A endoscopia de urgência desempenha um papel na hemorragia digestiva alta não varicosa aguda?
Abstrato
Introdução: As principais diretrizes de prática clínica recomendam endoscopia dentro de 24 horas após a admissão no Departamento de Emergência em pacientes com hemorragia digestiva alta não varicosa. No entanto, é um intervalo de tempo amplo e o papel da endoscopia de urgência (<6 horas) é controverso.
Material e métodos: Estudo observacional prospectivo realizado no Hospital Universitário La Paz, onde foram selecionados todos os pacientes, de 1º de janeiro de 2015 a 30 de abril de 2020, que compareceram ao Pronto-Socorro e realizaram endoscopia por suspeita de hemorragia digestiva alta. Dois grupos de pacientes foram estabelecidos: endoscopia urgente (<6 horas) e endoscopia precoce (6-24 horas). O endpoint primário do estudo foi a mortalidade em 30 dias.
Resultados: Foram incluídos 1.096 pacientes, dos quais 682 foram submetidos à endoscopia de urgência. A mortalidade em 30 dias foi de 6% (5% vs 7,7%, P=0,064) e o ressangramento foi de 9,6%. Não houve diferenças estatisticamente significativas na mortalidade, ressangramento, necessidade de tratamento endoscópico, cirurgia e/ou embolização, mas houve diferenças na necessidade de transfusão (57,5% vs 68,4%, P<0,001) e no número de concentrados de transfusão glóbulos vermelhos (2,85±4,01 vs 3,51±4,09, P=0,008).
Conclusão: A endoscopia de urgência, em pacientes com hemorragia digestiva alta aguda, bem como no subgrupo de alto risco (GBS ≥12), não foi associada a menor mortalidade em 30 dias do que a endoscopia precoce. No entanto, endoscopia urgente em pacientes com lesões endoscópicas de alto risco (ForrestI-IIB), foi um preditor significativo de menor mortalidade. Portanto, mais estudos são necessários para a correta identificação dos pacientes que se beneficiam dessa abordagem médica (endoscopia de urgência).
Palavras-chave: Endoscopia urgente; Sangramento gastrointestinal; Hemorragia digestiva; Mortalidade; Mortalidade; Tempo; Tempo; Endoscopia urgente.