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Renda baixa eleva risco de doenças isquêmicas, aponta pesquisa

Renda baixa eleva risco de Doença Cardíaca, aponta pesquisa

 

Uma pesquisa conduzida em Curitiba com a participação de mais de 44 mil pessoas revelou que indivíduos de baixa renda estão mais propensos a desenvolver doenças isquêmicas do coração. O estudo, intitulado "Associação de Nível de Renda e Doença Isquêmica do Coração: Papel Potencial da Caminhabilidade", foi publicado ABC Cardiol, publicação mensal da Sociedade Brasileira de Cardiologia e considerada o principal veículo de divulgação das pesquisas cardiovasculares brasileiras, lança luz sobre a interação entre condições socioeconômicas e saúde cardiovascular na população local.

 

Rodrigo Julio Cerci, autor da pesquisa, foi inspirado por estudos semelhantes realizados em países como Estados Unidos e Austrália. Nestas nações, observou-se que moradores de áreas suburbanas, onde a dependência do carro é alta, apresentavam maiores índices de condições de saúde adversas, como hipertensão e obesidade, conhecidos fatores de risco para doenças cardíacas. Curioso para entender como essa dinâmica se aplicaria no contexto brasileiro, Cerci e sua equipe iniciaram o projeto entre 2017 e 2018, um período em que o conceito de "caminhabilidade" começava a ganhar destaque.

 

A caminhabilidade refere-se à facilidade com que os moradores de uma área podem realizar suas atividades cotidianas a pé, um fator que influencia diretamente o nível de atividade física da população e, por extensão, sua saúde geral. Utilizando dados de pacientes que realizaram cintilografia do miocárdio em um centro especializado de Curitiba, o estudo não encontrou uma conexão direta entre a caminhabilidade dos bairros e a incidência de doença isquêmica. No entanto, uma associação clara emergiu entre baixa renda e maior ocorrência da doença.

 

O trabalho aponta para uma realidade preocupante em países em desenvolvimento, como o Brasil, onde a baixa renda e a limitada caminhabilidade parecem andar de mãos dadas, contribuindo para uma maior vulnerabilidade a doenças cardíacas entre os mais pobres. Esse padrão destoa do observado em países desenvolvidos, onde áreas de baixa caminhabilidade frequentemente abrigam moradores de maior renda.

 

A pesquisa também destaca a complexidade das questões de saúde pública em ambientes urbanos, sugerindo que fatores socioeconômicos desempenham um papel crucial na saúde cardiovascular da população. Com esses insights, Cerci expressa seu interesse em aprofundar as investigações sobre a relação entre renda e saúde do coração, visando estratégias mais eficazes para combater as doenças isquêmicas em contextos de desigualdade.

 

Este estudo é um chamado à reflexão sobre as disparidades de saúde em áreas urbanas e reforça a necessidade de políticas públicas que enderecem não apenas os aspectos médicos, mas também sociais e econômicos, para promover um ambiente mais saudável e equitativo para todos os cidadãos.

 

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