Transtorno do Espectro Autista (TEA): diagnóstico precoce e abordagens atuais

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição do desenvolvimento neurológico que afeta a maneira como a pessoa se comunica, interage e se comporta.

O diagnóstico precoce é essencial para que a criança com TEA receba apoio adequado desde os primeiros anos de vida, momento crucial para o desenvolvimento cognitivo, emocional e social.

O que é o transtorno do espectro autista?

O transtorno do espectro autista é um distúrbio cerebral que interfere nas habilidades sociais e na comunicação, além de estar associado a padrões de comportamento restritivos e repetitivos. Os sintomas geralmente surgem nos primeiros anos de vida, muitas vezes antes dos 2 anos de idade.

Ainda que os sinais possam ser identificados precocemente, casos mais leves só são diagnosticados durante a idade escolar. É importante destacar que o autismo não está relacionado à deficiência intelectual nem é causado por vacinas ou pela forma como a criança é criada.

Principais sintomas do TEA

Os sintomas do autismo variam bastante entre os indivíduos e podem se manifestar de maneira mais leve ou intensa. No entanto, todos os casos envolvem dificuldades na comunicação e comportamentos repetitivos ou incomuns.

Dificuldades de comunicação podem incluir:

• Evitar contato visual;

• Atraso ou ausência no desenvolvimento da fala;

• Fala repetitiva ou uso incomum de ritmo e tom;

• Falta de compreensão da linguagem corporal ou expressão facial alheia;

• Pouco interesse por interações sociais e amizades;

• Preferência por brincar sozinho.
  

Comportamentos e interesses incomuns:

• Irritação com mudanças mínimas, como novos alimentos ou roupas;

• Sensibilidade exagerada a sabores, cheiros e texturas;

• Movimentos repetitivos, como balançar-se ou bater a cabeça;

• Repetição de ações específicas (assistir sempre ao mesmo filme, por exemplo);

• Interesses fora do comum, como fascínio por ventiladores ou aspiradores.
  

Além desses sintomas, muitas pessoas com TEA também apresentam dificuldades de aprendizagem e, em alguns casos, deficiência intelectual. As habilidades verbais geralmente são mais afetadas.

Como é feito o diagnóstico?

O diagnóstico do transtorno do espectro autista é clínico e envolve a observação do comportamento da criança por médicos e psicólogos. Durante a avaliação, os profissionais conversam com os pais e professores e observam a criança em ambientes como salas de jogos.

Além disso, exames genéticos ou de sangue podem ser solicitados para descartar outras condições com sintomas semelhantes.

Tratamento e acompanhamento

O TEA não tem cura, e os sintomas geralmente acompanham a pessoa ao longo da vida. No entanto, diversas abordagens terapêuticas podem contribuir significativamente para o desenvolvimento e bem-estar.

As principais estratégias incluem:

• Terapia comportamental: ajuda a desenvolver habilidades sociais e adaptar comportamentos.

• Educação especial: programas escolares adaptados podem melhorar a aprendizagem e a convivência.

• Medicamentos: em alguns casos, remédios como ISRS (inibidores seletivos de recaptação da serotonina) ajudam a controlar comportamentos autoagressivos ou sintomas associados.
  

Algumas famílias recorrem a dietas específicas ou terapias alternativas. Contudo, até o momento, não há comprovação científica de que essas abordagens tragam benefícios significativos. Por isso, é fundamental conversar com o médico antes de iniciar qualquer tipo de tratamento alternativo.

Considerações finais

O Transtorno do Espectro Autista é uma condição complexa, com sintomas diversos e impacto significativo na vida das pessoas afetadas e suas famílias. Identificar os sinais precocemente e buscar ajuda especializada são passos essenciais para garantir melhores oportunidades de desenvolvimento.

O diagnóstico precoce, somado a uma rede de apoio e a intervenções adequadas, faz toda a diferença na qualidade de vida e na autonomia da pessoa com TEA.

Fonte: Manual MSD