Alergia a mofo e ácaros: sintomas que imitam resfriado
- medicinaatualrevis
- há 5 horas
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A alergia a mofo e ácaros é uma das causas mais comuns de sintomas respiratórios crônicos. Muitas vezes confundida com um simples resfriado, essa condição pode persistir por semanas ou até meses, afetando a qualidade de vida de crianças e adultos. Espirros frequentes, nariz escorrendo, coceira nos olhos e tosse noturna são apenas alguns dos sinais que podem indicar uma resposta alérgica e não uma infecção viral passageira.
Reconhecer a diferença entre um resfriado e uma alergia é essencial para buscar o tratamento correto e evitar complicações como sinusites, crises de asma ou infecções recorrentes. Neste artigo, você vai entender o que são os ácaros e os fungos (mofo), como eles provocam alergias, quais os sintomas típicos, como fazer o diagnóstico e quais as melhores estratégias de prevenção e tratamento.
O que causa a alergia a mofo e ácaros
Os ácaros da poeira doméstica são micro-organismos que vivem em ambientes internos, especialmente em locais quentes, úmidos e com acúmulo de poeira. Estão presentes em colchões, travesseiros, tapetes, sofás, cortinas e bichos de pelúcia.
O que causa a alergia não é o ácaro em si, mas as suas fezes e fragmentos corporais, que se dispersam no ar e são inalados.
Já o mofo é formado por fungos microscópicos que crescem em ambientes úmidos e mal ventilados. Esses fungos liberam esporos no ar, que ao serem inalados podem desencadear reações alérgicas em pessoas sensíveis.
O mofo é comum em paredes, tetos, armários, banheiros e porões — especialmente em regiões com alta umidade relativa do ar.
Sintomas da alergia a mofo e ácaros
Uma das maiores dificuldades no diagnóstico da alergia a mofo e ácaros é que os sintomas se confundem com os de infecções respiratórias virais, como o resfriado. No entanto, ao contrário das infecções, os sintomas da alergia tendem a ser mais duradouros e cíclicos, piorando em determinados horários ou ambientes.
Os principais sintomas da alergia incluem:
Espirros frequentes.
Nariz escorrendo (coriza) ou entupido.
Tosse seca ou persistente, especialmente à noite.
Coceira nos olhos, garganta ou nariz.
Olhos lacrimejantes e avermelhados.
Cansaço e dificuldade para dormir devido à obstrução nasal.
Crises de asma em pessoas predispostas.
Sensação de pressão na face e cefaleia (em casos de rinossinusite alérgica).
Se os sintomas durarem mais de 10 dias, forem recorrentes ou piorarem em locais fechados e empoeirados, há grandes chances de serem causados por uma alergia — não por um resfriado.
Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico da alergia respiratória é feito com base na história clínica do paciente, na duração e no padrão dos sintomas, bem como na exclusão de outras causas.
O médico alergologista ou otorrinolaringologista pode solicitar:
Testes alérgicos cutâneos (prick test): realizados no consultório, com pequenas gotas de alérgenos aplicadas na pele para identificar sensibilidades.
Dosagem de IgE específica no sangue: mede a resposta imunológica aos ácaros e fungos.
Exames de imagem, como radiografia ou tomografia dos seios da face, quando há suspeita de complicações como sinusite.
É importante não se automedicar, já que o uso indiscriminado de antialérgicos e descongestionantes pode mascarar sintomas e dificultar o diagnóstico.
Tratamento da alergia a mofo e ácaros
O tratamento da alergia inclui controle dos alérgenos, uso de medicamentos sintomáticos e, em alguns casos, imunoterapia (vacinas).
Medidas para controle ambiental
Lavar roupas de cama semanalmente com água quente (acima de 60 °C)
Usar capas antiácaros em colchões e travesseiros
Evitar tapetes, cortinas de tecido e bichos de pelúcia nos quartos
Ventilar bem os ambientes e evitar umidade excessiva
Utilizar desumidificadores ou ar-condicionado com filtros limpos
Remover mofo de paredes com produtos fungicidas e, se necessário, reformar áreas afetadas
Medicação
Antialérgicos (anti-histamínicos): aliviam sintomas como espirros e coceiras.
Corticosteroides nasais: ajudam a desinflamar a mucosa nasal.
Broncodilatadores e corticosteroides inalatórios, para pacientes com asma associada.
Imunoterapia (vacinas antialérgicas)
Em casos moderados a graves ou quando há falha no controle com medicamentos, o médico pode indicar a imunoterapia específica, que consiste na aplicação de alérgenos em doses crescentes para dessensibilizar o sistema imunológico. É um tratamento de longo prazo, mas eficaz.
Alergia x resfriado: como diferenciar
Característica | Alergia a mofo e ácaros | Resfriado comum |
Início dos sintomas | Gradual, após exposição | Súbito, geralmente após contágio |
Duração | Semanas ou meses | 5 a 10 dias |
Febre | Ausente | Pode estar presente (baixa) |
Dor no corpo | Rara | Comum |
Coriza | Clara e persistente | Inicial clara, depois pode escurecer |
Espirros | Frequentes e intensos | Presentes, mas menos intensos |
Coceira nos olhos | Comum | Incomum |
Contagioso? | Não | Sim |
Quando procurar um médico
Se você apresenta sintomas respiratórios persistentes, cíclicos ou agravados por exposição a ambientes fechados, úmidos ou empoeirados, é importante procurar um médico para investigação. A alergia respiratória crônica pode afetar significativamente a qualidade de vida, o desempenho no trabalho ou nos estudos e ainda facilitar infecções secundárias.
Além disso, crianças com alergias mal controladas podem ter dificuldade de aprendizado, distúrbios do sono e crises frequentes de asma.
Conclusão
A alergia a mofo e ácaros é uma condição frequente e muitas vezes negligenciada, já que seus sintomas imitam um resfriado comum. No entanto, reconhecer as diferenças e buscar ajuda médica é fundamental para garantir um diagnóstico preciso, iniciar o tratamento adequado e adotar medidas que previnam crises alérgicas.
Com ações simples no ambiente e o acompanhamento especializado, é possível viver com mais conforto respirando melhor e com menos crises.
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