Uso indevido de medicamentos para emagrecer: casos de comércio ilegal e riscos à saúde
- medicinaatualrevis
- 27 de mar.
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Nos últimos anos, o interesse por medicamentos para emagrecer aumentou de forma significativa, impulsionado pelo desejo de perda de peso rápida e pelas promessas divulgadas, muitas vezes, nas redes sociais.
No entanto, o uso indiscriminado e sem acompanhamento médico desses medicamentos pode causar sérios danos à saúde, além de fomentar um mercado paralelo de produtos ilegais e sem regulamentação.
Neste artigo, você vai entender os riscos envolvidos no uso de medicamentos para emagrecer, as consequências do comércio ilegal e a importância da orientação médica para tratamentos seguros e eficazes.
O que são medicamentos para emagrecer?
Os medicamentos para emagrecer, também chamados de anorexígenos ou fármacos antiobesidade, são substâncias que atuam no controle do apetite, na redução da absorção de gordura ou no aumento do gasto calórico.
Eles são indicados para pessoas com obesidade ou sobrepeso que apresentem riscos à saúde, e devem ser prescritos por um profissional de saúde com acompanhamento contínuo.
Entre os tipos mais conhecidos estão:
Inibidores de apetite (como a sibutramina);
Bloqueadores de gordura (como o orlistate);
Agonistas do GLP-1 (como o liraglutida e semaglutida — este último conhecido pelo nome comercial Ozempic).
Esses medicamentos podem ser eficazes quando usados com segurança e em conjunto com mudanças no estilo de vida, como alimentação equilibrada e prática regular de exercícios físicos.
Os riscos do uso indiscriminado
O uso de medicamentos para emagrecer sem prescrição e sem avaliação médica é extremamente perigoso. Muitos desses produtos são comprados de forma ilegal pela internet ou em farmácias que burlam as regras da Anvisa.
Os riscos do uso inadequado incluem:
Aumento da pressão arterial e risco cardiovascular;
Alterações no humor, como ansiedade, irritabilidade e insônia;
Taquicardia e arritmias;
Náuseas, vômitos e problemas gastrointestinais;
Dependência química e abstinência;
Complicações endócrinas e metabólicas.
Além disso, o emagrecimento pode ocorrer de forma insustentável, com reganho de peso após a suspensão do medicamento.
Comércio ilegal e redes sociais
Com a popularização de certos medicamentos nas redes sociais, como o Ozempic®, surgiram diversos perfis que vendem esses produtos sem prescrição e sem procedência.
Esse comércio ilegal é preocupante, pois envolve medicamentos de uso controlado, com indicação específica e risco elevado de efeitos colaterais.
Além da ilegalidade, há ainda o risco de falsificação dos produtos, o que pode levar o consumidor a ingerir substâncias desconhecidas e perigosas.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) reforça a importância de comprar medicamentos apenas com receita médica e em estabelecimentos regulamentados.
A importância da avaliação médica
O emagrecimento seguro deve sempre começar com uma avaliação médica completa, que leve em consideração o histórico de saúde, exames laboratoriais e hábitos de vida do paciente. O uso de medicamentos pode ser uma ferramenta, mas nunca deve ser a única solução.
A orientação de um endocrinologista ou nutrólogo é essencial para definir a melhor abordagem, que pode incluir:
Reeducação alimentar com nutricionista;
Apoio psicológico ou psiquiátrico para compulsões alimentares;
Atividade física supervisionada;
Monitoramento contínuo dos efeitos do medicamento.
Alternativas saudáveis ao uso indiscriminado
Buscar alternativas naturais e sustentáveis para o controle de peso é sempre o caminho mais seguro. Algumas estratégias incluem:
Estabelecer metas realistas e individualizadas;
Priorizar alimentos in natura e reduzir o consumo de ultraprocessados;
Dormir bem e reduzir o estresse;
Ter acompanhamento profissional multidisciplinar.
Conclusão
O uso de medicamentos para emagrecer só deve ocorrer com indicação médica em um plano terapêutico seguro.
O consumo indiscriminado e o comércio ilegal desses fármacos representam uma grave ameaça à saúde pública e devem ser combatidos com informação, fiscalização e orientação adequada. Emagrecer com saúde é possível — e começa com responsabilidade.