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Teste seus conhecimentos sobre o sarcoma de Ewing

médico segurando um escudo com o escrito sarcoma de Ewing

Entre as formas raras de câncer, o sarcoma de Ewing é uma neoplasia agressiva, que afeta principalmente crianças e adolescentes. Foi descrito pela primeira vez por James Ewing como um "endotelioma difuso de osso". Caracteriza-se por tumores de células pequenas e redondas e é histologicamente definido pela presença do oncogene EWS/FLI-1. O sarcoma de Ewing é o segundo tumor ósseo pediátrico maligno mais comum e está associado a morbidade e mortalidade significativas.


A compreensão do sarcoma de Ewing é fundamental por vários motivos. Em primeiro lugar, o diagnóstico preciso é essencial para diferenciar a doença de outros tumores semelhantes, e para iniciar as estratégias de tratamento adequadas. Em segundo lugar, o conhecimento da epidemiologia da doença ajuda a identificar populações de alto risco e a desenvolver programas de prevenção e triagem direcionados. Além disso, a compreensão dos fatores prognósticos e dos resultados associados ao sarcoma de Ewing podem orientar as decisões terapêuticas e melhorar os resultados dos pacientes.


A epidemiologia atual do sarcoma de Ewing ainda não é bem compreendida, principalmente em pacientes adultos. A maioria dos dados disponíveis provém de estudos envolvendo crianças e adolescentes, e há poucas informações sobre a incidência, a prevalência e as taxas de sobrevida da doença na população geral.


Os estudos de base populacional têm se concentrado principalmente em pacientes pediátricos e relatam a incidência e a sobrevida sem análises abrangentes de resultados ou fatores prognósticos. No Brasil, a epidemiologia do sarcoma de Ewing também não está bem caracterizada. Faltam dados abrangentes sobre a incidência, a prevalência e as taxas de sobrevida da doença no país. Essa lacuna no conhecimento dificulta a avaliação clínica da carga do sarcoma de Ewing e o desenvolvimento de estratégias terapêuticas adequadas.


Você está familiarizado com a abordagem clínica e as intervenções necessárias em caso de sarcoma de Ewing?


Verifique os seus conhecimentos com este teste rápido.



Qual é a principal alteração molecular associada à fisiopatologia do sarcoma de Ewing?

  • 0%Amplificação do gene MYC

  • 0%Fusão do gene EWSR1 com o gene FLI1

  • 0%Deleção do gene TP53

  • 0%Mutação do gene RB1



A fisiopatologia do sarcoma de Ewing é caracterizada por eventos moleculares específicos que contribuem para o surgimento e a progressão da doença. Um dos principais eventos moleculares é a translocação recíproca equilibrada – t(11;22)(q24;q12) –, presente na maioria dos casos de sarcoma de Ewing. Essa translocação resulta na formação de umaproteína de fusão oncogênica e de um fator de transcrição conhecido como EWS/FLI.


A proteína de fusão EWS/FLI é uma proteína quimérica que combina o terminal amino da EWS, um membro da família TET (TLS/EWS/TAF15) de proteínas de ligação a RNA, com o terminal carboxi da FLI, um membro da família ETS de fatores de transcrição. A proteína de fusão desempenha um papel crucial na patogênese do sarcoma de Ewing, desregulando a expressão do gene e promovendo processos oncogênicos.


A proteína de fusão EWS/FLI funciona como um fator de transcrição e se liga a sequências específicas de DNA, levando a ativação ou repressão de genes-alvo envolvidos em vários processos celulares. Foi demonstrado que ela interage com vários reguladores de transcrição, incluindo o fator de transcrição SP3, fatores de transcrição do tipo Kruppel e o fator de transcrição Octamer-3 (OCT3). Essas interações também contribuem para a desregulação já mencionada.


Além disso, descobriu-se que a proteína de fusão EWS/FLI interage com proteínas cromossômicas, não histonas e com outros fatores de transcrição, como os fatores de transcrição NFATC. Essas interações modulam ainda mais a expressão gênica e contribuem para as propriedades oncogênicas do sarcoma de Ewing.


Saiba mais sobre a fisiopatologia do sarcoma de Ewing.



Qual das seguintes características clínicas é mais comum em pacientes com sarcoma de Ewing?

  • Aumento do volume abdominal e dor abdominal difusa

  • Sintomas neurológicos: fraqueza e dormência nas extremidades

  • Hematúria e dor lombar

  • Dor óssea localizada e sensibilidade

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Os pacientes com sarcoma de Ewing geralmente apresentam dor localizada e edema no local do tumor, juntamente com uma massa ou nódulo palpável. A dor costuma ser persistente e pode piorar à noite ou com a prática de atividade física. O envolvimento ósseo pode causar dor óssea, limitação da amplitude de movimento e fraturas. Nos casos em que o tumor acomete a coluna vertebral, os pacientes podem apresentar dor lombar e sintomas neurológicos.


Sintomas sistêmicos, como fadiga, perda ponderal e febre, são menos comuns, mas podem estar presentes na doença avançada ou metastática. A metástase pode ocorrer nos pulmões, ossos, medula óssea e em outros órgãos distantes, levando a sintomas como tosse, dispneia, dor óssea e anemia.


