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Dermatite atópica: como a poluição e os microplásticos podem agravar a saúde da pele


Dermatite atópica

A dermatite atópica, ou eczema atópico, é uma doença inflamatória crônica da pele, com forte componente genético, que afeta milhões de pessoas em todo o mundo. Caracterizada por coceira intensa, vermelhidão e ressecamento da pele, a condição pode ser desencadeada ou agravada por uma série de fatores ambientais.


Segundo alerta recente da ASBAI (Associação Brasileira de Alergia e Imunologia), há evidências crescentes de que poluentes ambientais e os microplásticos presentes no ambiente podem estar diretamente relacionados ao aumento da incidência e da gravidade da dermatite atópica.


Neste artigo explicamos como esses fatores ambientais atuam sobre a pele, o papel do microbioma cutâneo e do expossoma, e o que pode ser feito para proteger-se.


O que é dermatite atópica


A dermatite atópica é uma condição inflamatória crônica, comum na infância, mas que pode persistir ou surgir também em adultos. Seus principais sintomas incluem:


  • Coceira intensa e persistente

  • Ressecamento da pele

  • Vermelhidão e descamação

  • Lesões com crostas ou infecções secundárias


A doença não é contagiosa, mas tem impacto significativo na qualidade de vida, especialmente quando associada a distúrbios do sono, desconforto constante e piora da autoestima.


A condição crônica da pele atinge cerca de 15% a 20% das crianças e 3% a 7% dos adultos no mundo. No Brasil, é estimado o mesmo padrão, mas com uma recorrência maior em crianças.


Microplásticos: uma nova ameaça à pele


Os microplásticos são partículas com menos de 5 milímetros, resultantes da degradação de plásticos maiores ou provenientes de produtos industrializados, como cosméticos e tecidos sintéticos.


Pesquisas recentes mostram que essas partículas estão presentes no ar, na água, no solo e, de forma ainda mais alarmante, já foram detectadas em amostras de sangue, leite materno e até na placenta humana. Essas descobertas revelam o nível de exposição a que todos estamos sujeitos diariamente.


Na pele, os microplásticos são potenciais agentes inflamatórios, pois comprometem a função de barreira e favorecem a penetração de substâncias irritantes, o que agrava doenças cutâneas como a dermatite atópica.


O expossoma e o microbioma da pele


Outro conceito importante para entender o impacto ambiental sobre a saúde cutânea é o expossoma. Ele representa o conjunto de fatores ambientais e internos que influenciam o organismo ao longo da vida — incluindo poluição, clima, alimentação, estresse e, especialmente, a composição do microbioma da pele.


O microbioma cutâneo é formado por bilhões de microrganismos que vivem naturalmente na superfície da pele e ajudam a proteger contra agentes infecciosos.


Quando ocorre um desequilíbrio entre bactérias benéficas e patogênicas, essa defesa natural é comprometida, favorecendo o desenvolvimento de inflamações e doenças como a dermatite atópica.


Urbanização, queimadas e o agravamento da dermatite


A urbanização acelerada, o uso excessivo de produtos químicos domésticos, o crescimento da industrialização e a intensificação de eventos climáticos extremos (como tempestades e ondas de calor) estão deteriorando rapidamente a qualidade do ar, sobretudo em grandes centros urbanos.


A região amazônica, considerada o pulmão do planeta, vem sofrendo com queimadas e desmatamento em ritmo alarmante. A liberação de partículas poluentes na atmosfera — inclusive com potencial alergênico e irritante — tem efeitos diretos na pele das populações expostas.


Esse contexto ambiental colabora para o aumento da inflamação crônica, afetando especialmente pessoas com predisposição genética ou doenças alérgicas, como a dermatite atópica.


Conclusão


A dermatite atópica é mais do que uma doença da pele — é uma manifestação visível das interações entre nosso corpo e o ambiente. O aumento da poluição, a presença de microplásticos no cotidiano e o desequilíbrio do microbioma são fatores que ampliam a vulnerabilidade da pele e agravam quadros já existentes.


Proteger o meio ambiente, reduzir o uso de plásticos, manter uma rotina de cuidados com a pele e buscar ajuda médica especializada são passos essenciais para quem convive com essa condição.


A saúde da pele começa com o cuidado com o planeta.




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