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Câncer de Bexiga: o sétimo câncer mais comum em homens

bexiga com câncer volumoso

 

Introdução

 

O câncer de bexiga é uma neoplasia significativa no campo da urologia, sendo o sétimo câncer mais comum em homens. Este capítulo visa fornecer um conteúdo abrangente, detalhado e atualizado sobre o câncer de bexiga, com foco na etiologia, fisiopatologia, classificação, sinais e sintomas, diagnóstico, prognóstico, tratamento e manejo clínico. As informações apresentadas são baseadas nas diretrizes e protocolos médicos mais recentes.

 

Incidência e Prevalência

 

O câncer de bexiga é o sétimo câncer mais comum em homens. A prevalência varia com fatores como etnia, gênero, idade e localização geográfica.

 

Padrões Histológicos dos Tumores da Bexiga

 

Os padrões histológicos incluem:

- Carcinoma Urotelial (Carcinoma de Células Transicionais): Representa cerca de 98% dos tumores vesicais.

- Carcinoma de Células Escamosas, Adenocarcinoma, Carcinoma Epidermoide e Variantes Raras: Correspondem aos 2% restantes.

 

Etnia e Gênero

 

- Etnia: Indivíduos brancos têm aproximadamente duas vezes mais chances de desenvolver câncer de bexiga comparados a negros.

- Gênero: Mais comum em homens. Homens brancos têm três vezes mais chances de desenvolver a doença do que mulheres brancas. Em mulheres, a apresentação tende a ser mais agressiva devido ao diagnóstico tardio.

 

Idade e Epidemiologia Regional

 

- Idade: Pico de incidência na sétima década de vida.

- Epidemiologia Regional: Maior incidência em países desenvolvidos.

 

Fatores de Risco

 

Os principais fatores de risco incluem:

- Tabagismo: Aumenta em até quatro vezes o risco de câncer de bexiga, relacionado com 50% dos casos.

- Exposição a Hidrocarbonetos e Aminas Aromáticas: Comum em indústrias têxteis, petroquímicas, couro, borracha e tintas.

- Fármacos: Derivados da fenacetina e ciclofosfamida.

- Água Contaminada por Arsênico: Relacionado ao desenvolvimento do tumor.

- Irritação Vesical: Uso prolongado de cateteres vesicais, litíase vesical e radiação.

 

Padrões Histológicos e Fatores de Risco

 

- Carcinoma de Células Escamosas: Associado à irritação crônica da bexiga, uso prolongado de cateteres e infecções repetitivas.

- Adenocarcinoma: Associado à irritação crônica e condições como extrofia vesical.

- Esquistossomose: Fator de risco para carcinoma de células escamosas em regiões da África e Oriente Médio.

 

Sarcomas da Bexiga

 

- Leiomiossarcoma: Subtipo histológico mais comum.

- Rabdomiossarcoma: Segundo subtipo mais comum.

 

Faixas Etárias

 

- Adolescentes e Adultos Jovens: Tumores raros, geralmente bem diferenciados e não invasivos.

- Idosos (>80 anos): Prognóstico pior.

 

Sinais e Sintomas

 

- Hematúria Indolor: Principal manifestação, podendo ser macroscópica (25%) ou microscópica.

- Sintomas do Trato Urinário Inferior: Urgência, poliúria e sensação de esvaziamento incompleto.

 

Diagnóstico

 

Principais exames incluem:

- Elementos Anormais do Sedimento (EAS): Três hemácias por campo.

- Ultrassonografia (USG): Não exclui o diagnóstico se negativo.

- Urotomografia (Uro-TC) e Urorressonância Magnética (Uro-RM): Permitem estadiamento.

- Citologia Urinária: Alta sensibilidade em tumores de alto grau.

- Cistoscopia: Sensibilidade de 80%, essencial para o diagnóstico.

- Ressecção Endoscópica com Biópsia (RTU): Estadio patológico.

 

Exame Físico

 

- Inspeção e Palpação do Abdômen: Massa hipogástrica dependendo do volume da lesão.

- Palpação Bimanual (com o paciente sedado): Para entender a extensão da doença.

- Toque Vaginal e Retal: Avaliação da extensão para órgãos adjacentes.

 

Localização da Lesão

 

- Mapeamento das Lesões: Importante para planejamento operatório e decisões clínicas.

