Fígado gorduroso: causas, sintomas, diagnóstico e tratamento
- medicinaatualrevis
- há 10 horas
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O fígado gorduroso, também chamado de esteatose hepática, é caracterizado pelo acúmulo excessivo de gordura nas células do fígado. Esse acúmulo pode ocorrer com ou sem inflamação, e, em casos mais graves, evoluir para fibrose e até cirrose hepática.
Embora muitas vezes seja assintomático, o fígado gorduroso está associado a condições como obesidade, síndrome metabólica e consumo excessivo de álcool. Quando há inflamação, o quadro recebe o nome de esteato-hepatite, que pode progredir e comprometer a função hepática.
Principais causas do fígado gorduroso
Entre as principais causas estão:
Consumo excessivo de bebidas alcoólicas;
Obesidade e sobrepeso;
Resistência à insulina, como no diabetes tipo 2;
Níveis elevados de triglicerídeos e colesterol;
Uso de certos medicamentos (corticosteroides, tamoxifeno, quimioterápicos);
Exposição a toxinas;
Distúrbios metabólicos hereditários;
Gravidez (em casos raros).
A forma não alcoólica da doença hepática gordurosa, recentemente renomeada como MASLD (doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica), está fortemente ligada aos componentes da síndrome metabólica.
Sintomas do fígado gorduroso
Na maioria dos casos, o fígado gorduroso não causa sintomas evidentes. No entanto, algumas pessoas podem relatar:
Cansaço.
Desconforto ou dor leve no abdômen superior direito
Sensação de inchaço.
Em fases mais avançadas, com presença de fibrose ou cirrose, podem surgir sinais de insuficiência hepática e complicações mais graves.
Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico começa com a análise do histórico clínico, incluindo o consumo de álcool, uso de medicamentos e condições metabólicas. Exames complementares são importantes para confirmar a presença da esteatose e avaliar sua gravidade:
Exames de sangue para verificar enzimas hepáticas (TGO, TGP);
Ultrassonografia abdominal;
Tomografia computadorizada ou ressonância magnética;
Elastografia hepática, que mede a rigidez do fígado;
Biópsia hepática (quando há dúvida diagnóstica ou suspeita de esteato-hepatite grave).
A biópsia é considerada o padrão-ouro para confirmar o diagnóstico e identificar o grau de inflamação e fibrose.
Tratamento do fígado gorduroso
O tratamento do fígado gorduroso depende da causa identificada. De forma geral, inclui:
Mudanças no estilo de vida
Perda de peso (5% do peso corporal pode reduzir a gordura hepática; 10% pode reverter a fibrose);
Alimentação balanceada, com redução de açúcar e gorduras saturadas;
Prática regular de atividade física;
Controle do diabetes, colesterol e triglicerídeos.
Interrupção de fatores de risco
Suspender o uso de medicamentos que possam contribuir para a esteatose.
Parar o consumo de álcool.
Tratamentos farmacológicos
Alguns casos selecionados podem se beneficiar de medicamentos como:
Vitamina E (em pacientes sem diabetes).
Pioglitazona (em casos de resistência à insulina).
Novas drogas em estudo, com indicação via ensaios clínicos.
Em casos mais complexos, o paciente pode ser encaminhado a um hepatologista para avaliação de terapias mais específicas.
Prognóstico
Geralmente, o fígado gorduroso é reversível com mudanças de estilo de vida. No entanto, se não tratado, pode progredir para inflamação crônica, fibrose e cirrose. Por isso, o diagnóstico precoce e o manejo adequado são essenciais para evitar complicações.
Vale destacar que comer alimentos gordurosos por si só não é a causa direta da esteatose hepática, mas o estilo de vida sedentário, associado ao excesso de peso e distúrbios metabólicos, é o principal fator de risco.
Conclusão
O fígado gorduroso é uma condição comum e, na maioria das vezes, silenciosa. Está fortemente relacionado a hábitos de vida e a condições metabólicas crônicas. A boa notícia é que, com diagnóstico precoce e mudanças no estilo de vida, é possível reverter o quadro e evitar sua progressão para formas mais graves.
Manter uma alimentação equilibrada, praticar exercícios físicos e realizar check-ups regulares são atitudes fundamentais para a saúde do fígado e do organismo como um todo.
Fonte: Manual MSD
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