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Morbidade e mortalidade da pneumonia adquirida na comunidade (PAC)



01- Qual a definição de pneumonia adquirida na comunidade (PAC)?


PAC Ă© a infecção aguda do parĂȘnquima pulmonar, de etiologia infecciosa, causada por bactĂ©rias, vĂ­rus ou fungos, em um indivĂ­duo imunocompetente, que a adquiriu na comunidade, distinguindo-a assim daquela adquirida no hospital ou em unidades especiais de atendimento, como clĂ­nicas de diĂĄlise ou casas de repouso para idosos. Do ponto de vista prĂĄtico, Ă© aquela que se manifesta clinicamente na comunidade ou dentro das primeiras 48 horas da internação por um outro motivo que nĂŁo a pneumonia (alguns autores estendem este perĂ­odo atĂ© 72 horas). Por exemplo o paciente se internou para fazer uma cirurgia e nas primeiras 48 horas apresentou um quadro de pneumonia. Essa pneumonia ainda que se manifeste dentro do hospital Ă© considerada como adquirida na comunidade


02- Qual a incidĂȘncia da pneumonia adquirida na comunidade (PAC)?


A incidĂȘncia de PAC varia de 5 a 11 casos por 1.000 indivĂ­duos por ano. Esta incidĂȘncia varia muito nas diferentes faixas etĂĄrias, sendo maior em crianças pequenas e em idosos.


03- Qual a morbidade e a mortalidade da pneumonia adquirida na comunidade (PAC)?


A PAC Ă© uma doença potencialmente grave, constituindo-se na principal causa de Ăłbito entre as doenças infecciosas. Diferentes estudos mostram que entre 22% e 51% dos pacientes com PAC sĂŁo internados, nĂșmeros bem elevados, mesmo considerando-se que hĂĄ uma hospitalização excessiva, provavelmente pela nĂŁo ado- ção de critĂ©rios objetivos nesta decisĂŁo. Entre os pacientes internados, 5% a 10% sĂŁo encaminhados para unidades de tratamento intensivo.

A mortalidade da PAC é em torno de 1%, subindo para 5% a 12% entre os que necessitam de internação, podendo chegar a 50% entre os que precisam de tratamento em UTI. Segundo dados das diretrizes brasileiras para PAC em adultos imunocompetentes (SBPT, 2009), o coeficiente de mortalidade por pneumonia é superior a 500/100.000 habitantes por ano em indiví- duos com mais de 80 anos, mas inferior a 10/100.000 habitantes naqueles com idade entre 5 e 49 anos


04- Quais sĂŁo as vias de acesso dos patĂłgenos da pneumonia adquirida na comunidade (PAC) ao parĂȘnquima pulmonar?


Os microorganismos podem chegar ao parĂȘnquima pulmonar pelas seguintes vias:

‱ aspiração de secreçÔes da orofaringe;

‱ inalação de aerossóis;

‱ disseminação hematogĂȘnica;

‱ disseminação a partir de um foco contíguo;

‱ reativação local


05- Quais sĂŁo os mecanismos de defesa do trato respiratĂłrio inferior contra os microorganismos?


Embora a inalação e a aspiração de microorganismos sejam bastante frequentes, em condiçÔes normais, as vias aéreas situadas abaixo da glote não se contaminam facilmente, devido à ação conjunta de vårios mecanismos de defesa, entre eles:

‱ fechamento da glote;

‱ reflexo da tosse;

‱ muco brînquico;

‱ atividade ciliar do epitĂ©lio respiratĂłrio;

‱ fatores humorais presentes no muco;

‱ macrófagos e imunoglobulinas alveolares.


06- Qual(is) o(s) principal(is) agente(s) etiolĂłgico(s) da pneumonia?


Sabemos que nas pneumonias a definição do agente etiológico é difícil e, mesmo quando são empregadas todas as técnicas disponíveis, essa definição só é feita em 30% a 40% dos casos pesquisados

Dos casos de pneumonia adquirida na comunidade com etiologia determinada, os dados disponĂ­veis referentes ao agente etiolĂłgico variam significativamente, mas existem alguns pontos que merecem destaque:

‱ o agente mais comum das pneumonias adquiridas na comunidade Ă© o Streptococcus pneumoniae (pneumococo), estando envolvido em 30% a 70% dos casos;

‱ as bactĂ©rias atĂ­picas, micoplasma, clamĂ­dea e legionela, tĂȘm sido consideradas como o agente etiolĂłgico em taxas que variam de 8% a 48 % dos casos;

‱ infecçÔes mistas, tipicamente envolvendo uma bactĂ©ria e um agente atĂ­pico ou viral, tĂȘm sido relatadas em atĂ© 38% dos pacientes;

‱ H. influenzae tem sido implicado como o agente etiológico em a 4% a 18% dos casos, principalmente em pacientes com DPOC;

‱ EnterobactĂ©rias (Klebsiela, Escherichia, Proteus, Enterobacter) e S. aureus, foram citados como agentes em 2% a 10% dos casos, cada um;

‱ Pseudomonas aeruginosa foi citada como responsável em 1% a 4% dos casos.


