Antecedentes: A ingestão de frutose, principalmente como açúcar de mesa ou xarope de milho com alto teor de frutose, aumentou nas últimas décadas e está associada ao aumento do risco de pedras nos rins. Nossa hipótese é que a ingestão de frutose altera os componentes séricos e urinários envolvidos na formação de cálculos.
Métodos: Analisamos um estudo randomizado controlado publicado anteriormente que incluiu 33 adultos saudáveis do sexo masculino (40-65 anos de idade) que ingeriram 200 g de frutose (fornecida em um volume de 2 L de frutose a 10% em água) diariamente por 2 semanas. Os participantes foram avaliados na Unidade de Nefrologia do Hospital Mateo Orfila de Menorca. Alterações nos níveis séricos de magnésio, cálcio, ácido úrico, fósforo, vitamina D e níveis de PTH intacto foram avaliados. Foram medidos magnésio, cálcio, ácido úrico, fósforo, citrato, oxalato, sódio, potássio e pH urinário na urina.
Resultados: A ingestão de frutose foi associada a um aumento do nível sérico de ácido úrico (p <0,001), uma diminuição do cálcio ionizado sérico (p = 0,003) com um leve aumento no PTH (p <0,05) e uma queda no pH urinário ( p = 0,02), aumento do oxalato na urina (p = 0,016) e diminuição do magnésio urinário (p = 0,003).
Conclusões: A frutose parece aumentar a formação de cálculos urinários em parte por meio dos efeitos no metabolismo do urato e do pH urinário, e também por meio dos efeitos do oxalato. A frutose pode ser um fator contribuinte para o desenvolvimento de cálculos renais em indivíduos com síndrome metabólica e aqueles que sofrem de estresse por calor.
Johnson RJ, Perez-Pozo SE, Lillo JL, Grases F, Schold JD, Kuwabara M, Sato Y, Hernando AA, Garcia G, Jensen T, Rivard C, Sanchez-Lozada LG, Roncal C, Lanaspa MA. Fructose increases risk for kidney stones: potential role in metabolic syndrome and heat stress. BMC Nephrol. 2018 Nov 8;19(1):315. doi: 10.1186/s12882-018-1105-0. PMID: 30409184; PMCID: PMC6225702.