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Abortamento: definição, classificação e apresentações clínicas

Atualizado: 30 de set.





1. Qual é a definição de abortamento?


Corresponde à interrupção da gravidez antes de 22 semanas, ou com um feto até 500g ou de 16,5cm.

2. Como é feita a classificação do abortamento no que diz respeito à cronologia?


Precoce: até 12 semanas.

Tardio: de 13 a 20 semanas.

3. Como é feita a classificação do abortamento no que diz respeito à intenção?


Abortamento provocado; abortamento espontâneo.

4. Qual é a causa mais comum de aborto espontâneo e como é feita a pesquisa dessa causa?


Causas cromossômicas. A pesquisa pode ser feita a partir do produto do aborto – restos placentários ou em caso de abortos de repetição verificar as condições do casal – predisposição ao abortamento.

5. Qual tipo de diabetes é causa endócrina importante de aborto e qual a conduta adequada diante de uma gestante com tal patologia?


Diabetes mellitus tipo 1 – caso a gestante esteja com a doença descompensada, fazer a compensação inicial e, em seguida, realizar uma preconcepção adequada, com acompanhamento endócrino-metabólico e ginecológico da gestante.

6. Qual é o conceito de abortamento habitual?


Aborto recorrente com 3 ou mais abortamentos espontâneos.

7. Segundo a ACOG, o que deve ser pesquisado diante de uma mulher com abortamento habitual?


Pesquisa de alterações cromossômicas do casal e pesquisa da presença de Síndrome de Anticorpos Antifosfolípedes (SAF).

8. Quais são as possíveis apresentações clínicas do abortamento?


Ameaça de abortamento; abortamento em curso (completo ou incompleto); abortamento retido / gestação anembrionada; abortamento habitual e abortamento infectado.

9. Qual é a primeira manifestação da ameaça de abortamento e quais são as causas mais prováveis desse sinal?


Sangramento, que ocorre normalmente por anomalia tecidual uterina e/ou descolamento da inserção do córion.

10. A partir de quantas semanas é possível a avaliação ultrassonográfica do saco gestacional e do batimento cardíaco fetal, e quais as condutas devem ser adotadas diante de uma gestante com suspeita de ameaça de abortamento?


Pelo USG a avaliação do saco gestacional só é possível a partir de 5 a 6 semanas, e do batimento cardíaco fetal entre 6 e 7 semanas. Condutas: repouso relativo, proibição de coito e progesterona (age na manutenção do tecido que está com deformação) – relativo ao serviço.

11. Qual é a principal hipótese diante de uma gestante que referiu cólica intensa, com presença de sangramento vaginal apresentando “pedaços no sangue” e com cessação da dor após um tempo?


Aborto completo – quando ocorre expulsão completa do produto da concepção.

12. Qual é o aspecto ultrassonográfico característico do abortamento completo e qual medida endometrial é tida como referência para confirmação dessa condição?


Ausência de conteúdo uterino, podendo haver pequena quantidade de conteúdo heterogêneo e líquido. Medida endometrial < 15mm.



13. A que corresponde o aborto incompleto, em qual período gestacional é mais comumente presente e qual é o aspecto uterino e do colo uterino esperado em tal condição?


Eliminação parcial dos produtos da concepção (apresenta-se como um sangramento geralmente persistente e intermitente), sendo mais frequente após 10 semanas. O volume uterino é menor do que o esperado para a idade e o colo uterino pode estar pérvio ou fechado.

14. Como é feito o diagnóstico ultrassonográfico do aborto incompleto e qual é o tratamento preconizado nessa situação?


Conteúdo amorfo e heterogêneo e endométrio > 15mm. O tratamento consiste no esvaziamento por curetagem ou AMIU.



15. A que corresponde o abortamento retido e como é feito o diagnóstico ultrassonográfico?

Morte embrionária ou fetal antes de 20 semanas com retenção do produto conceptual por período prolongado. Diagnóstico ultrassonográfico: ausência de atividade cardíaca em embriões com comprimento céfalo-nádega > 7mm.



16. Qual é o conceito geral e ultrassonográfico de gestação anembrionada, respectivamente?


Reabsorção do embrião, com não visualização do mesmo com diâmetro interno médio do saco gestacional > 25mm.

USG: ausência de embrião com atividade cardíaca após 2 semanas de ultrassonografia transvaginal, que evidenciou saco gestacional sem vesícula vitelina, ou ausência de embrião com atividade cardíaca após 11 dias de ultrassonografia, que visualizou saco gestacional com vesícula vitelina.

17. Quais são as bactérias mais comumente encontradas no abortamento infectado?


Bactérias aeróbicas e anaeróbicas: Estreptococos beta-hemolíticos, Enterococos, E. coli, Bacterioides fragilis e Clostridium.

18. Diante de uma gestante que se apresenta ao pronto socorro com sangramento vaginal com conteúdo purulento, dor abdominal em cólica, útero doloroso à palpação e com sinais de peritonite e sepse, qual hipótese diagnóstica principal deve ser elucidada?


Abortamento infectado.

19. Qual é o tratamento preconizado diante de uma gestante com suspeita de abortamento infectado?


Tratamento clínico e cirúrgico: tratar a hipovolemia, combater a infecção e reparar cirurgicamente as lesões e lacerações decorrentes do abortamento, hidratação vigorosa e, para correção do sangramento por hipotonia uterina, administração de ocitocina em altas doses (até 50UI) ou metilergonovina 0,2mg IM.

20. Quais são as indicações para o tratamento cirúrgico do abortamento?


Restos ovulares pela USG (esvaziamento uterino por curetagem ou AMIU); laceração cervical (sutura do colo uterino e revisão vaginal); evidências de perfuração uterina (laparotomia exploradora com avaliação do útero e vísceras abdominais e correção das lesões encontradas. Pode ter indicação de histerectomia nas formas disseminadas ou nas formas refratárias ao tratamento clínico).

21. Qual é o instrumento cirúrgico representado na imagem abaixo e qual é sua principal função?


AMIU. Realiza o esvaziamento uterino por sucção – há uma pressão negativa através da introdução de uma cânula na cavidade uterina.



22. Em que consiste a conduta expectante?


Tratamento não cirúrgico do aborto precoce (<12 semanas).

23. Qual fármaco da classe dos análogos sintéticos da prostaglandina E1 é utilizado no tratamento medicamentoso do abortamento e quais são as principais indicações de seu uso?


Misoprostol (uso oral e/ou vaginal) – uso no esvaecimento do colo pré-curetagem; tratamento medicamentoso do abortamento e óbito fetal (principalmente >12 semanas); indução do trabalho de parto e na hemorragia pós-parto.

24. Qual é a posologia preconizada de misoprostol nas perdas gestacionais precoces?


800mcg via vaginal a cada 24h por 2 dias – com taxa de sucesso de 80%.

25. Diante de qual situação gestacional a dose de misoprostol não deve ser maior que 200µg vaginal a cada 6 horas, e por quê?


Em caso de cicatriz uterina anterior (cesárea ou miomectomia) – mulheres com cicatriz uterina têm um risco de 0,28% de rotura uterina durante o abortamento farmacológico no segundo trimestre.

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