Intestino preso: o que pode estar por trás
- medicinaatualrevis
- há 23 horas
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Muitas pessoas acham que só estão com intestino preso se ficarem vários dias sem evacuar. Mas a constipação intestinal é mais complexa: ela também inclui fezes muito duras, esforço excessivo para evacuar, sensação de evacuação incompleta ou necessidade de usar laxantes com frequência.
Esse problema atinge milhões de brasileiros e pode afetar diretamente o bem-estar, o humor e até a saúde digestiva.
Causas comuns de intestino preso
O intestino preso pode ter origem em diversos fatores. Nem sempre é sinal de algo grave, mas entender o que está por trás do problema é fundamental para tratar de forma eficaz e prevenir complicações futuras.
1. Alimentação pobre em fibras
A principal causa de constipação é a dieta desequilibrada. Pouco consumo de frutas, verduras, legumes e grãos integrais reduz o volume e a umidade das fezes. Alimentos ultraprocessados, excesso de carne vermelha e falta de água pioram o quadro.
2. Falta de atividade física
O sedentarismo diminui os estímulos naturais para os movimentos intestinais. Exercícios aeróbicos como caminhada, corrida ou natação ajudam a “acordar” o intestino. Uma vida muito parada pode contribuir para a lentidão intestinal.
3. Uso de medicamentos
Alguns remédios têm como efeito colateral o intestino preso:
Suplementos de ferro e cálcio.
Antidepressivos.
Antiácidos com alumínio.
Analgésicos opioides (como codeína ou morfina).
4. Estresse e ansiedade
O intestino é altamente sensível ao sistema nervoso. Momentos de estresse crônico, mudanças de rotina ou ansiedade intensa podem alterar o ritmo intestinal. É comum que pessoas com distúrbios de humor relatem constipação frequente.
5. Alterações hormonais
O intestino pode ficar mais lento em fases como:
Gravidez (efeito da progesterona).
Menopausa.
Hipotireoidismo Essas alterações hormonais afetam diretamente o peristaltismo intestinal.
Sinais de alerta que merecem atenção
Em muitos casos, o intestino preso é funcional e benigno. Mas é importante ficar atento a alguns sinais que podem indicar doenças associadas. Nesses casos, a constipação não deve ser tratada apenas com mudanças de dieta ou laxantes.
Perda de peso sem explicação.
Sangue nas fezes ou fezes muito escuras.
Anemia inexplicada.
Dor abdominal persistente.
Histórico familiar de câncer de intestino.
Constipação recente e progressiva em idosos.
Diagnóstico e exames recomendados
O diagnóstico do intestino preso é, na maioria, clínico. Mas quando os sintomas são persistentes ou atípicos, o médico pode solicitar exames para investigar possíveis causas orgânicas.
História clínica completa: frequência das evacuações, consistência das fezes, uso de laxantes.
Exame físico: toque retal, avaliação abdominal.
Colonoscopia: indicada em pessoas com mais de 50 anos ou com fatores de risco.
Exames de sangue e hormonais: avaliam anemia, distúrbios da tireoide e marcadores inflamatórios.
Trânsito colônico: analisa o tempo que as fezes levam para atravessar o intestino.
Tratamentos e medidas que ajudam
O tratamento do intestino preso depende da causa identificada. Em muitos casos, é possível melhorar o quadro com medidas simples e mudanças no estilo de vida. Em outros, pode ser necessário o uso controlado de medicamentos.
Aumentar a ingestão de fibras: aveia, chia, linhaça, mamão, ameixa, vegetais folhosos.
Beber mais água: cerca de 2 litros por dia, especialmente se estiver aumentando as fibras.
Atividade física regular: ao menos 30 minutos por dia.
Evitar segurar a vontade de evacuar.
Evitar uso frequente de laxantes sem orientação médica.
Probióticos: ajudam a equilibrar a flora intestinal.
Quando procurar um médico
Se o intestino preso estiver afetando sua qualidade de vida, não hesite em procurar ajuda. O médico pode orientar sobre a melhor forma de tratar o problema, avaliar possíveis causas ocultas e indicar o especialista adequado, como o gastroenterologista ou o proctologista.
Busque atendimento se:
A constipação for persistente, mesmo com mudanças na alimentação.
Houver sinais de sangue nas fezes.
Você sentir dor frequente ou inchaço abdominal.
Estiver usando laxantes com frequência para conseguir evacuar.
Existirem fatores de risco familiares para doenças intestinais.
Conclusão
O intestino preso pode parecer um problema simples, mas deve ser observado com atenção. Mudanças no estilo de vida fazem muita diferença, mas em alguns casos, é preciso investigar causas mais profundas. Prestar atenção aos sinais do seu corpo, manter uma alimentação equilibrada e buscar ajuda médica quando necessário são atitudes essenciais para manter sua saúde intestinal em dia.
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