Polinésia (“tokelau”) e no Brasil é mais comum nas regiões de Mato Grosso e Amazônia (“chimberê”).
15- AS TINHA DA UNHA OU ONICOMICOSE POR DERMATÓFITOS POSSUEM UMA CLASSIFICAÇÃO QUE ADOTAMOS, FEITA PELO INVESTIGADOR ROBERT BARAN. CITE-A.
Onicomicose subungueal distal e lateral; endonyx; onicomicose branca superficial; onicomicose subungueal proximal e distrofia ungueal total.
16. PARA O TRATAMENTO TÓPICO DAS TINHAS UNGUIS, CITE OS PRECEITOS BÁSICOS QUE DEVEM SER ADOTADOS.
Não usar loções, pomadas, cremes (não funcionam). Esmaltes
– são mais eficazes – amolrofina e ciclopiroxolamina. Vick Vaporub ® (unguento mentolado com cânfora).
17. PARA O TRATAMENTO SISTÊMICO DA TINHAS UNGUIS, DESCREVA AS OPÇÕES MAIS RELEVANTES.
Itraconazol – esquema de pulsoterapia (mínimo de 3 pulsos) *;
Terbinafina – 250 mg por dia – durante 3 meses;
Fluconazol – 150 mg por semana (15 semanas para as mãos e 30 se- manas para os pés).
18. O QUE VEM A SER UMA TINHA INCÓGNITA?
Quadro clínico de dermatofitose que fica mascarado pelo uso de produtos sintomáticos (principalmente corticoides) na tentativa de eliminar o prurido.
19. AS CHAMADAS CANDIDOSES POSSUEM OUTRAS DENOMINAÇÕES NA ESCRITA LEIGA E CIENTÍFICA. CITE OUTROS NOMES TAMBÉM REFERIDOS A ESSA ENTIDADE NOSOLÓGICA.
Candidíase, monilíase, muguet, algodonadas
20. Sabemos que o gênero Candida possui cerca de 200 espécies, sendo a Candida albicans a mais importante. Cite outras espécies prevalentes no nosso meio.
RESPOSTA: C. tropicalis, C. glabrata, C. krusei, C. parapsilo- sis, C. kefyr, C. guilliermondii, C. dubliniensis, C. famata, C. lypolitica, C. norvegensis, C. lusitaniae.
21. DESCREVA AS CARACTERÍSTICAS CLÍNICA E EPIDEMIOLÓGICAS DA CÂNDIDA.
A C. albicans é uma levedura de ocorrência universal, saprófita, eventual- mente patogênica, que habita a superfície da pele, mucosa oral, intestino e mucosa vaginal. Pode estar presente em solo e água contaminados por objetos humanos.
22. QUAIS SÃO OS FATORES DE RISCO PARA O DESENVOLVIMENTO DA CANDIDOSE?
Doença de base, cateteres, antimicrobianos, corticosteroides, hemodiá- lise (diálise peritoneal). Nutrição parenteral, ventilação mecânica, etc.
23. QUAIS SÃO OS FATORES DE DESENCADEAMENTO DA CANDIDOSE?
RESPOSTA: Habitat, oportunistas, da resposta imune celular (SHE- PHERD, 1990), infecções associadas a fatores extrínsecos e intrínsecos.
24. CITE AS FORMAS CLÍNICAS DE CANDIDOSES QUE FORAM APRESENTADAS.
Candidose oral ou sapinho, das unhas, intertriginosa, mucocutânea, in- terdigital, folicular, vaginal, balanoprepucial, paranoniquial e queilite ou pèrleche.
25. DESCREVA AS CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DA CANDIDOSE ORAL OU SAPINHO.
Também denominada estomatite cremosa ou sapinho, caracteriza-se por apresentar placas esbranquiçadas, cremosas, circulares ou orais, isoladas ou confluentes, facilmente destacáveis, que podem comprometer toda a cavidade oral. A infecção oral pode propagar-se à faringe, à laringe, ao esôfago e disseminar-se por via hematogênica.
26. DESCREVA AS CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DA CANDIDOSE VAGINAL.
Manifestação clínica comum, principalmente em mulheres grávidas e dia- béticas, ou naquelas que se submeteram a terapêutica por antibióticos. O quadro caracteriza-se por leucorreia e placas esbranquiçadas cremosas na vulva e mucosa vaginal, com odor característico.
27. DESCREVA AS CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DA CANDIDOSE BALANOPREPUCIAL.
Caracteriza-se por lesões eritematosas ou eritematoerosivas na glande, recobertas ou não por induto esbranquiçado. No prepúcio ocorre eritema e edema. Ardor e prurido são frequentes. Pode ocorrer por transmissão sexual, de parceiros com candidose vulvovaginal e/ou retal e oral.
28- DESCREVA AS CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DA CANDIDOSE “PÈRLECHE”.
A queilite angular (“perlèche”), representada por fissuras na angulação dos lábios, ocorre particularmente em idosos e adultos em uso de próteses dentárias.
29. DESCREVA AS CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DA CANDIDOSE INTERTRIGO LEVEDURÓTICO.
Ocorre nas dobras axilares, inguinais, submamárias, etc. Caracterizando-
-se por lesões eritematosas, úmidas, secretantes, formando erosões ou fissuras, envoltas por um colarete córneo.
30. DESCREVA AS CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DA CANDIDOSE PARONIQUIAL.
Na paroníquia ou perioníquia (unheiro) há eritema e edema nas dobras em torno das matrizes ungueais. A pressão é dolorosa e pode eliminar gotículas de líquido sero purulento. O processo inflamatório, por atingir a matriz, provoca distrofia ungueal. Relacionada ao contato continuado com água, sabão e detergentes.
31. DESCREVA AS CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DA CANDIDOSE MUCOCUTÂNEA CRÔNICA.
Quadro clínico raro e grave, inicia-se com estomatite ou paroníquia, sur- gindo posteriormente lesões papulosas e/ou nodulosas disseminadas, que se tornam corneificadas, formando cornos cutâneos. Pode haver queilite angular hipertrófica, intertrigo, paroníquia, onicodistrofia, conjuntivite e blefarite. Eventualmente, ocorrem enterite, uretrite, cistite e endocardite.
32. DESCREVA AS CARACTERÍSTICAS CLÍNICAS DA CANDIDOSE FOLICULAR.
Em diabéticos e imunodeprimidos pode surgir uma foliculite da barba causada por C. albicans. Caracteriza-se por pústulas foliculares ou erosões crostosas.
33. CITE ALGUMAS OPÇÕES TERAPÊUTICAS SISTÊMICAS PARA AS CANDIDOSES.
Nistatina: 1.000 unidades, 3 a 4 vezes por dia (tem ação somente tópica nos lúmens gastrointestinais, não acontece absorção sistêmica); itraco- nazol: 200 mg/dia, por 05 dias; fluconazol: 150 mg/semana, no mínimo 4 semanas (candidose oral e balanoprepucial). Tratamento minuto: 150 mg dose única (vulvovaginal); flucitosina: 150 a 200 mg/kg/dia doses de 6/6 hs utilizada em candidose resistente a outros medicamentos; anfotericina B: formas sistêmicas ou resistentes, 25 a 50 mg diluído em 250 mL de 5gr 5%. IV, gota a gota em 6 horas, em dias alternados, dose total 1,5 a 3,0 g.