Febre alta em crianças: quando ir ao hospital?
- medicinaatualrevis
- 26 de mai.
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A febre alta em crianças é uma das principais causas de preocupação entre pais e cuidadores. Embora na maioria dos casos a febre seja apenas um sintoma de uma infecção viral leve e passageira, existem situações em que ela pode indicar algo mais sério — exigindo avaliação médica imediata.
Neste artigo, vamos explicar o que é febre, quais são os valores considerados preocupantes, quais sinais de alerta exigem que a criança seja levada ao hospital e como cuidar da febre em casa com segurança.
O que é febre e por que ela acontece?
A febre é uma resposta natural do corpo a infecções. Ela acontece quando o organismo eleva a temperatura corporal para combater vírus, bactérias ou outros agentes nocivos. Em crianças, a febre é um sintoma muito comum e faz parte do desenvolvimento do sistema imunológico.
O que é considerado febre?
Temperatura entre 37,8°C e 38°C: febrícula;
Temperatura entre 38°C e 39°C: febre moderada;
Temperatura acima de 39°C: febre alta.
A medição pode ser feita com termômetros digitais, preferencialmente na axila. A temperatura retal tende a ser um pouco mais alta, e a medição na testa ou ouvido pode ser menos precisa em bebês e crianças pequenas.
Febre alta em crianças: quando se preocupar?
Nem toda febre alta é motivo de pânico. No entanto, existem sinais de alerta que indicam a necessidade de procurar atendimento médico o quanto antes.
Quando levar a criança ao hospital:
Febre acima de 39°C que não cede com antitérmicos;
Febre que persiste por mais de 48 a 72 horas, mesmo com medicação;
Bebês com menos de 3 meses com qualquer febre (≥38°C);
Febre acompanhada de letargia, prostração ou dificuldade para acordar;
Choro inconsolável ou irritabilidade intensa;
Rigidez no pescoço ou convulsões febris;
Dificuldade para respirar, gemência ou chiado;
Erupções cutâneas (manchas vermelhas ou roxas na pele);
Vômitos persistentes ou sinais de desidratação (boca seca, pouca urina, olhos fundos).
Em qualquer desses casos, é recomendado que a criança seja levada ao pronto
atendimento pediátrico para avaliação.
Febre em bebês: cuidados redobrados
Bebês com menos de 3 meses merecem atenção especial. A presença de febre nessa faixa etária é sempre considerada urgência médica, pois pode indicar infecções mais graves, como infecção urinária, meningite ou sepse.
O que fazer:
Não administre medicamentos sem orientação médica;
Leve o bebê imediatamente ao hospital para avaliação;
Anote a temperatura e observe outros sintomas associados, como gemência, recusa alimentar ou sonolência.
Quais são as causas mais comuns de febre em crianças?
A maioria dos episódios de febre alta em crianças está relacionada a infecções virais, como gripes, resfriados, viroses intestinais e infecções de garganta.
Outras causas comuns incluem:
Infecções bacterianas (amigdalite, otite, pneumonia, infecção urinária);
Pós-vacinação (reação esperada nas primeiras 48h);
Golpes de calor ou desidratação em ambientes muito quentes.
Na dúvida, o pediatra é o profissional mais indicado para investigar a causa e orientar sobre a necessidade de exames ou medicamentos.
Como cuidar da febre em casa com segurança?
Quando a febre não está acompanhada de sinais de alerta, é possível tratar a criança em casa com alguns cuidados simples.
O que fazer:
Oferecer antitérmicos, como paracetamol ou ibuprofeno, na dose e intervalo recomendados pelo pediatra;
Oferecer líquidos com frequência (água, sucos naturais, leite);
Manter a criança confortável, com roupas leves e ambiente arejado;
Oferecer alimentação leve e não forçar a comer caso esteja sem apetite;
Banho morno (não gelado!) pode ajudar a baixar a temperatura.
Evite métodos caseiros agressivos, como panos frios ou álcool na pele, que podem causar desconforto ou intoxicação.
Convulsão febril: o que é e como agir?
A convulsão febril é um episódio de perda de consciência e movimentos involuntários, geralmente associado a febre alta rápida. É mais comum em crianças entre 6 meses e 5 anos de idade e, apesar de assustadora, raramente causa danos permanentes.
O que fazer em caso de convulsão:
Deite a criança de lado, em local seguro, e mantenha a calma;
Não coloque nada na boca da criança;
Não tente conter os movimentos;
Cronometre o tempo da convulsão — se durar mais de 5 minutos, chame o SAMU (192);
Após o episódio, leve a criança ao hospital para avaliação.
Mesmo que a convulsão passe sozinha, é importante investigar a causa da febre.
Como prevenir febres e infecções em crianças?
Embora a febre seja uma resposta natural do corpo, algumas medidas ajudam a reduzir o risco de infecções:
Manter o calendário vacinal em dia;
Estimular bons hábitos de higiene (lavar as mãos, não compartilhar objetos);
Evitar exposição prolongada a aglomerações ou locais fechados durante surtos;
Oferecer alimentação equilibrada e estimular o consumo de água;
Garantir um ambiente limpo e ventilado.
Além disso, é importante ensinar os pequenos a reconhecer sinais de que não estão se sentindo bem, o que ajuda na detecção precoce de doenças.
Quando não se deve medicar a febre?
É comum que os pais fiquem apreensivos com a temperatura elevada e queiram medicar imediatamente. No entanto, nem toda febre exige uso de antitérmico, especialmente quando:
A temperatura está abaixo de 38°C;
A criança está ativa, se alimentando bem e brincando normalmente.
Nesse caso, observar a evolução dos sintomas pode ser mais adequado. A febre por si só não é uma doença, mas sim um sinal do corpo.
Conclusão
A febre alta em crianças pode causar muita preocupação, mas, na maioria das vezes, está associada a infecções comuns e autolimitadas. Saber quando ir ao hospital e reconhecer os sinais de alerta é essencial para garantir um atendimento oportuno e evitar complicações.
Com informação, apoio médico e os cuidados certos, é possível enfrentar a febre com mais tranquilidade e segurança.
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