Sarcoidose: o que é, sintomas e como é feito o tratamento
- medicinaatualrevis
- há 21 horas
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Você já ouviu falar em sarcoidose? Embora pouco conhecida, essa doença pode afetar várias partes do corpo e trazer sintomas que confundem até mesmo os médicos. Em geral, ela atinge adultos jovens e se manifesta de forma silenciosa — mas em alguns casos, pode causar sintomas importantes, como falta de ar, tosse persistente, nódulos na pele e dor nas articulações.
Neste artigo, você vai entender o que é sarcoidose, como ela afeta o corpo, quais são os sintomas mais comuns, como é feito o diagnóstico e quais os tratamentos disponíveis. Tudo isso em uma linguagem clara, acessível e pensada para quem está buscando informações confiáveis no início da jornada de conhecimento sobre o tema.
O que é sarcoidose?
A sarcoidose é uma doença inflamatória de causa desconhecida que leva à formação de granulomas — pequenos aglomerados de células do sistema imunológico — em diferentes partes do corpo. Esses granulomas não são cancerígenos, mas podem interferir no funcionamento normal dos órgãos onde se formam.
A sarcoidose pode afetar apenas um órgão ou vários ao mesmo tempo. Os locais mais atingidos são:
Pulmões.
Gânglios linfáticos (linfonodos).
Pele.
Olhos.
Coração (com menos frequência, mas com maior gravidade).
A doença é mais comum entre os 20 e 40 anos de idade e, em muitos casos, pode desaparecer sozinha. No entanto, quando os sintomas aparecem, é fundamental procurar um médico para avaliação e controle.
Quais são os sintomas da sarcoidose?
Os sintomas da sarcoidose variam muito de pessoa para pessoa. Em alguns casos, a pessoa não sente nada — e a doença é descoberta por acaso, durante um exame de imagem feito por outro motivo. Em outros, os sintomas são mais evidentes e podem afetar o dia a dia.
Sintomas gerais da sarcoidose:
Febre baixa.
Cansaço constante.
Perda de apetite.
Emagrecimento sem causa aparente.
Dor e inchaço nas articulações.
Inchaço dos linfonodos (pescoço, axilas ou virilhas).
Sintomas respiratórios (os mais comuns):
Tosse persistente, seca ou com catarro.
Falta de ar aos esforços.
Dor no peito.
Chiado no peito.
Em casos raros, escarro com sangue.
Sintomas na pele:
Nódulos vermelhos e dolorosos nas pernas, especialmente nas canelas (conhecidos como eritema nodoso).
Manchas elevadas ou placas avermelhadas no rosto, orelhas e lábios.
Sintomas oculares:
Olhos vermelhos e lacrimejantes.
Dor nos olhos.
Visão embaçada.
Sensibilidade à luz.
Raramente, pode levar à perda de visão.
Sintomas cardíacos (mais raros, porém graves):
Palpitações (batimentos cardíacos irregulares).
Tontura.
Desmaios.
Falta de ar por insuficiência cardíaca.
O que causa a sarcoidose?
Até hoje, não se sabe exatamente o que causa a sarcoidose. Os especialistas acreditam que ela é resultado de uma resposta exagerada do sistema imunológico, que forma os granulomas como reação a algum fator ambiental, infeccioso ou genético.
Alguns estudos sugerem que fatores como vírus, bactérias, poeiras e exposições químicas podem estar relacionados ao surgimento da doença — especialmente em pessoas geneticamente predispostas.
O fato de ocorrer mais em certos grupos familiares e em algumas populações reforça a ideia de que a genética pode influenciar.
Como é feito o diagnóstico da sarcoidose?
O diagnóstico da sarcoidose nem sempre é fácil, porque os sintomas podem se parecer com os de outras doenças, como tuberculose, lúpus, linfoma e infecções respiratórias.
O médico pode suspeitar de sarcoidose em pessoas com linfonodos aumentados, tosse crônica, cansaço inexplicado ou alterações em exames de imagem do tórax.
Principais exames para diagnóstico:
Radiografia ou tomografia do tórax.
Teste de função pulmonar.
Exames de sangue e urina.
Biópsia do órgão afetado (geralmente do pulmão, pele ou linfonodo).
ECG e exames cardíacos, se houver suspeita de acometimento do coração.
Exame oftalmológico completo, mesmo sem sintomas oculares.
A biópsia é essencial para confirmar a presença de granulomas e excluir outras doenças semelhantes.
Existe cura para a sarcoidose?
Não existe uma cura definitiva, mas muitos casos de sarcoidose desaparecem sozinhos com o tempo, especialmente quando os sintomas são leves e o paciente está estável.
Quando necessário, o tratamento é feito para aliviar os sintomas e evitar danos permanentes aos órgãos. A escolha da terapia depende da gravidade e dos locais afetados.
Como é feito o tratamento da sarcoidose?
Nem todas as pessoas com sarcoidose precisam de tratamento. Quando a doença está ativa e causa sintomas, os médicos podem recomendar:
1. Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs)
Ibuprofeno, naproxeno ou aspirina.
Usados para controlar dor e febre leves.
2. Corticoides (como a prednisona)
São os mais usados em casos moderados a graves.
Ajudam a reduzir a inflamação e os sintomas respiratórios, oculares ou de pele.
3. Imunossupressores
Indicados quando os corticoides não funcionam ou causam efeitos colaterais importantes.
Exemplos: metotrexato, azatioprina, infliximabe.
4. Tratamentos específicos para complicações
Marca-passo, nos casos de arritmia grave.
Medicações para insuficiência cardíaca ou respiratória.
Fisioterapia pulmonar, se necessário.
O acompanhamento contínuo com especialistas (como pneumologistas, reumatologistas, cardiologistas e oftalmologistas) é fundamental.
Conclusão
A sarcoidose é uma doença rara e complexa, que pode se manifestar de forma discreta ou com sintomas intensos. Embora ainda não tenha causa definida, o diagnóstico precoce e o acompanhamento adequado ajudam a controlar a inflamação e prevenir complicações.
Se você tem tosse persistente, nódulos na pele, dor nas articulações ou linfonodos inchados, vale conversar com um médico. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, melhores as chances de um bom controle da doença.
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