Aftas recorrentes: quando são sinal de alerta
- medicinaatualrevis
- 10 de jun.
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As aftas recorrentes são pequenas lesões dolorosas que surgem na mucosa da boca, como na língua, gengivas, interior das bochechas ou lábios. Embora sejam comuns e geralmente inofensivas, quando aparecem com frequência ou de forma muito intensa, podem indicar problemas que vão além de uma simples irritação local.
Neste artigo, você vai entender as causas mais frequentes de aftas, porque algumas pessoas sofrem com episódios repetidos e em que situações é importante buscar avaliação médica para investigar doenças subjacentes.
O que são as aftas e por que elas doem tanto
As aftas, também chamadas de úlceras aftosas, são pequenas erosões na mucosa oral. Elas geralmente aparecem com um centro esbranquiçado ou amarelado e bordas avermelhadas, provocando dor, ardência e desconforto ao falar ou comer.
Essas lesões não são contagiosas, mas é resultado de uma inflamação local que pode estar associada a traumas, alergias, deficiências nutricionais ou desequilíbrios no sistema imunológico.
Causas mais comuns de aftas na boca
A maioria das aftas surge sem uma causa aparente, mas diversos fatores podem contribuir para o seu aparecimento.
Traumas locais
Pequenos machucados na boca favorecem a formação de aftas. Isso pode acontecer por:
Mordidas acidentais.
Uso de aparelho ortodôntico.
Próteses mal ajustadas.
Escovação agressiva.
Estresse e fadiga
O sistema imunológico responde diretamente ao nosso estado emocional. Altos níveis de estresse e noites mal dormidas aumentam a liberação de substâncias inflamatórias que favorecem a formação das lesões.
Deficiências nutricionais
A falta de algumas vitaminas e minerais pode provocar ou agravar as aftas recorrentes. Os principais são:
Vitamina B12.
Ferro.
Ácido fólico.
Zinco.
Alergias alimentares ou intolerâncias
Alguns alimentos podem desencadear aftas em pessoas mais sensíveis, especialmente:
Frutas cítricas (limão, abacaxi, laranja).
Chocolate.
Nozes e castanhas.
Molhos industrializados com corantes.
Quando as aftas são sinais de alerta
A maioria das aftas desaparece em até 10 dias sem deixar cicatriz. No entanto, quando se tornam frequentes, muito dolorosas ou persistem por longos períodos, podem estar associadas a doenças sistêmicas.
Situações em que é necessário investigar
A presença de aftas frequentes pode ser sinal de que o organismo está sofrendo com alguma disfunção. Fique atento a:
Aftas maiores que 1 cm ou que não cicatrizam após 2 semanas.
Lesões associadas a febre, cansaço ou perda de peso.
Aparecimento simultâneo de aftas e úlceras genitais.
Lesões em locais incomuns, como garganta ou palato.
Histórico familiar de doenças autoimunes.
Doenças relacionadas às aftas recorrentes
Algumas doenças crônicas podem se manifestar inicialmente por meio de aftas repetidas. Entre elas, destacam-se:
Doença celíaca
Trata-se de uma reação imunológica ao glúten. A inflamação causada pela doença pode prejudicar a absorção de nutrientes e gerar sintomas bucais, como:
Aftas frequentes.
Língua lisa e sensível.
Halitose.
Doença de Behçet
É uma doença autoimune rara que causa inflamação nos vasos sanguíneos. Os principais sintomas incluem:
Aftas recorrentes e profundas.
Lesões genitais.
Inflamações nos olhos (uveíte).
Lúpus eritematoso sistêmico
Doença inflamatória autoimune que pode comprometer diversos órgãos. As aftas são comuns durante as crises, principalmente:
Em palato e mucosa nasal.
Associadas a dor nas articulações e fadiga.
HIV/Aids
Indivíduos com baixa imunidade têm mais chances de desenvolver aftas crônicas ou graves. Nesse contexto, outras infecções orais, como candidíase, também podem estar presentes.
Exames e diagnóstico das aftas frequentes
Em casos de repetição ou suspeita de doenças sistêmicas, o médico poderá solicitar exames complementares.
Exame | Finalidade |
Hemograma completo | Avalia anemia ou infecções |
Dosagem de vitamina B12, ferro e ácido fólico | Investiga deficiências nutricionais |
Sorologias (HIV, hepatites) | Avaliação de imunidade |
Endoscopia digestiva | Indicada em suspeita de doença celíaca |
Biópsia da lesão oral | Rara, mas útil em aftas muito persistentes |
Como tratar e prevenir as aftas recorrentes
O tratamento vai depender da causa e da intensidade dos episódios. Em muitos casos, algumas mudanças no dia a dia podem reduzir significativamente a frequência das lesões.
Cuidados básicos
Antes de mais nada, é importante evitar os gatilhos mais comuns:
Reduzir o consumo de alimentos ácidos e condimentados.
Evitar pastas de dente com lauril sulfato de sódio.
Manter boa higiene bucal sem agredir a mucosa.
Identificar alimentos que possam causar irritação ou alergia.
Tratamentos tópicos e orais
Em casos moderados a graves, o médico ou dentista pode indicar:
Pomadas com corticosteroides.
Antissépticos bucais com clorexidina.
Enxaguantes com ácido hialurônico ou lidocaína.
Suplementação vitamínica, se houver deficiência.
Medicações imunomoduladoras (casos graves).
Conclusão: atenção à frequência e intensidade é fundamental
Ter uma ou outra afta ao longo da vida é normal. No entanto, quando as aftas recorrentes passam a interferir na alimentação, fala ou qualidade de vida, é hora de investigar. Esses pequenos sinais podem ser o alerta inicial de que algo maior está acontecendo no organismo — e identificar precocemente faz toda a diferença no tratamento.
Com acompanhamento adequado, é possível aliviar os sintomas, prevenir novos episódios e garantir a saúde bucal e sistêmica a longo prazo.
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