07- Quais são as condiçÔes de risco para as pneumonias adquiridas na comunidade (PAC) por enterobactérias?


As condiçÔes de risco para PAC por enterobactérias, de acordo com documento da Associação Toråcica Americana (ATS) e da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) são:

‱ residĂȘncia em asilos (alguns autores jĂĄ consideram pneumonia nestes pacientes como hospitalar);

‱ internação nos Ășltimos 30 dias;

‱ doença cardiopulmonar subjacente (principalmente DPOC, ICC);

‱ co-morbidades mĂșltiplas;

‱ tratamento antibiĂłtico por mais de 48 horas nos Ășltimos 30 dias;

‱ provável aspiração


08- Quais são as condiçÔes de risco para as pneumonias adquiridas na comunidade (PAC) por Pseudomonas aeruginosa?


As condiçÔes de risco ou predisponentes às pneumonias por Pseudomonas aeruginosa, de acordo com os recentes documentos da Associação Latino-americana de Tórax (ALAT), Associação Toråcica Americana (ATS) e Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) são:

‱ bronquiectasias, incluindo fibrose cística;

‱ DPOC grave;

‱ tratamento crînico com corticoides (superior a 10 mg/dia);

‱ tratamento antibiĂłtico no mĂȘs anterior por mais de sete dias com agente de amplo espectro;

‱ desnutrição;

‱ internação hospitalar recente.


09- Quais sĂŁo os agentes atĂ­picos?


Recentemente, tem havido uma tendĂȘncia Ă  restrição do uso do termo atĂ­pico apenas para Mycoplasma pneumoniae, Clamydia pneumoniae e as vĂĄrias espĂ©- cies de Legionella, incluindo a Legionella pneumophila. Este grupo tem como caracterĂ­stica microbiolĂłgica comum o fato de serem todas bactĂ©rias intracelulares e, do ponto de vista terapĂȘutico, de serem sensĂ­veis Ă  ação dos macrolĂ­deos, tetraciclinas e quinolonas e resistentes aos betalactĂąmicos. Nunca Ă© de mais lembrar que nĂŁo hĂĄ caracterĂ­sticas clĂ­nicas ou radiolĂłgicas que permitam inferir com segurança a etiologia atĂ­pica da PAC.


10- Quais correlaçÔes etiológicas podem ser feitas com a gravidade de apresentação clínica inicial?


É difĂ­cil estabelecer, com rigor cientĂ­fico, correlação entre a gravidade da PAC e agentes etiolĂłgicos mais provĂĄveis, sobretudo pela grande heterogeneidade de resultados dos estudos que avaliam a etiologia desta infecção. Mesmo assim, as diferentes diretrizes de tratamento da PAC estabelecem nĂ­veis de gravidade do quadro e propĂ”em esquemas antimicrobianos empĂ­ricos, a princĂ­pio dirigidos para agentes mais provĂĄveis, mas tambĂ©m que vĂŁo ampliando em espectro, evitando assim, que formas mais graves fiquem sem cobertura adequada. As principais etiologias sugeridas para trĂȘs nĂ­veis de gravidade de PAC estĂŁo descritas na tabela a seguir:


11- Quais sĂŁos principais sintomas pulmonares da pneumonia adquirida na comunidade?


A pneumonia Ă©, tipicamente, um quadro de apresentação aguda. Geralmente o paciente procura a assistĂȘncia mĂ©dica apĂłs poucos dias do inĂ­cio dos sintomas. Esses sintomas se caracterizam pela presença de:

‱ Tosse e exepctoração: na fase inicial ela pode ser seca ou apresentar expectoração em pequena quantidade e de aspecto mucĂłide, mas que evolui, frequentemente, para aspecto purulento. Pode haver hemoptise, geralmente de pequeno volume e associada Ă  purulĂȘncia do escarro.;

‱ Dor torácica pleurítica: caracteriza que há envolvimento pleural. É localizada, em pontada e piora com a tosse e inspiração profunda. Nas pneumonias de base pulmonar, a dor pode ser referida no abdome ou na região escapular.;

‱ DispnĂ©ia: geralmente ausente nos quadros leves. Quando presente, caracteriza sempre um quadro grave, seja pela extensĂŁo da pneumonia, seja pela presença de descompensação de doen- ças subjacentes (pulmonares ou cardiovasculares, por exemplo);


12- Quais os principais sintomas gerais?


‱ Febre: está presente na maioria dos casos, a exceção de idosos debilitados e alguns pacientes imunossuprimidos.

‱ Adinamia: sintoma muito frequente na pneumonia, às vezes com prostração acentuada.


