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Alergia a mofo e ácaros: sintomas que imitam resfriado


A alergia a mofo e ácaros é uma das causas mais comuns de sintomas respiratórios crônicos. Muitas vezes confundida com um simples resfriado, essa condição pode persistir por semanas ou até meses, afetando a qualidade de vida de crianças e adultos. Espirros frequentes, nariz escorrendo, coceira nos olhos e tosse noturna são apenas alguns dos sinais que podem indicar uma resposta alérgica e não uma infecção viral passageira.


Reconhecer a diferença entre um resfriado e uma alergia é essencial para buscar o tratamento correto e evitar complicações como sinusites, crises de asma ou infecções recorrentes. Neste artigo, você vai entender o que são os ácaros e os fungos (mofo), como eles provocam alergias, quais os sintomas típicos, como fazer o diagnóstico e quais as melhores estratégias de prevenção e tratamento.


O que causa a alergia a mofo e ácaros


Os ácaros da poeira doméstica são micro-organismos que vivem em ambientes internos, especialmente em locais quentes, úmidos e com acúmulo de poeira. Estão presentes em colchões, travesseiros, tapetes, sofás, cortinas e bichos de pelúcia.


O que causa a alergia não é o ácaro em si, mas as suas fezes e fragmentos corporais, que se dispersam no ar e são inalados.


Já o mofo é formado por fungos microscópicos que crescem em ambientes úmidos e mal ventilados. Esses fungos liberam esporos no ar, que ao serem inalados podem desencadear reações alérgicas em pessoas sensíveis.


O mofo é comum em paredes, tetos, armários, banheiros e porões — especialmente em regiões com alta umidade relativa do ar.


Sintomas da alergia a mofo e ácaros


Uma das maiores dificuldades no diagnóstico da alergia a mofo e ácaros é que os sintomas se confundem com os de infecções respiratórias virais, como o resfriado. No entanto, ao contrário das infecções, os sintomas da alergia tendem a ser mais duradouros e cíclicos, piorando em determinados horários ou ambientes.


Os principais sintomas da alergia incluem:


  • Espirros frequentes.

  • Nariz escorrendo (coriza) ou entupido.

  • Tosse seca ou persistente, especialmente à noite.

  • Coceira nos olhos, garganta ou nariz.

  • Olhos lacrimejantes e avermelhados.

  • Cansaço e dificuldade para dormir devido à obstrução nasal.

  • Crises de asma em pessoas predispostas.

  • Sensação de pressão na face e cefaleia (em casos de rinossinusite alérgica).

Se os sintomas durarem mais de 10 dias, forem recorrentes ou piorarem em locais fechados e empoeirados, há grandes chances de serem causados por uma alergia — não por um resfriado.

Como é feito o diagnóstico


O diagnóstico da alergia respiratória é feito com base na história clínica do paciente, na duração e no padrão dos sintomas, bem como na exclusão de outras causas.

O médico alergologista ou otorrinolaringologista pode solicitar:

  • Testes alérgicos cutâneos (prick test): realizados no consultório, com pequenas gotas de alérgenos aplicadas na pele para identificar sensibilidades.

  • Dosagem de IgE específica no sangue: mede a resposta imunológica aos ácaros e fungos.

  • Exames de imagem, como radiografia ou tomografia dos seios da face, quando há suspeita de complicações como sinusite.

É importante não se automedicar, já que o uso indiscriminado de antialérgicos e descongestionantes pode mascarar sintomas e dificultar o diagnóstico.

Tratamento da alergia a mofo e ácaros


O tratamento da alergia inclui controle dos alérgenos, uso de medicamentos sintomáticos e, em alguns casos, imunoterapia (vacinas).

Medidas para controle ambiental

  • Lavar roupas de cama semanalmente com água quente (acima de 60 °C)

  • Usar capas antiácaros em colchões e travesseiros

  • Evitar tapetes, cortinas de tecido e bichos de pelúcia nos quartos

  • Ventilar bem os ambientes e evitar umidade excessiva

  • Utilizar desumidificadores ou ar-condicionado com filtros limpos

  • Remover mofo de paredes com produtos fungicidas e, se necessário, reformar áreas afetadas

Medicação

  • Antialérgicos (anti-histamínicos): aliviam sintomas como espirros e coceiras.

  • Corticosteroides nasais: ajudam a desinflamar a mucosa nasal.

  • Broncodilatadores e corticosteroides inalatórios, para pacientes com asma associada.

Imunoterapia (vacinas antialérgicas)

Em casos moderados a graves ou quando há falha no controle com medicamentos, o médico pode indicar a imunoterapia específica, que consiste na aplicação de alérgenos em doses crescentes para dessensibilizar o sistema imunológico. É um tratamento de longo prazo, mas eficaz.


Alergia x resfriado: como diferenciar

Característica

Alergia a mofo e ácaros

Resfriado comum

Início dos sintomas

Gradual, após exposição

Súbito, geralmente após contágio

Duração

Semanas ou meses

5 a 10 dias

Febre

Ausente

Pode estar presente (baixa)

Dor no corpo

Rara

Comum

Coriza

Clara e persistente

Inicial clara, depois pode escurecer

Espirros

Frequentes e intensos

Presentes, mas menos intensos

Coceira nos olhos

Comum

Incomum

Contagioso?

Não

Sim

Quando procurar um médico


Se você apresenta sintomas respiratórios persistentes, cíclicos ou agravados por exposição a ambientes fechados, úmidos ou empoeirados, é importante procurar um médico para investigação. A alergia respiratória crônica pode afetar significativamente a qualidade de vida, o desempenho no trabalho ou nos estudos e ainda facilitar infecções secundárias.


Além disso, crianças com alergias mal controladas podem ter dificuldade de aprendizado, distúrbios do sono e crises frequentes de asma.


Conclusão


A alergia a mofo e ácaros é uma condição frequente e muitas vezes negligenciada, já que seus sintomas imitam um resfriado comum. No entanto, reconhecer as diferenças e buscar ajuda médica é fundamental para garantir um diagnóstico preciso, iniciar o tratamento adequado e adotar medidas que previnam crises alérgicas.


Com ações simples no ambiente e o acompanhamento especializado, é possível viver com mais conforto respirando melhor e com menos crises.

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