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Febre chikungunya: sintomas que persistem por meses


Febre chikungunya

A febre chikungunya é uma doença viral transmitida por mosquitos, principalmente o Aedes aegypti e o Aedes albopictus, os mesmos responsáveis pela transmissão da dengue e do zika vírus. Embora muitos casos sejam autolimitados, ou seja, se resolvam sozinhos, uma característica marcante da chikungunya é a possibilidade de seus sintomas — especialmente dores articulares — persistirem por meses após o fim da infecção aguda.


Neste artigo, vamos explicar como a doença se manifesta, por que alguns sintomas são prolongados e o que a medicina recomenda para lidar com esses efeitos persistentes.


O que é a febre chikungunya


A chikungunya é causada pelo vírus CHIKV, pertencente à família Togaviridae. Ele é transmitido ao ser humano pela picada de fêmeas dos mosquitos vetores, principalmente em regiões tropicais e subtropicais.


O nome "chikungunya" vem de uma língua africana e significa "aqueles que se dobram", em referência à postura encurvada de pessoas acometidas por intensas dores articulares.


Sintomas da febre chikungunya


Após a infecção pelo vírus, o período de incubação é geralmente de 2 a 7 dias. Os sintomas iniciais mais comuns incluem:


  • Febre alta súbita (acima de 39°C);

  • Dor articular intensa (principalmente em mãos, punhos, tornozelos e joelhos);

  • Dores musculares e corporais;

  • Dor de cabeça;

  • Fadiga extrema;

  • Erupções cutâneas (exantema);

  • Náuseas e vômitos.


Esses sintomas geralmente duram de 7 a 10 dias. No entanto, cerca de 30% a 40% dos pacientes continuam com dores articulares por semanas ou até meses após o desaparecimento da febre.


Por que os sintomas podem durar tanto tempo


Em alguns casos, o vírus chikungunya desencadeia uma resposta inflamatória intensa nas articulações, semelhante à artrite reumatóide. O sistema imunológico continua agindo mesmo após o desaparecimento do vírus, o que leva a inflamações crônicas nas articulações.


Esse quadro é conhecido como artralgia pós-viral ou artrite crônica pós-chikungunya, que pode se estender por 3, 6 ou até 12 meses. Em casos raros, há relatos de dores por mais de um ano.


Quem tem maior risco de sintomas prolongados


Certos grupos têm maior propensão a desenvolver sintomas duradouros:


  • Idosos;

  • Pessoas com doenças reumatológicas prévias;

  • Pacientes com sistema imunológico comprometido;

  • Mulheres (por fatores hormonais e autoimunes).


Esses pacientes podem experimentar dificuldades para realizar tarefas simples do dia a dia, como pentear o cabelo, escovar os dentes ou caminhar.


Como é feito o diagnóstico


O diagnóstico da febre chikungunya é clínico, baseado nos sintomas e no histórico de exposição em áreas com surtos da doença. Também podem ser solicitados exames laboratoriais, como:


  • Sorologia (pesquisa de anticorpos IgM e IgG);

  • RT-PCR (para detectar o RNA viral nas fases iniciais da doença);

  • Hemograma (pode mostrar leucopenia ou plaquetopenia leve).

A confirmação laboratorial ajuda a diferenciar de outras arboviroses como dengue ou zika.


Tratamento da febre chikungunya e suas sequelas


Não há tratamento antiviral específico para chikungunya. O foco é o alívio dos sintomas com:


  • Analgésicos e antitérmicos (paracetamol ou dipirona);

  • Anti-inflamatórios (ibuprofeno, naproxeno, com cautela em suspeita de dengue);

  • Hidratação adequada;

  • Repouso.

Para pacientes com dores persistentes:

  • Encaminhamento para reumatologista pode ser necessário;

  • Fisioterapia para manter a mobilidade articular;

  • Em casos graves, pode-se usar medicamentos imunossupressores sob prescrição médica.


Prevenção: como evitar a chikungunya


A melhor forma de prevenção ainda é o combate ao mosquito transmissor. As principais medidas incluem:


  • Eliminar criadouros (água parada em vasos, pneus, caixas d’água);

  • Usar repelentes e roupas de proteção;

  • Instalar telas nas janelas;

  • Utilizar mosquiteiros, principalmente para bebês e idosos.

Até o momento, não existe uma vacina aprovada para uso amplo contra a chikungunya, embora alguns estudos estejam em fase avançada.


Convivendo com os sintomas prolongados


Sentir dores por tanto tempo após a fase aguda da doença pode ser frustrante. Por isso, é importante seguir estas orientações:


  • Procure assistência médica para avaliação contínua;

  • Não se automedique com corticoides ou imunossupressores;

  • Mantenha uma rotina leve de exercícios para não sobrecarregar as articulações;

  • Busque apoio psicológico caso a condição esteja afetando sua qualidade de vida.


Conclusão


A febre chikungunya é uma doença viral com sintomas marcantes, especialmente pela forte dor articular. Em muitos casos, essas dores persistem por meses, exigindo acompanhamento médico e medidas de alívio contínuas.


Conhecer os riscos, saber como prevenir e entender que há formas de manejo adequado é essencial para lidar com a doença de forma segura e eficaz.

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