Hipertrofia prostática benigna (HPB): entenda sintomas, diagnóstico e tratamentos disponíveis
- claurepires
- 20 de mai.
- 3 min de leitura

A hipertrofia prostática benigna (HPB) é uma condição que afeta um grande número de homens, especialmente após os 50 anos de idade. Trata-se do aumento da glândula prostática, que embora não seja cancerígeno, pode causar obstrução do trato urinário e comprometer a qualidade de vida.
Com o envelhecimento da população masculina no Brasil, esse tema torna-se cada vez mais relevante para a saúde pública e o bem-estar individual.
O que é a próstata e qual sua função no organismo masculino
A próstata é uma glândula do sistema reprodutor masculino, localizada logo abaixo da bexiga e ao redor da uretra — o canal por onde a urina é eliminada do corpo. Sua principal função é produzir parte do fluido que compõe o sêmen.
Em homens jovens, essa glândula tem o tamanho aproximado de uma noz, mas tende a crescer com o avanço da idade.
Causas e fatores de risco para hipertrofia prostática benigna
A causa exata da hipertrofia prostática benigna ainda não é totalmente conhecida, mas acredita-se que envolva alterações hormonais relacionadas à testosterona e à di-hidrotestosterona. Entre os principais fatores de risco estão:
Idade avançada (maior incidência após os 50 anos).
Histórico familiar de HPB.
Sedentarismo.
Obesidade.
Diabetes tipo 2.
Medicamentos como anti-histamínicos e descongestionantes também podem piorar temporariamente os sintomas, ao interferirem no relaxamento da bexiga.
Sintomas da hipertrofia prostática benigna
Os sintomas decorrem da compressão da uretra pelo aumento da próstata, dificultando a passagem da urina. Entre os mais comuns estão:
Dificuldade para iniciar a micção.
Jato urinário fraco ou interrompido.
Sensação de esvaziamento incompleto da bexiga.
Aumento da frequência urinária, especialmente à noite (noctúria).
Urgência urinária.
Gotejamento de urina ao final da micção.
Esses sinais fazem parte do que se chama de sintomas do trato urinário inferior (STUI). É importante lembrar que outras condições, como infecções urinárias e câncer de próstata, podem causar sintomas semelhantes.
Complicações da HPB quando não tratada
Quando a HPB evolui sem tratamento adequado, podem surgir complicações importantes:
Complicação | Descrição |
Retenção urinária | Incapacidade total de urinar, com dor intensa e necessidade de cateter. |
Infecções do trato urinário (ITU) | A urina estagnada na bexiga favorece infecções recorrentes. |
Cálculos na bexiga | Formados por conta da urina residual. |
Incontinência por transbordamento | A bexiga muito cheia vaza involuntariamente. |
Comprometimento renal | Obstruções prolongadas podem afetar a função dos rins. |
Como é feito o diagnóstico da hipertrofia prostática benigna
O diagnóstico é feito com base em:
Exame digital retal: o médico avalia o tamanho, a consistência e a simetria da próstata.
Dosagem do PSA (antígeno prostático específico): ajuda a distinguir HPB de câncer de próstata.
Urofluxometria: mede o fluxo urinário.
Ultrassonografia vesical pós-miccional: avalia o volume de urina retida na bexiga.
RM multiparamétrica e biópsia: são indicadas se houver suspeita de câncer.
Esses exames ajudam a confirmar o diagnóstico de HPB e excluir causas malignas dos sintomas urinários.
Tratamentos para hipertrofia prostática benigna
O tratamento vai depender da gravidade dos sintomas e da presença de complicações. Em casos leves, pode ser feito apenas o acompanhamento clínico. Em casos moderados a graves, as opções incluem:
1. Medicamentos
Bloqueadores alfa-adrenérgicos (como terazosina, tansulosina, doxazosina): relaxam os músculos da próstata e bexiga, facilitando a micção.
Inibidores da 5-alfa-redutase (como finasterida e dutasterida): reduzem o tamanho da próstata.
Tadalafila: útil quando o paciente também apresenta disfunção erétil.
Esses tratamentos podem ser usados isoladamente ou combinados, conforme avaliação médica.
2. Cirurgias
A cirurgia é indicada quando os medicamentos não resolvem ou há complicações importantes. A mais comum é a Ressecção Transuretral da Próstata (RTUP), feita por via uretral, sem cortes externos. Outras opções incluem:
Incisão transuretral da próstata (ITUP)
Terapias minimamente invasivas (como laser, micro-ondas e radiofrequência)
Tabela comparativa de tratamentos:
Tratamento | Vantagem | Desvantagem |
Medicamentos | Menos invasivo, de uso contínuo | Efeitos colaterais e resposta variável |
RTUP | Maior eficácia em casos graves | Risco de impotência ou incontinência |
Terapias minimamente invasivas | Menos risco de complicações | Alívio dos sintomas mais lento |
Prevenção e cuidados gerais
Embora não seja possível prevenir totalmente a hipertrofia prostática benigna, algumas medidas ajudam a controlar o quadro e reduzir os sintomas:
Evitar adiar a micção por longos períodos
Reduzir o consumo de cafeína e álcool
Manter um peso saudável
Praticar exercícios físicos regularmente
Realizar acompanhamento urológico a partir dos 50 anos (ou antes, se houver histórico familiar)
Conclusão
A hipertrofia prostática benigna (HPB) é uma condição comum, mas que pode ter impacto significativo na qualidade de vida dos homens. A boa notícia é que, com diagnóstico precoce e acompanhamento adequado, é possível controlar os sintomas e evitar complicações.
O diálogo aberto com o urologista é fundamental para escolher o melhor tratamento e garantir uma vida saudável mesmo após os 50 anos.
Fonte: Manual MSD
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