Abstrato
Objetivos: Este estudo avaliou o envolvimento cardÃaco em pacientes recuperados da doença de coronavÃrus-2019 (COVID-19) por meio de ressonância magnética cardÃaca (RMC).
Fundamento: Lesão miocárdica causada por COVID-19 foi previamente relatada em pacientes hospitalizados. Não se sabe se há envolvimento cardÃaco sustentado após a recuperação dos pacientes da COVID-19.
Métodos: Vinte e seis pacientes recuperados de COVID-19 que relataram sintomas cardÃacos e foram submetidos a exames de RMC foram incluÃdos retrospectivamente. Os protocolos de RMC consistiam em sequências convencionais (cine, imagem ponderada em T2 e realce tardio com gadolÃnio [LGE]) e sequências de mapeamento quantitativo (mapeamento T1, T2 e volume extracelular [ECV]). A proporção de edema e LGE foram avaliados em pacientes pós-COVID-19. A função cardÃaca, T1/T2 nativa e ECV foram avaliados quantitativamente e comparados com os controles.
Resultados: Quinze pacientes (58%) apresentaram achados anormais de RMC em sequências convencionais de RMC: edema miocárdico foi encontrado em 14 (54%) pacientes e LGE foi encontrado em 8 (31%) pacientes. Parâmetros funcionais do ventrÃculo direito diminuÃdos, incluindo fração de ejeção, Ãndice cardÃaco e volume sistólico/área de superfÃcie corporal, foram encontrados em pacientes com achados positivos de RMC convencional. Usando mapeamento quantitativo, T1, T2 e ECV nativos globais foram todos significativamente elevados em pacientes com achados positivos de RMC convencional, em comparação com pacientes sem achados positivos e controles (mediana [faixa interquartil]: T1 nativo 1.271 ms [1.243 a 1.298 ms] vs. 1.237 ms [1.216 a 1.262 ms] vs. 1.224 ms [1.217 a 1.245 ms]; média ± SD: T2 42,7 ± 3,1 ms vs. 38,1 ms ± 2,4 vs. 39,1 ms ± 3,1; mediana [intervalo interquartil] : 28,2% [24,8% a 36,2%] vs. 24,8% [23. 1% a 25,4%] vs. 23,7% [22,2% a 25,2%]; p = 0,002; p < 0,001 ep = 0,002, respectivamente).
Conclusões: Envolvimento cardÃaco foi encontrado em uma proporção de pacientes recuperados de COVID-19. A manifestação da RMC incluiu edema miocárdico, fibrose e disfunção do ventrÃculo direito. Deve-se atentar para o possÃvel envolvimento do miocárdio em pacientes recuperados de COVID-19 com sintomas cardÃacos.
Palavras-chave: ACE2, enzima conversora de angiotensina 2; AHA, Associação Americana do Coração; BSA, área de superfÃcie corporal; IC, Ãndice cardÃaco; RMC, ressonância magnética cardÃaca; CO, débito cardÃaco; COVID-19, doença de coronavÃrus-2019; VCE, volume extracelular; EDV, volume diastólico final; FE, fração de ejeção; ER, Ãndice de edema; ESV, volume sistólico final; FA, ângulo de inclinação; FOV, campo de visão; IQR, intervalo interquartÃlico; RTG, realce tardio pelo gadolÃnio; VE, ventrÃculo esquerdo; FEVE, fração de ejeção do ventrÃculo esquerdo; PSIR, recuperação de inversão sensÃvel à fase; RT-PCR, transcrição reversa e reação em cadeia da polimerase; VD, ventrÃculo direito; FEVD, fração de ejeção do ventrÃculo direito; SARS-CoV-2, sÃndrome respiratória aguda grave-coronavÃrus-2; SI, intensidade do sinal; SSFP, precessão livre em estado estacionário; STIR, recuperação de inversão tau curta; VS, volume sistólico; T2WI, imagem ponderada em T2; TE, tempo de eco; TR, tempo de repetição; envolvimento cardÃaco; ressonância magnética cardÃaca; doença do coronavÃrus 2019; hs-cTnI, troponina I cardÃaca de alta sensibilidade.
Declaração de conflito de interesse Este trabalho foi apoiado em parte pela Fundação Nacional de Ciências Naturais da China (81471637 e 81873889), pelo Mega Projeto Nacional de Prevenção de Doenças Infecciosas Graves (2017ZX10103005-007) e pelo Programa Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Chave da China (2018YFE0204500). Todos os autores relataram que não têm relações relevantes para o conteúdo deste artigo a divulgar.