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Doença celíaca: sinais precoces que você não deve ignorar

Doença celíaca

A doença celíaca é uma condição autoimune provocada pela ingestão de glúten, uma proteína presente no trigo, centeio, cevada e derivados. Quando uma pessoa com doença celíaca consome alimentos com glúten, o sistema imunológico reage contra o próprio intestino delgado, danificando suas vilosidades — estruturas responsáveis por absorver os nutrientes dos alimentos.


O problema é que essa inflamação intestinal pode acontecer de forma silenciosa e gradual. Muitas pessoas vivem anos com sintomas leves, sem imaginar que têm uma condição que pode comprometer seriamente sua saúde a longo prazo.


Neste artigo, você vai entender quais são os sinais precoces da doença celíaca, como ela é diagnosticada e o que muda na rotina após o diagnóstico.


O que causa a doença celíaca


A doença tem base genética e afeta pessoas predispostas. Estima-se que entre 1% e 2% da população mundial tenha doença celíaca, embora muitos casos ainda não sejam diagnosticados.


Dois fatores principais estão envolvidos:


  • Genética: presença dos genes HLA-DQ2 ou HLA-DQ8.

  • Exposição ao glúten: geralmente a partir da introdução alimentar na infância.

Além disso, fatores ambientais, infecções intestinais, mudanças na microbiota e estresse também podem influenciar no surgimento da doença.

Quais são os sinais precoces da doença celíaca

Os sintomas podem variar bastante de pessoa para pessoa. Em crianças, os sinais tendem a ser mais evidentes e intestinais. Em adultos, muitas vezes os sintomas são extraintestinais, tornando o diagnóstico mais difícil.

Antes da lista, vale reforçar: se você apresenta esses sintomas com frequência e sem outra causa aparente, vale conversar com um médico.

  • Inchaço abdominal e gases frequentes.

  • Diarreia crônica ou constipação persistente.

  • Anemia por deficiência de ferro que não melhora com suplemento.

  • Perda de peso não intencional.

  • Atraso no crescimento ou baixa estatura em crianças.

  • Cansaço frequente sem motivo claro.

  • Alterações de humor, ansiedade ou depressão.

  • Lesões de pele com coceira intensa (dermatite herpetiforme).

  • Queda de cabelo e unhas fracas.

  • Infertilidade ou abortos de repetição.

Esses sinais são reflexo da má absorção de nutrientes provocada pela inflamação intestinal crônica.

Como é feito o diagnóstico da doença celíaca

O diagnóstico é feito com base em uma combinação de sintomas, exames laboratoriais e, em alguns casos, biópsia intestinal.

Exames laboratoriais:

  • Sorologia para doença celíaca: anticorpos anti-transglutaminase tecidual (tTG-IgA) e anti-endomísio.

  • Dosagem de IgA total (para confirmar que a resposta imunológica está adequada).

Se esses exames forem positivos, o médico pode solicitar:

  • Endoscopia digestiva alta com biópsia duodenal: para avaliar o grau de lesão nas vilosidades.

  • Teste genético (HLA-DQ2 e HLA-DQ8): não confirma, mas ajuda a excluir o diagnóstico se for negativo.

Importante: não se deve retirar o glúten da dieta antes de realizar esses exames, pois isso pode mascarar os resultados.

Qual é o tratamento da doença celíaca

O único tratamento eficaz atualmente é a dieta isenta de glúten por toda a vida. Isso inclui:

  • Eliminar alimentos com trigo, centeio, cevada e malte.

  • Verificar rótulos e evitar contaminação cruzada.

  • Aprender a identificar nomes alternativos do glúten nos ingredientes.

Após a retirada do glúten:

  • Os sintomas costumam melhorar em semanas ou poucos meses.

  • As vilosidades intestinais se regeneram.

  • A absorção de nutrientes volta ao normal.

Manter acompanhamento com nutricionista e gastroenterologista é essencial para garantir uma dieta equilibrada e livre de riscos.

Alimentos que contêm glúten e precisam ser evitados

Antes da lista, vale destacar que o glúten está presente em muitos alimentos industrializados, mesmo naqueles que parecem “inofensivos”.

  • Pães, bolos e massas feitas com farinha de trigo.

  • Biscoitos, bolachas e torradas comuns.

  • Cervejas tradicionais e bebidas maltadas.

  • Molhos prontos, caldos e temperos industrializados.

  • Embutidos (salsicha, presunto, salame) com glúten como espessante.

É fundamental ler os rótulos com atenção e buscar produtos com o selo “não contém glúten”.

O que acontece se a doença celíaca não for tratada

A inflamação contínua no intestino pode levar a uma série de complicações a longo prazo:

  • Desnutrição e osteoporose.

  • Infertilidade.

  • Problemas neurológicos (ataxias, neuropatias).

  • Risco aumentado de linfoma intestinal.

Por isso, mesmo que os sintomas sejam leves, a doença celíaca deve ser levada a sério e tratada com rigor.

E quanto à sensibilidade ao glúten não celíaca?

Algumas pessoas apresentam sintomas semelhantes aos da doença celíaca, mas não têm alteração nos exames imunológicos ou biópsia. Nesses casos, pode-se falar em sensibilidade ao glúten não celíaca.

Essa condição também melhora com dieta sem glúten, mas não causa danos ao intestino como a doença celíaca. Ainda assim, deve ser acompanhada por profissional de saúde para diferenciar de outras intolerâncias e evitar restrições alimentares desnecessárias.

Conclusão

A doença celíaca pode se manifestar de forma silenciosa ou com sintomas que imitam outras condições digestivas. Observar sinais como distensão abdominal, diarreia, anemia e alterações de humor pode ser o primeiro passo para um diagnóstico precoce e uma vida com mais saúde.

Com a retirada total do glúten da dieta, a maioria das pessoas se sente melhor, evita complicações e conquista mais qualidade de vida.

Se você desconfia da doença, procure um médico e jamais inicie dieta sem glúten por conta própria antes da investigação adequada.

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