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Infarto silencioso: o que é e por que preocupa?


Infarto silencioso

O infarto silencioso é uma condição cardíaca que, como o nome indica, ocorre sem os sintomas típicos de um infarto comum, como dor intensa no peito, irradiação para o braço esquerdo ou sudorese intensa. Justamente por essa ausência de sinais evidentes, ele costuma ser diagnosticado tardiamente, o que aumenta o risco de sequelas e morte súbita.


Embora menos perceptível, o infarto silencioso é tão grave quanto o infarto com sintomas clássicos. Estima-se que cerca de 45% dos infartos possam ser silenciosos, especialmente em pessoas com fatores de risco cardiovascular, como diabéticos e idosos. Neste artigo, você entenderá o que é o infarto silencioso, seus sintomas sutis, quem está mais vulnerável, como diagnosticar e como prevenir.


O que é o infarto silencioso?


O infarto silencioso, ou infarto do miocárdio não reconhecido clinicamente, é uma forma de ataque cardíaco que ocorre sem os sintomas habituais que levam o paciente a procurar ajuda médica. Ele acontece da mesma forma que um infarto comum: bloqueio parcial ou total de uma artéria coronária, interrompendo o fluxo de sangue para uma área do músculo cardíaco. A diferença é que os sinais são tão leves ou inespecíficos que passam despercebidos.


Esse tipo de infarto pode causar danos permanentes ao coração, enfraquecendo sua capacidade de bombear sangue adequadamente, e pode aumentar o risco de insuficiência cardíaca e arritmias.


Por que o infarto silencioso preocupa


O maior problema do infarto silencioso é que, por não causar dor intensa no peito, o paciente pode demorar dias, semanas ou meses para descobrir que sofreu um ataque cardíaco. Quando finalmente identificado, geralmente em um exame de rotina, o coração já sofreu algum grau de comprometimento funcional.


Em muitos casos, o diagnóstico só ocorre após exames de eletrocardiograma, ecocardiograma ou ressonância magnética, que revelam áreas de necrose (morte de tecido) no miocárdio.


Pessoas que sofreram infartos silenciosos e não foram tratadas corretamente têm um risco significativamente maior de sofrer um segundo infarto — este sim, potencialmente fatal. Além disso, há risco elevado de desenvolver insuficiência cardíaca, fibrilação ventricular e morte súbita cardíaca.


Fatores de risco para infarto silencioso


O infarto silencioso pode ocorrer em qualquer pessoa, mas alguns grupos são especialmente mais propensos a não perceber os sintomas ou apresentá-los de forma atípica.


Entre os principais fatores de risco estão:


  • Diabetes mellitus, que pode causar neuropatia autonômica, reduzindo a sensibilidade à dor.

  • Hipertensão arterial sistêmica.

  • Colesterol elevado (dislipidemia).

  • Obesidade.

  • Tabagismo.

  • Sedentarismo.

  • Histórico familiar de doenças cardíacas.

  • Idade avançada, especialmente acima dos 60 anos.

  • Sexo feminino (mulheres tendem a apresentar sintomas atípicos mais frequentemente).

Sintomas do infarto silencioso


Apesar de ser chamado de "silencioso", o infarto pode sim apresentar sintomas leves ou atípicos, que são frequentemente confundidos com outros problemas, como má digestão, cansaço ou ansiedade.

Os sintomas mais comuns do infarto silencioso incluem:

  • Desconforto leve no peito, sem dor intensa.

  • Cansaço excessivo sem motivo aparente.

  • Falta de ar durante atividades simples.

  • Suor frio repentino.

  • Palidez ou sensação de mal-estar geral.

  • Náuseas ou sensação de indigestão.

  • Dor nas costas, queixo ou braço (mais comum em mulheres).

Esses sinais não costumam gerar alarme imediato, o que leva muitas pessoas a não procurar atendimento médico no momento do infarto.

Como é feito o diagnóstico


O diagnóstico do infarto silencioso costuma ocorrer acidentalmente, durante exames de rotina ou após queixas inespecíficas. Os exames mais utilizados incluem:

  • Eletrocardiograma (ECG): pode mostrar sinais de infarto prévio, como ondas Q patológicas.

  • Ecocardiograma: revela áreas do coração com função reduzida.

  • Teste ergométrico: identifica isquemia durante o esforço.

  • Ressonância magnética cardíaca: método sensível para detectar áreas de fibrose no miocárdio.

  • Dosagem de troponina (marcador de necrose miocárdica): pouco útil no infarto já passado, mas essencial em situações agudas.

Se houver suspeita de obstruções, o médico pode solicitar angiografia coronária, exame que avalia diretamente as artérias do coração.

Tratamento do infarto silencioso


O tratamento de um infarto silencioso segue as mesmas diretrizes do infarto com sintomas típicos. O foco está em prevenir novos eventos e proteger o coração de complicações futuras.

As estratégias incluem:

  • Uso de medicamentos: aspirina, betabloqueadores, estatinas, inibidores da ECA, entre outros.

  • Controle rigoroso da pressão arterial, colesterol e glicemia.

  • Cessação do tabagismo.

  • Dieta cardioprotetora, rica em vegetais, frutas, grãos integrais e com pouco sal e gordura.

  • Prática regular de exercícios físicos supervisionados.

  • Controle do estresse e acompanhamento psicológico, se necessário.

Como prevenir o infarto silencioso


A melhor forma de prevenir um infarto silencioso é controlar os fatores de risco cardiovasculares e manter um acompanhamento médico regular, especialmente se você está em algum grupo de risco.

Recomenda-se:

  • Monitorar pressão arterial e taxas de colesterol e glicemia.

  • Manter peso adequado e abandonar o sedentarismo.

  • Realizar check-ups periódicos, principalmente após os 40 anos.

  • Consultar um cardiologista em caso de sintomas atípicos persistentes.

  • Ter atenção redobrada se for diabético ou tiver histórico familiar de infarto.

Conclusão

O infarto silencioso é uma condição traiçoeira que pode passar despercebida, mas que oferece os mesmos riscos à vida do que um infarto típico. A ausência de sintomas clássicos não significa ausência de gravidade. Pelo contrário, é justamente o diagnóstico tardio que torna essa condição ainda mais perigosa.

Se você faz parte de algum grupo de risco, fique atento aos sinais discretos, mantenha hábitos saudáveis e procure acompanhamento médico regularmente. Detectar alterações cardíacas a tempo pode salvar vidas.

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