HPV: o que é, como se transmite e como se proteger
- claurepires
- há 5 dias
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O HPV, sigla para papilomavírus humano, é um vírus bastante comum que pode infectar a pele e as mucosas. Existem mais de 100 tipos diferentes de HPV, e nem todos causam problemas graves. No entanto, alguns deles podem gerar verrugas genitais e até cânceres, como o câncer do colo do útero, do ânus, do pênis e da garganta.
A infecção por HPV costuma ser silenciosa — ou seja, a pessoa pode estar infectada e não apresentar sintomas. Por isso, o vírus pode se espalhar facilmente sem que a pessoa saiba.
Estima-se que oito em cada dez pessoas sexualmente ativas entrarão em contato com o HPV em algum momento da vida. A boa notícia é que existem formas eficazes de prevenção e tratamento.
Como o HPV é transmitido?
A infecção por HPV acontece principalmente por contato sexual, incluindo:
Sexo vaginal.
Sexo anal.
Sexo oral.
Contato pele com pele da região genital.
Como nem sempre há sintomas visíveis, muitas pessoas transmitem o vírus sem saber que estão infectadas. O uso do preservativo ajuda a reduzir o risco de contágio, mas não elimina totalmente a possibilidade de transmissão, pois o vírus pode estar presente em áreas que o preservativo não cobre.
Em casos raros, o HPV também pode ser transmitido da mãe para o bebê durante o parto.
O que são verrugas genitais?
As verrugas genitais são um dos sinais mais visíveis da infecção por alguns tipos de HPV. Elas aparecem como pequenas saliências rosadas, acinzentadas ou da cor da pele, localizadas na região genital ou anal. Em alguns casos, podem crescer e formar aglomerados com aparência semelhante a uma mini couve-flor.
Essas verrugas podem surgir:
No pênis ou escroto (em homens)
Na vulva, vagina ou colo do útero (em mulheres)
Ao redor do ânus
Na virilha ou coxas
Na boca ou garganta (menos comum)
Apesar de não causarem dor na maioria dos casos, podem coçar, arder ou causar desconforto estético.
Quais são os riscos do HPV?
A maioria das infecções por HPV desaparece espontaneamente em até dois anos, graças à ação do sistema imunológico. Porém, quando o vírus permanece no organismo, especialmente os tipos chamados de alto risco, ele pode causar alterações nas células e levar ao desenvolvimento de câncer.
Os principais cânceres relacionados ao HPV são:
Câncer de colo do útero.
Câncer de ânus.
Câncer de pênis.
Câncer de garganta e boca.
Câncer de vulva e vagina.
Por isso, mesmo que a infecção não tenha sintomas, é essencial fazer o acompanhamento médico e realizar os exames de rotina, como o Papanicolau, no caso das mulheres.
Como o HPV é diagnosticado?
O diagnóstico de HPV pode ser feito de diferentes formas, dependendo da presença ou não de verrugas:
1. Avaliação clínica
Na presença de verrugas genitais, o médico pode identificar o HPV apenas com exame visual.
2. Exame de Papanicolau
Usado principalmente para detectar alterações no colo do útero. O exame é feito durante a consulta ginecológica e é essencial na prevenção do câncer cervical.
3. Biópsia
Caso haja dúvidas ou lesões suspeitas, o médico pode coletar uma amostra da verruga ou do tecido alterado e enviar para análise em laboratório.
4. Testes complementares
Em alguns casos, pode ser solicitado um exame de sangue para descartar outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como a sífilis.
Como é o tratamento das verrugas genitais?
O tratamento do HPV tem como objetivo eliminar as lesões visíveis (verrugas) e controlar os sintomas. O vírus pode permanecer no organismo mesmo após a remoção das verrugas, mas o tratamento ajuda a reduzir a transmissão e o risco de complicações.
As opções incluem:
Uso de pomadas prescritas pelo médico.
Aplicação de substâncias químicas que destroem as verrugas.
Crioterapia (congelamento da verruga).
Eletrocauterização (remoção com calor).
Cirurgia com laser.
Imunoterapia ou medicamentos injetáveis, nos casos mais resistentes.
Em muitos casos, o próprio organismo consegue combater o vírus, especialmente em pessoas jovens e saudáveis.
Como prevenir o HPV?
A melhor forma de se proteger contra o HPV é prevenir a infecção. Veja as principais medidas:
1. Vacinação
A vacina contra o HPV é segura, eficaz e disponível gratuitamente pelo SUS. Ela protege contra os principais tipos de HPV responsáveis por verrugas genitais e cânceres.
Indicada para meninas e meninos de 9 a 14 anos.
Também pode ser administrada até os 45 anos em situações especiais, com prescrição médica.
É mais eficaz antes do início da vida sexual.
A vacina não substitui os exames preventivos, como o Papanicolau.
2. Uso de preservativos
O uso de camisinha em todas as relações sexuais (inclusive no sexo oral) reduz o risco de infecção, embora não elimine totalmente a chance de contágio.
3. Realizar exames de rotina
Mulheres devem fazer o exame de Papanicolau a partir dos 25 anos, ou antes, conforme orientação médica. O exame pode identificar lesões causadas pelo HPV antes que evoluam para câncer.
Conclusão
O HPV é uma infecção muito comum, mas que pode trazer riscos importantes à saúde. A boa notícia é que existem formas eficazes de prevenir e tratar os efeitos do vírus. A vacina, os exames preventivos e o uso de preservativos são aliados fundamentais nessa proteção.
Se você identificou algum sintoma, como verrugas genitais, ou tem dúvidas sobre a vacina, procure um profissional de saúde.
O diagnóstico precoce e o acompanhamento adequado fazem toda a diferença na prevenção de complicações futuras. Falar sobre HPV é uma forma de quebrar tabus, proteger a si mesmo e quem você ama. Compartilhe informação e ajude a espalhar saúde!
Fonte: Manual MSD
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