É importante observar que o sarcoma de Ewing cutâneo primário, uma variante rara da doença, pode apresentar características clínicas diferentes. Ocorre predominantemente em mulheres, em idade mais avançada e está associado melhores desfechos, em comparação com o sarcoma de Ewing ósseo. No entanto, o sarcoma de Ewing cutâneo primário ainda é uma entidade rara, e mais pesquisas são necessárias para entender a sua apresentação clínica.


Saiba mais sobre a apresentação clínica do sarcoma de Ewing.



Qual dos seguintes métodos diagnósticos é mais eficaz na confirmação do sarcoma de Ewing?

  • Radiografia simples

  • Ressonância magnética com contraste

  • Biópsia por agulha fina

  • Tomografia por emissão de pósitrons


O exame histológico de uma amostra de biópsia é essencial para confirmar o diagnóstico de sarcoma de Ewing. Os aspectos histológicos característicos incluem células pequenas e redondas com uma alta relação núcleo/citoplasma, citoplasma escasso e aparência "azul", característica na coloração com hematoxilina e eosina.


A coloração imuno-histoquímica também pode ser realizada para detectar marcadores específicos associados à doença, como o CD99, o FLI1 e o ERG. Além disso, a análise molecular é fundamental para confirmar o diagnóstico e identificar alterações genéticas específicas. Técnicas moleculares, como a reação em cadeia da polimerase com transcrição reversa (RT-PCR) ou a hibridização in situ por fluorescência (FISH), podem ser usadas para detectar esses genes de fusão.


As imagens radiológicas, principalmente raios X, tomografia computadorizada (TC), ressonância magnética (RM) e tomografia por emissão de pósitrons (PET), desempenham um papel fundamental na avaliação da extensão do tumor, na identificação do local primário e na detecção de metástases.


Saiba mais sobre o diagnóstico do sarcoma de Ewing.



Qual é o tratamento de primeira-linha para pacientes com sarcoma de Ewing localizado?

  • Cirurgia seguida de radioterapia

  • Quimioterapia neoadjuvante seguida de cirurgia e radioterapi

  • Radioterapia exclusiva

  • Imunoterapia combinada com terapia-alvo



A cirurgia desempenha um papel fundamental no tratamento do sarcoma de Ewing. O objetivo é obter a ressecção completa do tumor, preservando a função local, sempre que possível . A ressecção em bloco do tumor é preferível, e a extensão da cirurgia depende da localização e do tamanho do tumor. A ressecção cirúrgica está associada a melhora da sobrevida global e da sobrevida específica da doença.


A quimioterapia é parte integrante do tratamento e geralmente é administrada antes e depois da cirurgia. Os esquemas quimioterápicos com múltiplos agentes, como vincristina, doxorrubicina, ciclofosfamida e ifosfamida, demonstraram eficácia na melhoria dos desfechos. A quimioterapia ajuda a diminuir o tumor, controlar a doença micrometastática e reduzir o risco de recorrência.


A radioterapia é frequentemente usada como tratamento adjuvante no sarcoma de Ewing, principalmente quando a ressecção cirúrgica completa não é viável ou para aumentar o controle local. Normalmente, é administrada após a cirurgia ou como parte do tratamento definitivo para tumores irressecáveis. No entanto, o uso da radioterapia deve ser cuidadosamente considerado devido aos possíveis efeitos colaterais de longo prazo, inclusive de sarcomas induzidos por radiação.


A abordagem terapêutica pode variar dependendo de fatores como a localização do tumor, o estágio e as características do paciente. A colaboração multidisciplinar entre oncologistas, cirurgiões e radioterapeutas é essencial para adaptar os planos de tratamento para cada paciente.


Saiba mais sobre o tratamento do sarcoma de Ewing.



Qual das seguintes características clínicas está associada a um prognóstico menos favorável em pacientes com sarcoma de Ewing?

  • 0%Idade jovem no momento do diagnóstico

  • 0%Tamanho do tumor primário

  • 0%Ocorrência de metástases

  • 0%Presença da translocação t(11;22)(q24;q12)



A metástase na apresentação inicial tem sido consistentemente identificada como um fator prognóstico negativo no sarcoma de Ewing. A presença de lagos sanguíneos revestidos por células tumorais, conhecida como mimetismo vasculogênico, tem sido associada a piores desfechos clínicos. Essas estruturas contribuem para um sistema circulatório alternativo estimulado pela hipóxia, que é uma característica do sarcoma de Ewing.


Estudos recentes destacam a presença de mutações recorrentes, incluindo mutações em genes como ANKRD30A, CCDC19, KIAA0319, KIAA1522, LAMB4, SLFN11, STAG2, TP53, UNC80 e ZNF98. Além disso, foi observada a ativação do receptor 1 do fator de crescimento de fibroblastos (FGFR1), com mutações no FGFR1 e ganhos no número de cópias frequentemente detectados. A expressão de alto nível do FGFR1 também foi observada como uma característica desfavorável.


Saiba mais sobre o prognóstico do sarcoma de Ewing.


Dr. Hermano Alexandre Lima Rocha é médico, pós-doutor em epidemiologia pela Harvard School of Public Health, alumnus do curso Effective Writing for Health Care da Harvard Medical School e professor de epidemiologia na faculdade de medicina da Universidade Federal do Ceará. Ele também é cientista do desenvolvimento infantil, realiza estudos epidemiológicos para a geração de políticas públicas que ajudem a aumentar o capital humano internacional e desenvolve pesquisas com o uso aplicado à saúde pública de estatística de inteligência artificial específica.

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