Câncer de bexiga: causas, sintomas, diagnóstico e tratamento
- medicinaatualrevis
- há 1 dia
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O câncer de bexiga é um tipo de neoplasia que se desenvolve a partir do crescimento descontrolado de células na parede da bexiga urinária, um órgão oco em formato de balão responsável por armazenar a urina até sua eliminação pelo corpo.
Assim como outros cânceres, ele ocorre quando células normais sofrem alterações genéticas que comprometem seus mecanismos de divisão, crescimento e morte celular.
Esse tipo de câncer é mais comum em homens e está fortemente associado a fatores ambientais, especialmente o tabagismo. Apesar de ser potencialmente grave, quando diagnosticado precocemente, o câncer de bexiga pode ser tratado com sucesso.
Fatores de risco e causas do câncer de bexiga
O câncer de bexiga é multifatorial, ou seja, pode ter diferentes causas combinadas. Entre os principais fatores de risco estão:
Tabagismo: é o principal fator de risco e está relacionado a cerca de metade dos casos de câncer de bexiga. As substâncias tóxicas presentes no cigarro são filtradas pelos rins e se acumulam na urina, entrando em contato direto com o epitélio da bexiga.
Exposição a produtos químicos: o contato ocupacional com determinadas substâncias químicas, como aromáticos amínicos usados na indústria de tintas, borrachas e couro, também aumenta o risco.
Uso prolongado de certos medicamentos: alguns fármacos, quando usados por longos períodos, podem estar associados ao desenvolvimento da doença.
Infecção por esquistossomose: essa parasitose, endêmica em regiões tropicais, pode causar inflamações crônicas na bexiga, predispondo ao câncer, especialmente o tipo escamoso.
Sintomas do câncer de bexiga
Os sintomas iniciais do câncer de bexiga podem ser confundidos com infecções do trato urinário, mas exigem atenção. Os sinais mais comuns incluem:
Presença de sangue na urina (hematúria): é o sintoma mais frequente. Pode ou não ser visível a olho nu.
Dor ou ardência ao urinar.
Urgência urinária: sensação de necessidade constante de urinar.
Aumento da frequência urinária.
Dor na pelve ou na região lombar, em estágios mais avançados.
Muitas vezes, esses sintomas são negligenciados por serem atribuídos a infecções, que são mais comuns. Contudo, é fundamental buscar avaliação médica quando os sintomas persistem ou são recorrentes.
Como é feito o diagnóstico do câncer de bexiga
O diagnóstico do câncer de bexiga envolve a combinação de avaliação clínica, exames de imagem e exames endoscópicos. Os principais métodos incluem:
Cistoscopia: é o exame mais importante. Um tubo com câmera (cistoscópio) é inserido pela uretra até a bexiga, permitindo a visualização direta da parede do órgão. Se alguma lesão for identificada, é realizada uma biópsia para análise histopatológica.
Biópsia: permite confirmar se a lesão é maligna e qual o tipo histológico do tumor.
Exames de imagem: tomografia computadorizada (TC) e radiografia de tórax podem ser solicitadas para avaliar a extensão da doença e possíveis metástases.
Tratamento do câncer de bexiga
O tratamento depende do estágio em que o câncer é diagnosticado e da profundidade de invasão da parede da bexiga. As opções principais incluem:
Câncer superficial (não invasivo)
Ressecção transuretral (RTU): o tumor é removido por meio de cistoscopia.
Terapia intravesical: após a remoção do tumor, medicamentos como o BCG (Bacillus Calmette-Guérin) ou quimioterápicos são introduzidos diretamente na bexiga para evitar a recorrência.
Câncer invasivo
Cistectomia parcial ou radical: dependendo da extensão, pode ser necessário remover uma parte da bexiga ou o órgão inteiro.
Reconstrução urinária: caso a bexiga seja retirada, o cirurgião pode construir uma nova via para a urina, utilizando uma bolsa externa ou formando uma bexiga artificial com alças intestinais.
Quimioterapia e radioterapia: podem ser usadas antes ou após a cirurgia, dependendo da gravidade do caso e da presença de metástases.
Prognóstico e acompanhamento
O prognóstico do câncer de bexiga depende do tipo, do grau e do estágio do tumor. Tumores superficiais, quando tratados precocemente, têm excelente chance de cura. Já os tumores invasivos exigem tratamentos mais agressivos e têm maior risco de recorrência.
Após o tratamento, o acompanhamento contínuo é fundamental. O risco de recidiva é alto, e o paciente deve realizar cistoscopias regulares, exames de imagem e monitoramento clínico periódico.
Convivendo com o câncer de bexiga
Pacientes que passam por cistectomia total e necessitam de reconstrução urinária podem enfrentar desafios na adaptação ao novo modo de eliminar a urina.
O suporte multiprofissional, incluindo médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e psicólogos, é essencial para garantir qualidade de vida.
A prevenção continua sendo uma das melhores estratégias, com destaque para:
Parar de fumar.
Evitar exposição a agentes químicos.
Tratar doenças como esquistossomose.
Conclusão
O câncer de bexiga é uma doença séria, mas com grandes chances de controle quando diagnosticado precocemente. O reconhecimento dos fatores de risco, dos sintomas iniciais e a busca por atendimento médico em casos suspeitos são fundamentais.
Com diagnóstico adequado, tratamento personalizado e acompanhamento contínuo, é possível controlar a doença e preservar a qualidade de vida.
Fonte: Manual MSD
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