Abstrato
Introdução: Medicamentos vasoativos são drogas de alto risco comumente utilizadas em unidades de terapia intensiva (UTIs), que apresentam grandes variações no manejo clínico.
Objetivos: O objetivo deste estudo foi descrever a população de pacientes, tratamento e características clínicas de pacientes que receberam e não receberam medicamentos vasoativos enquanto estavam na UTI e desenvolver uma ferramenta preditiva para identificar pacientes que necessitam de medicamentos vasoativos.
Métodos: Foi realizado um estudo de coorte retrospectivo de pacientes admitidos em uma UTI de referência terciária de nível três durante um período de 12 meses, de outubro de 2018 a setembro de 2019. Os dados dos prontuários eletrônicos foram analisados para descrever as características dos pacientes em uma UTI adulto. Os testes qui-quadrado e U de Mann-Whitney foram usados para analisar os dados relativos aos pacientes que receberam e não receberam medicamentos vasoativos. A análise univariada e o r 2 de Pearson foram usados para determinar a inclusão na regressão logística multivariada.
Resultados: Dos 1.276 pacientes da coorte, 40% (512/1.276) receberam medicação vasoativa para suporte hemodinâmico, com 84% (428/512) recebendo noradrenalina. Pacientes mais velhos (odds ratio [OR] = 1,02; intervalo de confiança [IC] de 95% = 1,01-1,02; p < 0,001) com pontuações mais altas de Acute Physiology and Chronic Health Evaluation (APACHE) III (OR = 1,04; 95% CI = 1,03 -1,04; p < 0,001) tiveram maior probabilidade de receber medicamentos vasoativos do que aqueles não tratados com medicamentos vasoativos durante uma internação em terapia intensiva. Um modelo desenvolvido usando análise multivariada previu que pacientes internados com sepse (OR = 2,43; IC 95% = 1,43-4,12; p = 0,001) ou choque (OR = 4,05; IC 95% = 2,68-6,10; p < 0,001) e tratados em ventilação mecânica (OR = 3,76; IC 95% = 2,81-5,02; p < 0,001) tiveram maior probabilidade de receber medicamentos vasoativos.
Conclusões: Pacientes ventilados mecanicamente internados em terapia intensiva por sepse e choque com escores APACHE III mais altos tiveram maior probabilidade de receber medicamentos vasoativos. Os preditores identificados no modelo multivariado podem ser usados para direcionar recursos para pacientes com maior risco de receber medicamentos vasoativos.
Palavras-chave: Agentes cardiovasculares; Cuidados intensivos; Enfermagem em terapia intensiva; Doença grave; Unidades de terapia intensiva; Enfermagem.
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