Olho vermelho que não passa: pode ser conjuntivite ou outra infecção?
- medicinaatualrevis
- 28 de mai.
- 3 min de leitura

O olho vermelho, com sensação de areia ou ardência, é uma queixa comum em consultórios médicos e oftalmológicos. Muitas vezes, é rapidamente associado à conjuntivite, mas nem sempre o diagnóstico é tão simples. Um "pingo no olho" que não melhora pode, na verdade, ser o sinal de outros tipos de infecções ou até mesmo de condições mais graves.
Neste artigo, vamos explicar o que pode estar por trás de um olho irritado que persiste, como diferenciar a conjuntivite de outras doenças e quando é necessário buscar atendimento médico.
O que é conjuntivite?
A conjuntivite é a inflamação da conjuntiva, uma fina membrana que reveste a parte branca dos olhos e o interior das pálpebras. Essa inflamação pode ter diferentes causas:
Viral: geralmente causada por adenovírus, altamente contagiosa e autolimitada;
Bacteriana: provocada por bactérias como Staphylococcus ou Streptococcus, requer tratamento com colírios antibióticos;
Alérgica: ocorre por reação a alérgenos como poeira, ácaros, pólen ou cosméticos;
Tóxica ou irritativa: causada por produtos químicos, fumaça ou cloro de piscinas.
Os principais sintomas incluem:
Vermelhidão ocular;
Sensação de areia ou corpo estranho;
Secreção ocular (mais espessa na bacteriana);
Coceira (mais comum na alérgica);
Lacrimejamento e fotofobia.
Geralmente, a conjuntivite viral e a bacteriana se resolvem em até 7 a 10 dias com o tratamento adequado.
Quando o sintoma persiste: outras causas possíveis
Se o "pingo no olho" persiste por mais de uma semana, é importante considerar outras hipóteses além da conjuntivite. Veja algumas das causas mais comuns:
1. Blefarite
Inflamação das pálpebras, geralmente associada ao excesso de oleosidade ou à presença de bactérias. Pode causar olhos vermelhos, secreção, crostas nos cílios e sensação de ardência.
2. Ceratite
É a inflamação da córnea, frequentemente causada por infecções virais (como herpes simples), bacterianas ou fúngicas. Causa dor, vermelhidão intensa e pode comprometer a visão. Exige tratamento urgente.
3. Uveíte
Inflamação da úvea (camada média do olho), associada a doenças autoimunes. Causa dor, fotofobia intensa, visão embaçada e vermelhidão. É grave e necessita avaliação oftalmológica imediata.
4. Síndrome do olho seco
A produção insuficiente de lágrimas ou a má qualidade do filme lacrimal provoca irritação crônica, ardência, vermelhidão e sensação de areia nos olhos.
5. Corpo estranho ocular
Cílios, poeira ou partículas podem ficar presos no olho, causando irritação contínua, lacrimejamento e vermelhidão.
Quando procurar atendimento médico
Um quadro de olho vermelho que dura mais de alguns dias deve ser avaliado por um médico, especialmente se estiver associado a:
Dor intensa;
Sensibilidade à luz (fotofobia);
Diminuição da visão;
Secreção purulenta persistente;
História de trauma ocular;
Uso de lentes de contato.
Esses sinais indicam que a condição pode ir além de uma conjuntivite simples.
O que fazer em casa e o que evitar
Algumas medidas podem ajudar a aliviar os sintomas leves e prevenir complicações:
Lave os olhos com soro fisiológico gelado várias vezes ao dia;
Mantenha boa higiene das mãos e evite coçar os olhos;
Não compartilhe toalhas, maquiagem ou colírios;
Evite usar lentes de contato enquanto o sintoma persistir;
Nunca use colírios com corticoides sem prescrição médica, pois podem mascarar infecções graves.
Conclusão
Nem todo olho vermelho é conjuntivite. Um sintoma persistente pode indicar infecções mais profundas, inflamações internas ou até doenças sistêmicas. Se o sintoma não melhorar ou piorar, o ideal é buscar avaliação com um oftalmologista para um diagnóstico correto e seguro.
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