 

Tratamento Pós-Ressecção

 

- Instilação Intravesical de Quimioterápicos: Mitomicina C e epirrubicina para reduzir recidivas.

 

Relatório Patológico

 

Informações-chave incluem:

- Tipo Histológico: Carcinoma urotelial, carcinoma de células escamosas, adenocarcinoma.

- Grau de Diferenciação: NUBPM, LG, HG.

- Invasão da Camada Muscular: Fundamental para estadiamento TNM.

 

Estadiamento TNM

 

- Ta: Tumores papilares confinados ao urotélio.

- T1: Lesões que invadem a lâmina própria.

- T2: Invasão da musculatura do detrusor.

- T3: Acometimento da gordura extravesical.

 

Segunda RTU de Bexiga

 

Indicações incluem:

- Ressecção Incompleta: Necessidade de garantir a remoção completa.

- Tumores de Alto Risco: Necessidade de confirmar a ausência de tumor residual.

- Ausência de Camada Muscular na Amostra: Importante para estadiamento preciso.

 

Disseminação do Câncer de Bexiga

 

- Vias de Disseminação: Direta, linfática e hematogênica.

- Órgãos mais acometidos: Pulmões, fígado, ossos e linfonodos.

 

Pesquisa de Metástases

 

- Exames Utilizados: Radiografia de tórax, TC de abdômen e pelve, cintilografia óssea.

 

Classificação de Risco e Tratamento

 

- BCG: Reduz recorrências em tumores de alto grau.

- Cistectomia Radical: Tratamento padrão para tumores T2 ou refratários ao BCG.

 

Derivação Urinária

 

- Segmento Ileal a Bricker: Derivação mais difundida.

- Ureterostomia Cutânea: Opção mais simples.

- Neobexiga Ortotópica: Indicada dependendo de fatores intrínsecos do paciente e doença.

 

Tumores do Trato Urinário Superior

 

- Características: 5%-10% dos tumores uroteliais, geralmente invasivos.

- Diagnóstico: TC ou RM seguidos de endoscopia.

- Tratamento: Nefroureterectomia radical com cuff de bexiga.

 

Medicamentos: princípios ativos e nomes comerciais

Princípio Ativo

Nomes Comerciais

Mitocina C

Mitocina, Mito-Medac, Mitozytrex, MitoExtra, Mito-Medac

Epirrubicina

Brecila, Farmorubicina CS, Farmorubicina RD, Nuovodox, Tecnomax

Doxorrubicina

Adriamicina, Doxolem, Doxorrubicina Accord, Doxorrubicina Teva, Caelyx

Gencitabina

Gemzar, Gencitabina Accord, Gencitabina Teva, Gencitabina Sandoz, Gencitabina Hospira

Bacilo Calmette-Guérin

Imuno BCG, OncoTICE, BCG-Medac, Vacina BCG SSI, Vacina BCG AJV

 

 

Pontos Importantes

 

- Incidência e Prevalência: Sétimo câncer mais comum em homens.

- Fatores de Risco: Tabagismo, hidrocarbonetos, aminas aromáticas, fármacos, água contaminada por arsênico, irritação vesical.

- Diagnóstico: EAS, USG, Uro-TC, Uro-RM, citologia urinária, cistoscopia, RTU com biópsia.

- Tratamento: Ressecção endoscópica, instilação intravesical de quimioterápicos, BCG, cistectomia radical.

- Disseminação: Via direta, linfática, hematogênica.

- Metástases: Pulmões, fígado, ossos, linfonodos.

- Classificação e Estadiamento: TNM, grau de diferenciação.

- Segunda RTU: Necessária em ressecções incompletas ou tumores de alto risco.

 

Referências

 

1. National Comprehensive Cancer Network (NCCN). (2021). Clinical Practice Guidelines in Oncology: Bladder Cancer.

2. Sociedade Brasileira de Urologia (SBU). (2021). Diretrizes de Conduta em Urologia.

3. European Association of Urology (EAU). (2021). Guidelines on Bladder Cancer.

4. Campbell-Walsh Urology. (2016). Elsevier.

5. American Urological Association (AUA). (2021). Guidelines on the Management of Non-Muscle Invasive Bladder Cancer.

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