Artrite reumatoide: diagnóstico precoce, sintomas e opções de tratamento
- medicinaatualrevis
- 22 de jul.
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Você sente dores nas articulações que pioram ao acordar? Notou inchaço, rigidez ou dificuldade para se movimentar ao longo do dia? Esses podem ser sinais de artrite reumatoide, uma doença inflamatória crônica que afeta as articulações e, se não tratada, pode causar deformidades e limitações importantes.
Neste artigo, você vai entender o que é a artrite reumatoide, como identificar seus sintomas, porque o diagnóstico precoce é tão importante e quais são os tratamentos mais modernos e eficazes.
O que é artrite reumatoide?
A artrite reumatoide (AR) é uma doença autoimune — ou seja, o sistema imunológico ataca o próprio corpo, causando inflamação crônica nas articulações. A doença afeta principalmente as mãos, punhos, pés, tornozelos e joelhos, mas também pode atingir órgãos internos.
Essa inflamação constante danifica as cartilagens, ossos e tendões, levando à dor, perda de função e, em casos avançados, deformidades.
Quais são os sintomas da artrite reumatoide?
Os sintomas podem se instalar de forma lenta ou repentina, variando em intensidade. Os principais sinais são:
Dor nas articulações, especialmente pela manhã;
Rigidez matinal que dura mais de 30 minutos;
Inchaço, calor e vermelhidão nas articulações;
Dificuldade para realizar movimentos simples;
Fadiga constante e sensação de corpo “pesado”;
Febre baixa e perda de apetite;
Nódulos sob a pele (em casos avançados).
A rigidez matinal é uma das marcas registradas da doença — muitas pessoas relatam dificuldade até para segurar uma escova de dentes ao acordar.
Quais articulações são mais afetadas?
As articulações mais comumente atingidas são:
Mãos e punhos;
Joelhos;
Tornozelos e pés;
Ombros e cotovelos.
A artrite reumatoide tende a ser simétrica, ou seja, afeta os dois lados do corpo de forma semelhante.
O que causa a artrite reumatoide?
Ainda não se sabe exatamente o que causa a AR, mas existem fatores que aumentam o risco de desenvolver a doença:
Predisposição genética (histórico familiar);
Sexo feminino (mulheres têm 2 a 3 vezes mais chance de desenvolver AR);
Idade entre 30 e 60 anos;
Tabagismo;
Infecções virais ou bacterianas (gatilhos ambientais);
Desequilíbrios hormonais.
Trata-se de uma combinação entre fatores genéticos e ambientais, que provocam uma resposta autoimune desregulada.
Qual a diferença entre artrite reumatoide e artrose?
É comum confundir os dois termos, mas eles são doenças diferentes:
Artrite reumatoide é uma doença autoimune inflamatória crônica;
Artrose (ou osteoartrite) é um desgaste natural das articulações, mais comum com o envelhecimento.
A AR costuma aparecer mais cedo, tem padrão simétrico, acomete múltiplas articulações e provoca rigidez prolongada.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico da artrite reumatoide é clínico e baseado na história, exame físico e exames laboratoriais. Os principais são:
Exames de sangue:
Fator reumatoide (FR)
Anticorpos anti-CCP
Velocidade de hemossedimentação (VHS)
Proteína C-reativa (PCR)
Exames de imagem:
Raios-X de mãos e pés;
Ultrassonografia ou ressonância magnética para detectar inflamação precoce.
Quanto antes a doença for detectada, melhor o prognóstico. O tratamento precoce ajuda a evitar deformidades irreversíveis.
Como é o tratamento da artrite reumatoide?
A artrite reumatoide não tem cura, mas pode ser controlada com tratamento adequado. Os objetivos principais são:
Reduzir a dor e a inflamação;
Evitar a progressão das lesões nas articulações;
Melhorar a função e a qualidade de vida.
As principais opções de tratamento incluem:
Medicamentos modificadores da doença (DMARDs): metotrexato, leflunomida, sulfassalazina;
Biológicos: medicamentos mais modernos, como adalimumabe, etanercepte, tocilizumabe;
Corticoides e anti-inflamatórios: usados em crises, mas com cautela;
Fisioterapia e exercícios leves: ajudam a manter a mobilidade;
Acompanhamento multidisciplinar: com reumatologista, fisioterapeuta, nutricionista e psicólogo.
O tratamento é individualizado e deve ser seguido de forma contínua.
O que muda com o diagnóstico precoce?
Quando o tratamento é iniciado logo após os primeiros sintomas, há grande chance de controlar a doença e impedir o dano articular. Além disso, o paciente mantém a qualidade de vida e evita complicações como:
Deformidades articulares;
Limitações para trabalhar ou se locomover;
Depressão relacionada à dor crônica;
Doenças cardiovasculares associadas à inflamação sistêmica.
Por isso, ao perceber os primeiros sinais, procure um reumatologista o quanto antes.
Como conviver bem com artrite reumatoide?
Algumas atitudes ajudam no controle da doença:
Manter o uso correto dos medicamentos;
Fazer pausas durante o dia para movimentar o corpo;
Usar talas ou órteses para proteger articulações em crises;
Cuidar da alimentação, evitando alimentos inflamatórios;
Praticar atividades físicas com orientação especializada;
Buscar apoio psicológico, quando necessário.
Viver com AR é possível e com qualidade. A chave é o cuidado contínuo e informado.
Conclusão
A artrite reumatoide é uma doença crônica, mas com diagnóstico precoce e tratamento adequado, é possível controlar a inflamação, proteger as articulações e ter uma vida ativa.
Fique atento aos sinais do seu corpo. Dor persistente e rigidez nas articulações não devem ser ignoradas. Quanto antes começar o tratamento, melhor o futuro.
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