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Doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC): causas, sintomas e cuidados essenciais


Doença pulmonar obstrutiva crônica

A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma enfermidade progressiva dos pulmões que compromete a capacidade respiratória e pode impactar profundamente a qualidade de vida.


Ela se caracteriza por uma obstrução crônica do fluxo de ar, dificultando principalmente a saída do ar dos pulmões. Embora incurável, a DPOC pode ser controlada com tratamento adequado e mudanças no estilo de vida.


Este artigo do Medicina Atual explica o que é a DPOC, suas causas, sintomas e as principais abordagens de tratamento e prevenção.


O que é a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC)


A DPOC é uma condição crônica que afeta as vias aéreas e os pulmões, tornando difícil a respiração. Ela é composta por duas doenças pulmonares principais:


  • Bronquite obstrutiva crônica: tosse produtiva com escarro por pelo menos três meses ao ano, em dois anos consecutivos, associada à obstrução do fluxo de ar.

  • Enfisema pulmonar: destruição dos alvéolos pulmonares, prejudicando as trocas gasosas.


Na maioria dos casos, os pacientes apresentam características de ambas as condições. A obstrução respiratória é progressiva, irreversível e, se não tratada, pode levar à insuficiência respiratória.


Causas da DPOC


A causa mais comum da DPOC é o tabagismo, incluindo o cigarro, o charuto e o cachimbo. A exposição prolongada a fumaça e substâncias irritantes provoca inflamação crônica nas vias aéreas, levando à degeneração do tecido pulmonar.

Outras causas incluem:


  • Exposição a vapores químicos e poeiras industriais.

  • Poluição do ar.

  • Fumaça de fogão a lenha (especialmente em zonas rurais).

  • Tendência genética (deficiência de alfa-1 antitripsina).


Principais sintomas da DPOC


A doença pulmonar obstrutiva crônica se desenvolve lentamente, e muitos pacientes não percebem os sintomas até que a função pulmonar esteja significativamente comprometida.


Sintomas iniciais (entre 40 e 50 anos):


  • Tosse leve com catarro transparente, principalmente pela manhã.

  • Falta de ar durante esforços físicos.


Sintomas avançados (acima dos 60 anos):

  • Dificuldade para respirar mesmo em repouso.

  • Infecções respiratórias frequentes (pneumonia, bronquite).

  • Perda de peso sem explicação.

  • Cianose (coloração azulada da pele e lábios).

  • Tórax aumentado (em forma de “barril”).

  • Tosse com sangue em alguns casos.

Exacerbações da DPOC: quando os sintomas pioram

As exacerbações são episódios de piora aguda dos sintomas respiratórios, muitas vezes provocadas por infecções virais ou exposição a alérgenos e poluentes. Os sinais de alerta incluem:

  • Tosse intensa com catarro espesso, amarelado ou esverdeado.

  • Falta de ar severa, mesmo em repouso.

  • Febre e dores no corpo.

  • Sudorese excessiva.

  • Confusão mental e ansiedade.

  • Pele azulada (hipoxemia).

Esses episódios podem evoluir para insuficiência respiratória aguda e exigem atendimento médico imediato.

Como é feito o diagnóstico da DPOC

O diagnóstico da DPOC é clínico e baseado nos sintomas e histórico do paciente (especialmente tabagismo). Os exames mais utilizados incluem:

  • Radiografia de tórax: avalia alterações estruturais nos pulmões.

  • Espirometria: mede a capacidade respiratória e confirma a obstrução do fluxo de ar.

  • Oximetria de pulso: verifica o nível de oxigênio no sangue.

  • Gasometria arterial: avalia a oxigenação e o equilíbrio ácido-base.

  • ECG ou ecocardiograma: se houver suspeita de sobrecarga cardíaca.

  • Exames genéticos: para investigar DPOC hereditária em não fumantes jovens.

Tratamento da DPOC

Embora a DPOC não tenha cura, o tratamento adequado pode controlar os sintomas, reduzir as exacerbações e melhorar a qualidade de vida. As abordagens terapêuticas incluem:

1. Parar de fumar

É a medida mais importante para interromper a progressão da doença. Pode-se usar:

  • Goma ou adesivo de nicotina.

  • Medicamentos prescritos (como bupropiona ou vareniclina).

  • Apoio psicológico e grupos de cessação.

2. Medicamentos broncodilatadores

Aliviam a obstrução brônquica e facilitam a respiração:

  • Agonistas beta-2 de curta ou longa ação.

  • Anticolinérgicos.

  • Corticoides inalatórios (em casos mais graves).

Os medicamentos geralmente são administrados via inaladores, permitindo ação direta nos pulmões.

3. Oxigenoterapia

Em casos com saturação de oxigênio < 88%, pode ser necessária a oxigenoterapia domiciliar, geralmente com uso de cateter nasal.

4. Reabilitação pulmonar

Programa multidisciplinar com fisioterapia, exercícios físicos e educação em saúde. Ajuda a melhorar a resistência e reduzir a falta de ar.

5. Tratamento das exacerbações

  • Antibióticos se houver infecção

  • Corticoides sistêmicos

  • Internação hospitalar em casos graves

Cuidados diários para quem tem DPOC

Além do tratamento, hábitos saudáveis e medidas preventivas são essenciais:

  • Evitar exposição à poluição, fumaça de cigarro e pólen.

  • Manter vacinação atualizada (gripe e pneumococo).

  • Alimentação equilibrada e ingestão adequada de água.

  • Monitorar sintomas e manter contato regular com o médico.

  • Evitar esforço físico excessivo, mas manter atividades leves.

Complicações e prognóstico da DPOC

A DPOC é uma das principais causas de morte evitável no mundo. Sem o controle adequado, pode evoluir para complicações sérias:

  • Insuficiência respiratória.

  • Cor pulmonale (falência do lado direito do coração).

  • Pneumonia recorrente.

  • Necessidade de ventilação mecânica.

Por isso, planejar o cuidado a longo prazo é fundamental. Em estágios avançados, o paciente pode precisar de suporte para atividades básicas, além de acompanhamento paliativo em casos mais graves.

Conclusão

A doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) é uma condição grave, progressiva e incapacitante, mas que pode ser controlada com diagnóstico precoce, abandono do tabagismo e seguimento médico adequado. A chave para melhorar o prognóstico é a conscientização sobre os sintomas iniciais, especialmente entre fumantes e ex-fumantes. Manter hábitos saudáveis e aderir ao tratamento é o caminho para preservar a qualidade de vida e a função pulmonar.

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