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Excesso de pelos: pode ser sinal de distúrbio hormonal

O excesso de pelos em mulheres — especialmente em áreas como rosto, peito, abdômen e costas — pode causar desconforto estético, afetar a autoestima e levantar dúvidas sobre a saúde hormonal. Embora muitas vezes esteja ligado à genética familiar, em outros casos o excesso de pelos pode indicar alterações hormonais mais profundas que merecem avaliação médica.


Neste artigo, você vai entender as diferenças entre o padrão normal e o crescimento anormal de pelos, conhecer as causas mais comuns de hirsutismo e saber quando procurar um endocrinologista.


O que é considerado excesso de pelos


O termo médico utilizado para o crescimento anormal de pelos em mulheres é hirsutismo. Ele se refere ao aparecimento de pelos espessos e escuros em regiões onde normalmente apenas os homens apresentam esse tipo de crescimento, como:


  • Queixo e buço.

  • Peito e abdômen.

  • Costas e parte interna das coxas.


O hirsutismo é diferente da hipertricose, que é o aumento generalizado de pelos em qualquer parte do corpo, sem relação com hormônios.


Causas comuns do crescimento excessivo de pelos


A produção exagerada de pelos terminais pode ter diferentes causas, e algumas delas estão diretamente ligadas ao desequilíbrio hormonal.


Fatores genéticos e étnicos


Algumas mulheres, especialmente de origem mediterrânea, árabe, indiana ou latino-americana, têm predisposição natural a apresentar mais pelos — mesmo com exames hormonais normais.


Síndrome dos ovários policísticos (SOP)


É a principal causa de hirsutismo em mulheres jovens. Caracteriza-se por:


  • Menstruação irregular ou ausente.

  • Acne persistente.

  • Ganho de peso ou obesidade.

  • Excesso de pelos em padrão masculino.

A SOP está ligada ao aumento da produção de androgênios (hormônios masculinos) pelos ovários.

Alterações na glândula adrenal

As adrenais são responsáveis pela produção de parte dos androgênios. Quando há disfunções, podem causar:

  • Crescimento súbito de pelos.

  • Pele oleosa e acne.

  • Aumento do clitóris e voz mais grave (casos graves).

Exemplos incluem a hiperplasia adrenal congênita e tumores adrenais.

Uso de medicamentos

Certos fármacos têm efeito androgênico e podem estimular o crescimento de pelos. Entre os principais:

  • Esteroides anabolizantes.

  • Corticoides em uso crônico.

  • Minoxidil (usado para queda de cabelo).

  • Danazol (utilizado em endometriose).

Quando o excesso de pelos é sinal de alerta

Nem sempre o excesso de pelos significa uma doença. No entanto, há situações em que é fundamental investigar alterações hormonais mais sérias.

Sinais que exigem avaliação médica

Se você apresenta alguns dos sintomas abaixo, é recomendável procurar um endocrinologista ou ginecologista:

  • Crescimento rápido e repentino de pelos.

  • Menstruação irregular ou ausência de ciclo.

  • Acne grave ou queda de cabelo.

  • Ganho de peso inexplicável.

  • Sinais de virilização (voz grossa, aumento muscular, alterações genitais).

Como é feito o diagnóstico do hirsutismo

O médico fará uma avaliação clínica e poderá solicitar exames para investigar causas hormonais e metabólicas.

Exame

Finalidade

Testosterona total e livre

Avalia níveis de hormônios masculinos

DHEA-S e androstendiona

Investiga origem adrenal do hirsutismo

LH e FSH

Úteis no diagnóstico de SOP

Glicemia e insulina

Avalia resistência à insulina

Ultrassonografia pélvica

Identifica ovários policísticos

Tratamentos disponíveis para o excesso de pelos

O tratamento dependerá da causa identificada e do grau de desconforto da paciente com a presença dos pelos.

Mudanças no estilo de vida


  • Redução de peso (em casos de SOP), o que melhora o equilíbrio hormonal.

  • Alimentação com baixo índice glicêmico.

  • Exercícios físicos regulares.

Tratamento medicamentoso


O médico pode prescrever medicamentos que reduzem a ação dos androgênios:

  • Anticoncepcionais hormonais.

  • Espironolactona (bloqueia os receptores androgênicos).

  • Finasterida (em casos selecionados).

Depilação e métodos estéticos

  • Laser e luz pulsada intensa (IPL): eficazes na remoção prolongada dos pelos.

  • Depilação com cera ou lâmina: apenas soluções temporárias.

  • Eletrolise: indicada para áreas pequenas com pelos resistentes.

Cuidados importantes durante o tratamento

É essencial evitar a automedicação ou o uso indiscriminado de cosméticos e hormônios, pois isso pode mascarar os sintomas e piorar a condição. Além disso:

  • O acompanhamento com profissional especializado evita efeitos colaterais.

  • A expectativa de melhora pode levar alguns meses.

  • A fotodepilação requer pele protegida do sol para evitar manchas.

Conclusão: observe os sinais e cuide do seu equilíbrio hormonal

Ter alguns pelos a mais em certas regiões pode ser normal, especialmente em algumas etnias. No entanto, quando o excesso de pelos aparece junto a outras alterações hormonais ou de forma repentina, é importante investigar.

Com diagnóstico correto e tratamento personalizado, é possível controlar os sintomas e recuperar o bem-estar físico e emocional. Cuide do seu corpo com atenção — ele fala com você o tempo todo.

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