O que é o AVC e por que ele é uma emergência médica?
- medicinaatualrevis
- 26 de jun.
- 3 min de leitura

O AVC (Acidente Vascular Cerebral), também conhecido como derrame, é uma das principais causas de morte e incapacidade no Brasil e no mundo. Ele ocorre quando o fluxo de sangue para uma parte do cérebro é interrompido (AVC isquêmico) ou quando há sangramento no tecido cerebral (AVC hemorrágico).
Em ambos os casos, as células cerebrais sofrem danos por falta de oxigênio e nutrientes — e quanto mais tempo passa, maior o risco de sequelas.
O AVC é uma emergência médica e exige atendimento imediato. Saber identificar os sinais precoces pode salvar vidas e evitar complicações graves como paralisias, dificuldade de fala, perda de memória e até a morte.
Tipos de AVC e como eles acontecem
Conheça os principais tipos de AVC.
AVC isquêmico
É o tipo mais comum, responsável por cerca de 85% dos casos. Ocorre quando um coágulo bloqueia uma artéria cerebral. As principais causas incluem:
Aterosclerose (acúmulo de placas de gordura nas artérias).
Fibrilação atrial (arritmia que favorece a formação de coágulos).
Pressão alta não controlada.
AVC hemorrágico
Acontece quando há ruptura de um vaso sanguíneo no cérebro, causando sangramento. Embora menos frequente, costuma ser mais grave.
Causas principais:
Hipertensão grave.
Aneurisma cerebral.
Traumatismos cranianos.
Quais são os sinais de alerta do AVC
O reconhecimento rápido dos sintomas é fundamental. Existe uma sigla usada em todo o mundo para facilitar a identificação: SAMU (Sorriso, Abraço, Música).
Antes da lista, lembre-se: qualquer um desses sinais exige ajuda médica urgente. Ligue para o 192.
Sorriso: ao pedir um sorriso, um lado do rosto pode ficar torto ou caído.
Abraço (ou levantar os braços): um braço pode não se mover ou cair.
Música (ou fala): a fala pode estar enrolada, lenta ou incompreensível.
Outros sintomas importantes:
Perda súbita da visão (um ou ambos os olhos).
Tontura ou perda de equilíbrio.
Dor de cabeça súbita e intensa sem causa aparente.
Confusão mental ou dificuldade de compreensão.
Como agir diante de um possível AVC
Diante de qualquer um dos sinais descritos, a orientação é clara: ligue imediatamente para o SAMU (192). Não espere os sintomas passarem, não ofereça comida ou bebida, e evite transportar a pessoa por conta própria, a não ser em extrema urgência.
A agilidade no atendimento aumenta muito as chances de recuperação. Nos casos de AVC isquêmico, há uma “janela terapêutica” de até 4h30 para o uso de medicamentos que dissolvem coágulos (trombólise). Quanto antes for iniciado o tratamento, melhores os resultados.
Fatores de risco para o AVC
O AVC pode acontecer em qualquer idade, mas é mais frequente em pessoas acima dos 50 anos. No entanto, os fatores de risco são muitas vezes evitáveis ou controláveis.
Fatores modificáveis:
Hipertensão arterial (principal fator de risco).
Diabetes mellitus.
Colesterol alto.
Tabagismo.
Sedentarismo.
Obesidade.
Uso excessivo de álcool.
Arritmias cardíacas.
Fatores não modificáveis:
Idade avançada.
Histórico familiar de AVC.
Doenças genéticas ou vasculares congênitas.
A prevenção é possível e começa com o controle rigoroso da pressão arterial e o acompanhamento médico regular.
Diagnóstico e exames utilizados
O diagnóstico do AVC é feito com base nos sintomas e confirmado por exames de imagem. Os principais são:
Tomografia computadorizada de crânio: distingue AVC isquêmico do hemorrágico.
Ressonância magnética: mais sensível para lesões pequenas ou em áreas profundas do cérebro.
Exames de sangue: glicemia, eletrólitos, função renal e coagulação.
Eletrocardiograma e ecocardiograma: avaliam a função cardíaca, especialmente se há suspeita de origem cardíaca do AVC.
Tratamento e reabilitação após o AVC
O tratamento varia conforme o tipo de AVC. Nos casos isquêmicos, o foco é restaurar o fluxo sanguíneo. Nos hemorrágicos, controlar o sangramento e reduzir a pressão intracraniana.
Tratamentos iniciais:
Trombólise venosa com alteplase (nos casos indicados).
Controle da pressão arterial.
Monitoramento neurológico.
Cirurgia, se houver sangramento significativo.
Reabilitação:
Após a fase aguda, o paciente pode precisar de:
Fisioterapia para recuperar movimentos
Fonoaudiologia para fala e deglutição
Terapia ocupacional para atividades do dia a dia
Apoio psicológico e acompanhamento com neurologista
A recuperação depende da extensão da lesão e da rapidez no atendimento.
Como prevenir o AVC no dia a dia
A boa notícia é que cerca de 80% dos casos de AVC podem ser evitados com mudanças simples nos hábitos de vida:
Meça sua pressão com frequência e trate se estiver alta.
Controle os níveis de glicose e colesterol.
Pratique atividade física regular (30 minutos por dia).
Mantenha alimentação rica em vegetais, fibras e com pouco sal.
Evite fumar e consumir álcool em excesso.
Consulte o médico regularmente, principalmente se tiver histórico familiar.
Conclusão
O AVC é uma emergência que pode deixar sequelas permanentes — mas também pode ser prevenido. Identificar os sinais precoces e buscar ajuda médica imediatamente são atitudes que salvam vidas.
Adotar um estilo de vida saudável, controlar doenças crônicas e fazer exames periódicos são medidas eficazes para manter a saúde do cérebro e do coração em dia.
Lembre-se: o cérebro não espera. Percebeu algum sinal? Aja rápido e ligue para o 192.
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