Um estudo recente, divulgado na revista New England Journal of Medicine, revela que a presença da bactéria Helicobacter pylori (H. pylori) pode alterar o risco elevado de desenvolver câncer de estômago que está associado a variações genéticas patogênicas em genes predisponentes ao câncer.
A pesquisa, conduzida por Dra. Yoshiaki Usui, Ph.D., do Centro de Ciências Médicas Integrativas do Instituto RIKEN, em Yokohama, Japão, juntamente com sua equipe, investigou a relação entre variações patogênicas em 27 genes predisponentes ao câncer e o risco de câncer gástrico.
O estudo envolveu 10.426 pacientes diagnosticados com câncer de estômago e 38.153 indivíduos sem a doença como grupo de controle. Adicionalmente, foi analisado o impacto combinado das variações patogênicas e da infecção por H. pylori no desenvolvimento do câncer gástrico, utilizando dados de 1.433 pacientes com câncer gástrico e 5.997 controles provenientes do Programa de Pesquisa Epidemiológica Hospitalar do Centro de Câncer de Aichi (HERPACC).
A análise indicou que variações patogênicas em nove dos genes estudados contribuem para o aumento do risco de câncer de estômago. Especificamente no contexto do HERPACC, identificou-se uma interação significativa entre a infecção por H. pylori e variações patogênicas em genes responsáveis pela recombinação homóloga, resultando em um risco excessivo relativo devido à interação de 16,01.
Comparando indivíduos infectados por H. pylori sem variações patogênicas aos que possuem tanto a infecção quanto uma variação patogênica, estes últimos têm um risco cumulativo significativamente mais alto de desenvolver câncer de estômago até os 85 anos de idade (45,5% contra 14,4%).
Os autores do estudo enfatizaram a importância da detecção e erradicação da H. pylori em indivíduos identificados com variações patogênicas em genes de recombinação homóloga, visando a prevenção do câncer gástrico.