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Hipertrofia prostática benigna (HPB): entenda sintomas, diagnóstico e tratamentos disponíveis


A hipertrofia prostática benigna (HPB) é uma condição que afeta um grande número de homens, especialmente após os 50 anos de idade. Trata-se do aumento da glândula prostática, que embora não seja cancerígeno, pode causar obstrução do trato urinário e comprometer a qualidade de vida.


Com o envelhecimento da população masculina no Brasil, esse tema torna-se cada vez mais relevante para a saúde pública e o bem-estar individual.


O que é a próstata e qual sua função no organismo masculino


A próstata é uma glândula do sistema reprodutor masculino, localizada logo abaixo da bexiga e ao redor da uretra — o canal por onde a urina é eliminada do corpo. Sua principal função é produzir parte do fluido que compõe o sêmen.


Em homens jovens, essa glândula tem o tamanho aproximado de uma noz, mas tende a crescer com o avanço da idade.


Causas e fatores de risco para hipertrofia prostática benigna


A causa exata da hipertrofia prostática benigna ainda não é totalmente conhecida, mas acredita-se que envolva alterações hormonais relacionadas à testosterona e à di-hidrotestosterona. Entre os principais fatores de risco estão:


  • Idade avançada (maior incidência após os 50 anos).

  • Histórico familiar de HPB.

  • Sedentarismo.

  • Obesidade.

  • Diabetes tipo 2.

Medicamentos como anti-histamínicos e descongestionantes também podem piorar temporariamente os sintomas, ao interferirem no relaxamento da bexiga.


Sintomas da hipertrofia prostática benigna


Os sintomas decorrem da compressão da uretra pelo aumento da próstata, dificultando a passagem da urina. Entre os mais comuns estão:


  • Dificuldade para iniciar a micção.

  • Jato urinário fraco ou interrompido.

  • Sensação de esvaziamento incompleto da bexiga.

  • Aumento da frequência urinária, especialmente à noite (noctúria).

  • Urgência urinária.

  • Gotejamento de urina ao final da micção.

Esses sinais fazem parte do que se chama de sintomas do trato urinário inferior (STUI). É importante lembrar que outras condições, como infecções urinárias e câncer de próstata, podem causar sintomas semelhantes.

Complicações da HPB quando não tratada

Quando a HPB evolui sem tratamento adequado, podem surgir complicações importantes:

Complicação

Descrição

Retenção urinária

Incapacidade total de urinar, com dor intensa e necessidade de cateter.

Infecções do trato urinário (ITU)

A urina estagnada na bexiga favorece infecções recorrentes.

Cálculos na bexiga

Formados por conta da urina residual.

Incontinência por transbordamento

A bexiga muito cheia vaza involuntariamente.

Comprometimento renal

Obstruções prolongadas podem afetar a função dos rins.

Como é feito o diagnóstico da hipertrofia prostática benigna

O diagnóstico é feito com base em:

  • Exame digital retal: o médico avalia o tamanho, a consistência e a simetria da próstata.

  • Dosagem do PSA (antígeno prostático específico): ajuda a distinguir HPB de câncer de próstata.

  • Urofluxometria: mede o fluxo urinário.

  • Ultrassonografia vesical pós-miccional: avalia o volume de urina retida na bexiga.

  • RM multiparamétrica e biópsia: são indicadas se houver suspeita de câncer.

Esses exames ajudam a confirmar o diagnóstico de HPB e excluir causas malignas dos sintomas urinários.

Tratamentos para hipertrofia prostática benigna

O tratamento vai depender da gravidade dos sintomas e da presença de complicações. Em casos leves, pode ser feito apenas o acompanhamento clínico. Em casos moderados a graves, as opções incluem:

1. Medicamentos

  • Bloqueadores alfa-adrenérgicos (como terazosina, tansulosina, doxazosina): relaxam os músculos da próstata e bexiga, facilitando a micção.

  • Inibidores da 5-alfa-redutase (como finasterida e dutasterida): reduzem o tamanho da próstata.

  • Tadalafila: útil quando o paciente também apresenta disfunção erétil.

Esses tratamentos podem ser usados isoladamente ou combinados, conforme avaliação médica.

2. Cirurgias

A cirurgia é indicada quando os medicamentos não resolvem ou há complicações importantes. A mais comum é a Ressecção Transuretral da Próstata (RTUP), feita por via uretral, sem cortes externos. Outras opções incluem:

  • Incisão transuretral da próstata (ITUP)

  • Terapias minimamente invasivas (como laser, micro-ondas e radiofrequência)

Tabela comparativa de tratamentos:

Tratamento

Vantagem

Desvantagem

Medicamentos

Menos invasivo, de uso contínuo

Efeitos colaterais e resposta variável

RTUP

Maior eficácia em casos graves

Risco de impotência ou incontinência

Terapias minimamente invasivas

Menos risco de complicações

Alívio dos sintomas mais lento

Prevenção e cuidados gerais

Embora não seja possível prevenir totalmente a hipertrofia prostática benigna, algumas medidas ajudam a controlar o quadro e reduzir os sintomas:

  • Evitar adiar a micção por longos períodos

  • Reduzir o consumo de cafeína e álcool

  • Manter um peso saudável

  • Praticar exercícios físicos regularmente

  • Realizar acompanhamento urológico a partir dos 50 anos (ou antes, se houver histórico familiar)

Conclusão

A hipertrofia prostática benigna (HPB) é uma condição comum, mas que pode ter impacto significativo na qualidade de vida dos homens. A boa notícia é que, com diagnóstico precoce e acompanhamento adequado, é possível controlar os sintomas e evitar complicações.


O diálogo aberto com o urologista é fundamental para escolher o melhor tratamento e garantir uma vida saudável mesmo após os 50 anos.


Fonte: Manual MSD

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