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Colite ulcerativa: sintomas, diagnóstico e tratamentos atualizados

Atualizado: 6 de mai.


colite ulcerativa


A colite ulcerativa é uma doença inflamatória intestinal (DII) crônica que afeta o intestino grosso (cólon) e o reto, caracterizada por inflamação e ulceração das camadas mais superficiais da mucosa intestinal. Embora a causa exata seja desconhecida, sabe-se que fatores genéticos, imunológicos e ambientais desempenham um papel importante. Essa condição acomete principalmente adultos jovens, entre 14 e 24 anos, mas pode se manifestar em qualquer faixa etária.


Neste artigo, abordaremos os sintomas, métodos diagnósticos, complicações e as opções mais atuais de tratamento para a colite ulcerativa, oferecendo uma visão completa e atualizada para estudantes de medicina e profissionais de saúde.


Como surgem os sintomas da colite ulcerativa


Os sintomas da colite ulcerativa costumam surgir em crises, que podem ser súbitas e graves ou começar de forma lenta e progressiva. Entre os sintomas mais comuns estão:


  • diarreia com sangue e muco;

  • cólicas abdominais e urgência para evacuar;

  • febre e mal-estar;

  • perda de peso e inapetência.


Em casos leves, o paciente pode ter evacuações normais com eliminação de muco e sangue, principalmente quando a doença está restrita ao reto.


Já em casos mais graves, com acometimento de todo o cólon, podem ocorrer mais de 10 evacuações diárias, acompanhadas de dor intensa, febre alta e sinais sistêmicos.


Quais são as principais complicações


A colite ulcerativa pode gerar complicações graves, incluindo:


  • hemorragia digestiva, levando à anemia;

  • colite fulminante ou colite tóxica, com risco de perfuração intestinal;

  • megacólon tóxico, caracterizado pela dilatação e paralisação do intestino grosso;

  • aumento do risco de câncer de cólon, especialmente após 7 a 10 anos de doença extensa.


Além das complicações intestinais, os pacientes podem apresentar manifestações extraintestinais, como artrite, inflamações oculares (episclerite, uveíte), lesões cutâneas (eritema nodoso, pioderma gangrenoso) e doenças hepáticas como colangite esclerosante primária.


Como é feito o diagnóstico da colite ulcerativa


O diagnóstico é clínico, baseado nos sintomas e confirmado por exames laboratoriais e endoscópicos.


Os exames mais utilizados incluem:


  • exame de fezes para descartar infecções;

  • sigmoidoscopia ou colonoscopia, que permitem visualizar diretamente as lesões, coletar biópsias e avaliar a extensão da doença;

  • exames de sangue, que revelam anemia, aumento de marcadores inflamatórios (VHS, proteína C-reativa) e alterações hepáticas.

Em pacientes com doença de longa duração, a colonoscopia deve ser realizada regularmente para rastrear sinais precoces de câncer de cólon.


Quais são os tratamentos disponíveis


O tratamento da colite ulcerativa visa controlar a inflamação, aliviar os sintomas, prevenir recaídas e reduzir complicações.


Os principais medicamentos incluem:

classe de medicamento

exemplo

uso principal

aminossalicilatos

mesalamina, sulfassalazina

manutenção e prevenção de recaídas

corticosteroides

prednisona, budesonida

crises moderadas a graves, uso temporário

imunomoduladores

azatioprina, mercaptopurina

manutenção em pacientes que não respondem bem aos aminossalicilatos

agentes biológicos

infliximabe, adalimumabe

casos refratários ou dependentes de corticoides

inibidores de JAK

tofacitinibe, upadacitinibe

colite ulcerativa moderada a grave, alternativa aos biológicos

Além do tratamento farmacológico, recomenda-se uma dieta pobre em fibras durante as crises, suplementação de ferro, cálcio e vitamina D, além do controle rigoroso de diarreia e prevenção de desidratação.


Quando é indicada a cirurgia

Cerca de 30% dos pacientes com colite ulcerativa extensa podem precisar de cirurgia ao longo da vida, especialmente nos seguintes casos:

  • hemorragia intensa;

  • perfuração intestinal;

  • colite fulminante não responsiva ao tratamento clínico;

  • câncer de cólon ou lesões pré-cancerosas detectadas em biópsia.

A cirurgia curativa envolve a retirada total do cólon e reto (proctocolectomia total), podendo ser associada à criação de uma bolsa ileal (bolsa confeccionada com o intestino delgado ligada ao ânus) ou à realização de ileostomia permanente.

Qual é o prognóstico

A colite ulcerativa é uma doença crônica, com períodos de remissão e recaída. Em cerca de 10% dos pacientes, o primeiro ataque é grave e complicado; em outro 10%, ocorre resolução completa após o primeiro episódio. A maioria, no entanto, apresenta recorrências ao longo da vida.

Os pacientes com doença restrita ao reto (proctite ulcerativa) têm o melhor prognóstico, raramente necessitando de cirurgia e mantendo expectativa de vida normal. Já pacientes com colite extensa e longa duração têm maior risco de câncer, exigindo vigilância rigorosa com exames periódicos.

Conclusão

A colite ulcerativa é uma condição desafiadora, que requer diagnóstico preciso, tratamento adequado e acompanhamento contínuo. Com os avanços na terapêutica medicamentosa e as estratégias de rastreamento, é possível oferecer aos pacientes maior qualidade de vida e reduzir significativamente os riscos de complicações graves.

O conhecimento profundo sobre essa doença é essencial para profissionais de saúde, estudantes de medicina e pacientes, permitindo uma abordagem integrada e individualizada do cuidado.

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