top of page

Princípios das Imobilizações em Crianças

Atualizado: 9 de mai. de 2023

Professor: Bruno Gonçalves Schroder e Souza.


menino vestindo camiseta amarela mostra o braço direito enfaixado, sugerindo fratura no braço

1 - Quais as principais diferenças do esqueleto infantil do adulto?


A primeira diferença consiste na presença de anéis cartilaginosos que separam as extremidades dos ossos longos (epífises e apófises) das metáfises: as fises. As fises são responsáveis pelo crescimento longitudinal do osso, por isso também são conhecidas como placas de crescimento. Além disso, o osso imaturo tem maior proporção de matriz não mineralizada e conteúdo de água, que respondem pela maior plasticidade e elasticidade desse osso. Adicionalmente, o periósteo é mais espesso e biologicamente ativo, pois é responsável pelo crescimento transversal do osso e por seu remodelamento. O potencial de remodelamento ósseo, após uma fratura por exemplo, é significativamente maior nas crianças que nos adultos.

2 - Quais as regiões dos ossos longos nas crianças?


Epífises e apófises

Fise

Metáfise

Diáfise

3 - Quais são as camadas da fise?


Camada de células progenitoras (germinativa ou de repouso), a camada proliferativa (com numerosas mitoses de condrócitos e produção de colágeno tipo II), a camada hipertrófica (onde predomina a apoptose de vários condrócitos, aumento de volume de outros e produção de colágeno tipo X) e a camada de ossificação endocondral (caracterizada pela mineralização da matriz e transição para o osso metafisário). A camada mais frágil às forças de cisalhamento é a camada hipertrófica, por onde ocorrem a maioria dos traços de fratura que acometem a fise.

4 - Quais os tipos de fraturas fisárias?


Segundo Salter e Harris podemos classificar as fraturas fisárias em 5 tipos. Posteriormente, Rang acrescentou um 6º tipo de lesão a esta classificação:



tipo de fraturas fisárias






5 - Além de fraturas fisárias, quais outros padrões de fraturas podemos encontrar em crianças?





6 - Quais as causas de fraturas atípicas ou múltiplas em crianças?


  • Doenças osteometabólicas (como o raquitismo)

  • Doenças genéticas (como a osteogênese imperfeita)

  • Acidentes de alta energia (politraumatismo)

  • Abuso infantil

7 - Quais lesões indicam a possibilidade de abuso infantil?


As fraturas de alta especificidade para abuso infantil devem sempre desencadear internação hospitalar e investigação. Fraturas de média especificidade, normalmente também exigem maior cuidado e devem despertar a atenção da equipe de saúde. Fraturas de baixa especificidade raramente estão associadas a abuso.







8 - Quais são os desvios possíveis em uma fratura?


Os desvios angulares podem ocorrem no plano coronal (em varo ou valgo) ou sagital (em antecurvato e recurvato). Quando ocorre no plano axial, chamamos o desvio de rotacional (medial ou lateral). O desvio longitudinal ocorre por afastamento dos fragmentos (desvio tipo diástase) ou encurtamento do osso (por cavalgamento dos fragmentos ou por cominiução óssea).

9 - Qual o desvio mais comum das metafisárias distais do rádio nas crianças?


O desvio mais comum é o cavalgamento dorsal (ou baioneta dorsal), gerando a deformidade típica em dorso de garfo. Esta fratura recebe o epônimo de fratura de Colles.

10 - Quais fatores afetam a chance de remodelamento ósseo de uma fratura desviada?


  • Idade (quando mais jovem maior o remodelamento)

  • Fatores anatômicos e biológicos:

Maior potencial próximo as fises

Atividade biológica da fise

Maior potencial próximo ao ombro e punho nos MMSS

Maior potencial próximo ao joelho nos MMII

Plano do desvio

Maior potencial de remodelamento nos planos sagital e coronal. (Quase nulo no plano axial)


11 - Qual a contribuição de cada fise no crescimento do esqueleto?





12 - Quais os desvios aceitáveis em fraturas do rádio distal conforme a idade?



13 - Quais os desvios aceitáveis em fraturas do úmero conforme a idade?





14 - Quais os desvios aceitáveis em fraturas do fêmur conforme a idade?





15 - Quais os desvios aceitáveis em fraturas da tíbia conforme a idade?





16 - Como deve ser o tratamento das fraturas nas crianças?


O tratamento pode ser clínico (com imobilizações) ou cirúrgico. O tratamento clínico geralmente é preferido em fraturas não desviadas, fraturas com desvio aceitável e fraturas passiveis de redução estável. O tratamento cirúrgico é normalmente indicado em fraturas expostas ou associadas a grave comprometimento de partes moles, em politraumatizados e nas fraturas cujo desvio é inaceitável ou quando não é possível manter a redução obtida por meios conservadores.

17 - Qual o tratamento das fraturas do fêmur na infância?





18 - Quais as opções de redução para as fraturas nas crianças?


Manobras de redução podem ser realizadas em regime ambulatorial ou hospitalar. Analgesia adequada pode ser obtida com diversos métodos (bloqueios anestésicos intrafocais, bloqueios de nervos periféricos, sedação consciente ou mesmo anestesia geral). As manobras de redução podem utilizar um ou mais princípios e devem ser conduzidas por uma especialista. São exemplos de manobras de redução: apoio contra um fulcro, tração e contra tração (método de Boöhler), inversão do mecanismo de fratura e manipulação dos fragmentos, hiper deformação e tração. Uma alternativa é a tração cutânea com pesos (método de Stimson).

19 - Quais fatores contribuem para manutenção da redução no gesso definitivo?


Adequada modelagem do aparelho gessado (sem bolhas de ar ou espaços vazios, apoios em 3 pontos e adaptação aos contornos ósseos), modelagem da membrana interóssea (no antebraço), respeito aos princípios hidrostáticos (conforme descrito por Sarmiento) e anulação das forças deformantes.

20 - Cite complicações relacionadas ao uso de aparelhos gessados no tratamento de fraturas?

  • Síndrome compartimental

  • Garroteamento

  • Contratura isquêmicas de Volkman

  • Compressão de nervos

  • Lesões de pele

  • Rigidez articular

  • Distrofia simpático-reflexa (SDRC)

21 - Enumere cuidados que o médico deve ter após finalizar um gesso.

  • EXAMINAR O PACIENTE E ATENTAR PARA QUALQUER QUEIXA.

  • CORRIGIR QUAISQUER PROBLEMAS COM O GESSO IMEDIATAMENTE

  • ATENTAR ESPECIALMENTE PARA O STATUS NEUROLÓGICO E VASCULAR DA EXTREMIDADE

ORIENTE O PACIENTE A:

  • MANTER o membro elevado

  • MOVIMENTAR ATIVAMENTE as articulações não imobilizadas

  • NÃO QUEBRAR, NÃO SUJAR OU MOLHAR O GESSO

  • NÃO INSERIR OBJETOS dentro DO GESSO

  • RETORNAR EM CASO DE QUALQUER INTERCORRÊNCIA

  • Faça um ENCAMINHAMENTO POR ESCRITO e MEDIQUE o paciente

Posts recentes

Ver tudo
Banner-Sidebar-Residencia-402x1024.jpg
Banner-Sidebar-Revalida-402x1024.jpg
Banner-Sidebar-Atualizacao-402x1024.jpg
MedFlix Zaza.png
bottom of page