Infarto silencioso: o que é e por que preocupa?
- medicinaatualrevis
- há 24 horas
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O infarto silencioso é uma condição cardíaca que, como o nome indica, ocorre sem os sintomas típicos de um infarto comum, como dor intensa no peito, irradiação para o braço esquerdo ou sudorese intensa. Justamente por essa ausência de sinais evidentes, ele costuma ser diagnosticado tardiamente, o que aumenta o risco de sequelas e morte súbita.
Embora menos perceptível, o infarto silencioso é tão grave quanto o infarto com sintomas clássicos. Estima-se que cerca de 45% dos infartos possam ser silenciosos, especialmente em pessoas com fatores de risco cardiovascular, como diabéticos e idosos. Neste artigo, você entenderá o que é o infarto silencioso, seus sintomas sutis, quem está mais vulnerável, como diagnosticar e como prevenir.
O que é o infarto silencioso?
O infarto silencioso, ou infarto do miocárdio não reconhecido clinicamente, é uma forma de ataque cardíaco que ocorre sem os sintomas habituais que levam o paciente a procurar ajuda médica. Ele acontece da mesma forma que um infarto comum: bloqueio parcial ou total de uma artéria coronária, interrompendo o fluxo de sangue para uma área do músculo cardíaco. A diferença é que os sinais são tão leves ou inespecíficos que passam despercebidos.
Esse tipo de infarto pode causar danos permanentes ao coração, enfraquecendo sua capacidade de bombear sangue adequadamente, e pode aumentar o risco de insuficiência cardíaca e arritmias.
Por que o infarto silencioso preocupa
O maior problema do infarto silencioso é que, por não causar dor intensa no peito, o paciente pode demorar dias, semanas ou meses para descobrir que sofreu um ataque cardíaco. Quando finalmente identificado, geralmente em um exame de rotina, o coração já sofreu algum grau de comprometimento funcional.
Em muitos casos, o diagnóstico só ocorre após exames de eletrocardiograma, ecocardiograma ou ressonância magnética, que revelam áreas de necrose (morte de tecido) no miocárdio.
Pessoas que sofreram infartos silenciosos e não foram tratadas corretamente têm um risco significativamente maior de sofrer um segundo infarto — este sim, potencialmente fatal. Além disso, há risco elevado de desenvolver insuficiência cardíaca, fibrilação ventricular e morte súbita cardíaca.
Fatores de risco para infarto silencioso
O infarto silencioso pode ocorrer em qualquer pessoa, mas alguns grupos são especialmente mais propensos a não perceber os sintomas ou apresentá-los de forma atípica.
Entre os principais fatores de risco estão:
Diabetes mellitus, que pode causar neuropatia autonômica, reduzindo a sensibilidade à dor.
Hipertensão arterial sistêmica.
Colesterol elevado (dislipidemia).
Obesidade.
Tabagismo.
Sedentarismo.
Histórico familiar de doenças cardíacas.
Idade avançada, especialmente acima dos 60 anos.
Sexo feminino (mulheres tendem a apresentar sintomas atípicos mais frequentemente).
Sintomas do infarto silencioso
Apesar de ser chamado de "silencioso", o infarto pode sim apresentar sintomas leves ou atípicos, que são frequentemente confundidos com outros problemas, como má digestão, cansaço ou ansiedade.
Os sintomas mais comuns do infarto silencioso incluem:
Desconforto leve no peito, sem dor intensa.
Cansaço excessivo sem motivo aparente.
Falta de ar durante atividades simples.
Suor frio repentino.
Palidez ou sensação de mal-estar geral.
Náuseas ou sensação de indigestão.
Dor nas costas, queixo ou braço (mais comum em mulheres).
Esses sinais não costumam gerar alarme imediato, o que leva muitas pessoas a não procurar atendimento médico no momento do infarto.
Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico do infarto silencioso costuma ocorrer acidentalmente, durante exames de rotina ou após queixas inespecíficas. Os exames mais utilizados incluem:
Eletrocardiograma (ECG): pode mostrar sinais de infarto prévio, como ondas Q patológicas.
Ecocardiograma: revela áreas do coração com função reduzida.
Teste ergométrico: identifica isquemia durante o esforço.
Ressonância magnética cardíaca: método sensível para detectar áreas de fibrose no miocárdio.
Dosagem de troponina (marcador de necrose miocárdica): pouco útil no infarto já passado, mas essencial em situações agudas.
Se houver suspeita de obstruções, o médico pode solicitar angiografia coronária, exame que avalia diretamente as artérias do coração.
Tratamento do infarto silencioso
O tratamento de um infarto silencioso segue as mesmas diretrizes do infarto com sintomas típicos. O foco está em prevenir novos eventos e proteger o coração de complicações futuras.
As estratégias incluem:
Uso de medicamentos: aspirina, betabloqueadores, estatinas, inibidores da ECA, entre outros.
Controle rigoroso da pressão arterial, colesterol e glicemia.
Cessação do tabagismo.
Dieta cardioprotetora, rica em vegetais, frutas, grãos integrais e com pouco sal e gordura.
Prática regular de exercícios físicos supervisionados.
Controle do estresse e acompanhamento psicológico, se necessário.
Como prevenir o infarto silencioso
A melhor forma de prevenir um infarto silencioso é controlar os fatores de risco cardiovasculares e manter um acompanhamento médico regular, especialmente se você está em algum grupo de risco.
Recomenda-se:
Monitorar pressão arterial e taxas de colesterol e glicemia.
Manter peso adequado e abandonar o sedentarismo.
Realizar check-ups periódicos, principalmente após os 40 anos.
Consultar um cardiologista em caso de sintomas atípicos persistentes.
Ter atenção redobrada se for diabético ou tiver histórico familiar de infarto.
Conclusão
O infarto silencioso é uma condição traiçoeira que pode passar despercebida, mas que oferece os mesmos riscos à vida do que um infarto típico. A ausência de sintomas clássicos não significa ausência de gravidade. Pelo contrário, é justamente o diagnóstico tardio que torna essa condição ainda mais perigosa.
Se você faz parte de algum grupo de risco, fique atento aos sinais discretos, mantenha hábitos saudáveis e procure acompanhamento médico regularmente. Detectar alterações cardíacas a tempo pode salvar vidas.
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