Hiperprolactinemia: quando o hormônio do leite está alto
- medicinaatualrevis
- 16 de jun.
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A hiperprolactinemia é o aumento da prolactina no sangue, um hormônio produzido pela hipófise, responsável principalmente pela produção de leite nas mulheres após o parto.
Embora seu papel esteja diretamente relacionado à lactação, a prolactina também está presente em homens e mulheres fora do período gestacional.
Quando seus níveis estão elevados de forma inadequada, pode haver impacto direto na fertilidade, nos ciclos menstruais, na libido e até na produção de leite fora do contexto da amamentação. É uma condição relativamente comum e, na maioria das vezes, tratável.
Principais sintomas da hiperprolactinemia
O excesso de prolactina pode causar sintomas diferentes em mulheres e homens. O mais comum é a galactorreia (produção de leite fora do período pós-parto), mas existem outros sinais que merecem atenção. Entenda como esse desequilíbrio hormonal se manifesta no dia a dia.
1. Galactorreia
É a saída de leite pelas mamas, mesmo em pessoas que não estão grávidas ou amamentando. Pode ocorrer espontaneamente ou ao apertar os seios. Embora comum em mulheres, também pode acontecer em homens.
2. Alterações menstruais
A prolactina elevada inibe hormônios envolvidos na ovulação. Pode causar ciclos irregulares, ausência de menstruação (amenorreia) ou dificuldade para engravidar. É uma das causas hormonais mais comuns de infertilidade.
3. Diminuição da libido e disfunção sexual
O excesso de prolactina afeta a produção de estrogênio (em mulheres) e testosterona (em homens). Isso pode levar à perda de desejo sexual, disfunção erétil, secura vaginal e alterações de humor.
4. Dor de cabeça e alterações visuais
Em casos de tumores hipofisários (prolactinomas), o aumento da hipófise pode comprimir estruturas ao redor. Cefaleia persistente e visão embaçada ou em túnel são sinais de alerta.
Causas mais comuns da hiperprolactinemia
Nem toda elevação da prolactina indica uma doença. Algumas causas são transitórias ou relacionadas a fatores externos. Identificar a origem é fundamental para definir o tratamento correto.
Gravidez e lactação (situações fisiológicas);
Estresse intenso ou sono inadequado;
Estimulação frequente das mamas;
Uso de medicamentos: antidepressivos, antipsicóticos, anti-hipertensivos, opioides;
Síndrome dos ovários policísticos (SOP);
Hipotireoidismo (aumenta TRH, que estimula prolactina);
Tumores hipofisários (prolactinoma);
Doença renal crônica ou hepática.
Quando procurar um médico
É importante procurar avaliação médica se você apresentar sinais persistentes de disfunção hormonal ou produção de leite fora do período gestacional. A hiperprolactinemia pode impactar a fertilidade e a qualidade de vida, e muitas vezes passa despercebida por anos.
Busque orientação se houver:
Ausência ou irregularidade menstrual;
Produção de leite fora da gravidez;
Queda da libido ou disfunção erétil;
Infertilidade sem causa aparente;
Dor de cabeça ou alterações na visão;
Sintomas de hipotireoidismo (cansaço, ganho de peso, pele seca).
Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico da hiperprolactinemia começa com um simples exame de sangue, mas a investigação completa pode exigir exames de imagem e avaliação hormonal mais ampla. É fundamental descartar causas transitórias e medicamentosas.
Dosagem de prolactina sérica;
Exame de TSH e T4 livre (para excluir hipotireoidismo);
Beta-HCG (para excluir gestação);
Ressonância magnética da hipófise, quando a prolactina está muito elevada ou há sintomas neurológicos;
Avaliação do uso de medicamentos e histórico clínico completo.
Tratamento e acompanhamento
O tratamento depende da causa identificada. Em muitos casos, basta corrigir fatores como hipotireoidismo ou ajustar medicamentos. Quando o problema está relacionado a tumores hipofisários (prolactinomas), o tratamento costuma ser clínico, com excelente resposta.
Reposição de hormônios da tireoide, se houver hipotireoidismo;
Ajuste de medicamentos causadores, sempre com orientação médica;
Agonistas dopaminérgicos (cabergolina ou bromocriptina): reduzem a produção de prolactina e encolhem os tumores;
Cirurgia hipofisária: rara, indicada apenas em casos específicos de prolactinomas grandes ou resistentes;
Acompanhamento com endocrinologista: para controle dos níveis hormonais e da função reprodutiva.
A hiperprolactinemia em homens: um alerta silencioso
Muitos homens com hiperprolactinemia não percebem os sintomas de imediato. A produção de leite é rara, mas a diminuição da libido, infertilidade e alterações emocionais são frequentes.
Por isso, o diagnóstico é mais tardio. Se você é homem e sente que seu desejo sexual diminuiu sem motivo aparente, ou está com dificuldade para engravidar a parceira, vale investigar os níveis de prolactina.
Conclusão
A hiperprolactinemia é uma condição comum, mas muitas vezes ignorada. Pode afetar diretamente a fertilidade, o bem-estar e a saúde emocional de mulheres e homens. O diagnóstico é simples, e o tratamento costuma ser eficaz, especialmente quando iniciado precocemente. Fique atento aos sinais e procure ajuda médica para manter o equilíbrio hormonal em dia.
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