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Hanseníase: entenda a doença, os sintomas e o tratamento


hanseníase
Fonte: Gov.br

A hanseníase é uma doença infecciosa crônica causada pela bactéria Mycobacterium leprae. Embora sua incidência tenha diminuído em muitas regiões do mundo, ainda é considerada um problema de saúde pública em países como Índia, Brasil e Indonésia.


Frequentemente envolta em medo e estigma social devido às suas possíveis sequelas físicas, a hanseníase é, na realidade, tratável e curável com o diagnóstico precoce e o uso de antibióticos adequados.


Entender os sintomas, as formas de transmissão e o tratamento é fundamental para combater o preconceito e garantir a reabilitação dos pacientes.


O que é a hanseníase?


A hanseníase é uma infecção que danifica principalmente a pele e os nervos periféricos. A bactéria Mycobacterium leprae se multiplica lentamente, e os sintomas geralmente começam entre cinco e sete anos após a infecção inicial.


As pessoas muitas vezes temem a hanseníase devido às lesões visíveis que ela pode causar se não for tratada, mas é importante reforçar: a hanseníase não se espalha facilmente, não é fatal e responde bem ao tratamento com antibióticos.


Como ocorre a transmissão da hanseníase?


A transmissão da hanseníase ocorre através do contato prolongado e íntimo com secreções respiratórias (tosse, espirro) de pessoas infectadas que ainda não foram tratadas. Não se contrai hanseníase apenas por toque casual ou convivência breve.

Além disso, uma curiosidade importante: os tatus podem ser portadores naturais da bactéria Mycobacterium leprae, e o contato com esses animais também pode transmitir a doença.


Vale destacar que a maioria das pessoas infectadas não desenvolve sintomas, graças à proteção natural do sistema imunológico. Alguns fatores genéticos também podem tornar certas pessoas mais suscetíveis à infecção.


Quais são os principais sintomas da hanseníase?


Os sintomas da hanseníase se desenvolvem de maneira lenta e podem variar de leves a graves. No início, incluem:


  • Protuberâncias ou erupções cutâneas que não coçam.

  • Dormência ou perda de sensibilidade nas áreas afetadas.


Com o avanço da doença, sintomas mais severos podem surgir:


  • Protuberâncias inflamadas que evoluem para feridas abertas;

  • Perda da sensibilidade ao calor, frio ou dor nas extremidades;

  • Fraqueza muscular, levando à deformidade de mãos e pés;

  • Úlceras nas solas dos pés;

  • Congestão nasal;

  • Perda de visão ou cegueira;

  • Febre e linfonodos inchados.


Esses sinais devem ser investigados imediatamente, pois o tratamento precoce é crucial para evitar sequelas irreversíveis.


Como os médicos diagnosticam a hanseníase?


O diagnóstico da hanseníase é baseado na avaliação clínica, mas pode ser confirmado através de:


  • Exame microscópico de amostras da pele

  • Baciloscopia de mucosa nasal

  • Biópsia de pele em casos de dúvida diagnóstica

  • Testes de sensibilidade nas áreas suspeitas


A identificação precoce é vital para impedir a progressão da doença e evitar incapacidades.

Alguns estudos estão desenvolvendo testes rápidos de detecção precoce da hanseníase, utilizando biomarcadores sanguíneos em populações de risco.


Tratamento da hanseníase


A hanseníase tem cura e o tratamento é gratuito no Sistema Único de Saúde (SUS). O protocolo padrão é a poliquimioterapia (PQT), que combina os antibióticos:


  • Rifampicina

  • Dapsona

  • Clofazimina


O tratamento dura de 6 a 24 meses, dependendo da forma clínica e da gravidade dos sintomas. Pessoas com o sistema imunológico enfraquecido podem necessitar de um tratamento mais prolongado.

Forma da Doença

Duração do Tratamento

Paucibacilar (poucos bacilos)

6 meses

Multibacilar (muitos bacilos)

12 a 24 meses


É fundamental iniciar o tratamento o quanto antes, pois os antibióticos impedem a progressão da doença, mas não conseguem reverter os danos nervosos já estabelecidos.


Além da poliquimioterapia, o tratamento pode incluir:


  • Controle de reações hansênicas

  • Reabilitação física e fisioterapia

  • Cirurgias corretivas para deformidades


Como prevenir a hanseníase?


Para reduzir o risco de infecção por hanseníase:


  • Evite contato próximo e prolongado com secreções respiratórias de pessoas não tratadas;

  • Evite o manuseio de tatus, que podem ser portadores da bactéria;

  • Identifique precocemente sintomas suspeitos em conviventes;

  • Inicie o tratamento adequado imediatamente após o diagnóstico.


Após o início do tratamento com antibióticos, a pessoa deixa de transmitir a doença, mas recomenda-se o monitoramento dos familiares próximos para identificar possíveis novos casos.


Complicações da hanseníase


Sem tratamento, a hanseníase pode gerar:


  • Deformidades físicas severas;

  • Incapacidades motoras e perda de sensibilidade;

  • Infecções recorrentes nas extremidades;

  • Comprometimento ocular, levando à cegueira;

  • Isolamento social e problemas psicossociais.


Essas complicações reforçam a importância do diagnóstico e tratamento precoces.


Conclusão


A hanseníase é uma infecção crônica, mas totalmente tratável e curável. O conhecimento sobre seus modos de transmissão, sintomas e formas de prevenção é essencial para eliminar o preconceito e garantir a reintegração social dos pacientes.


Se você ou alguém próximo apresentar manchas na pele com alteração de sensibilidade, procure uma unidade de saúde. O diagnóstico precoce salva vidas e evita incapacidades.

A informação é a melhor arma contra a hanseníase!


Fonte: Manual MSD

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