Outros sintomas gerais como mialgia generalizada, suores, calafrios, dor de garganta, anorexia, nĂĄuseas, vĂŽmitos, diarrĂ©ia, alteraçÔes de sensĂłrio sĂŁo observados com frequĂȘncia variĂĄvel.

É importante frisar que, em alguns pacientes, sobretudo idosos debilitados, ou frĂĄgeis, a Ășnica manifestação da pneumonia pode ser alteração de sensĂłrio, sem sintomas respiratĂłrios e sem febre. Em outros casos surgem quedas ao chĂŁo, incontinĂȘncia urinĂĄria, descompensação da doença de base ou insuficiĂȘncia cardĂ­aca clinicamente manifesta. Isso faz com que sempre complementemos a investigação dessas situaçÔes com radiografia do tĂłrax.


13- Quais os principais achados de exame fĂ­sico do aparelho respiratĂłrio em um paciente com pneumonia?


O achado clåssico ao exame é o da síndrome de condensação, na qual temos, em uma årea localizada:

‱ Ă  palpação, frĂȘmito tĂłraco-vocal aumentado;

‱ à percussão, macicez ou sub-macicez;

‱ Ă  ausculta, murmĂșrio reduzido com crepitaçÔes (ou estertores) e respiração traqueal, anteriormente chamado de sopro tubĂĄreo;

‱ à ausculta da voz (manobra pouco realizada por sua menor relevñncia clínica), broncofonia, egofonia e pectorilóquia afînica


Este conjunto de achados, porĂ©m, raramente estĂĄ presente na sua totalidade. O dado mais frequente no exame fĂ­sico Ă© o achado localizado de crepitaçÔes Ă  ausculta. NĂŁo Ă© rara a presença de derrame pleural em pacientes com pneumonia. Neste caso, os achados de exame fĂ­sico do derrame pleural podem prevalecer e termos frĂȘmito tĂłraco-vocal diminuĂ­do, macicez e abolição do murmĂșrio vesicular.

Este conjunto de achados, porĂ©m, raramente estĂĄ presente na sua totalidade. O dado mais frequente no exame fĂ­sico Ă© o achado localizado de crepitaçÔes Ă  ausculta. NĂŁo Ă© rara a presença de derrame pleural em pacientes com pneumonia. Neste caso, os achados de exame fĂ­sico do derrame pleural podem prevalecer e termos frĂȘmito tĂłraco-vocal diminuĂ­do, macicez e abolição do murmĂșrio vesicular.


14- A caracterização das pneumonias adquiridas na comunidade (PAC) entre típicas e atípicas é vålida?


Durante muito tempo valorizou-se a apresentação dita atí- pica das PACs, caracterizadas por progressão mais lenta e predominùncia dos sintomas gerais (cefaléia e mialgia) sobre os respiratórios. A temperatura não seria tão alta como na pneumonia pneumocócica (protótipo da PAC tí- pica) e, em geral, não acompanhada de calafrios; a tosse, pouco produtiva e com expectoração mucóide; a dor com origem na pleura seria rara, sendo mais comum o paciente queixar-se de dor retroesternal secundåria à traqueíte. A semiologia respiratória também seria mais pobre, em particular nas fases iniciais, em que predominaria o comprometimento do interstício pulmonar. A presença dessa apresentação era considerada sugestiva de etiologia por agentes atípicos (M. pneumoniae, C. pneumoniae, Legionella spp e vírus)

PorĂ©m, vĂĄrios trabalhos recentes tĂȘm nos mostrado que Ă© impossĂ­vel, do ponto de vista clĂ­nico e mesmo radiolĂłgico, fazer uma diferenciação precisa entre pneumonias bacterianas tĂ­picas e atĂ­picas. As diretrizes de diferentes sociedades de pneumologia, como a brasileira e a britĂąnica, recomendam o abandono dessa classificação, pelas implicaçÔes negativas que podem trazer Ă  condução dos pacientes com PAC.


15- O diagnĂłstico de pneumonia pode ser feito apenas em bases clĂ­nicas?


NĂŁo de forma definitiva, embora possa haver uma forte suspeita clĂ­nica. Nenhum sintoma ou sinal, ou mesmo diferentes associaçÔes entre eles, permite o diagnĂłstico seguro de pneumonia, embora, por outro lado, exame fĂ­sico do aparelho respiratĂłrio normal e ausĂȘncia de alteraçÔes nos sinais vitais tornem o diagnĂłstico menos provĂĄvel. Assim, a radiografia de tĂłrax Ă© fundamental para confirmação ou exclusĂŁo de pneumonia. Devemos lembrar no entanto que o mesmo aspecto radiolĂłgico observado na pneumonia pode ser observado em outras condiçÔes clĂ­nicas. DaĂ­ a necessidade da presença do conjunto de manifestaçÔes clĂ­nicas e radiolĂłgicas compatĂ­veis para se fazer um diagnĂłstico de pneumonia.


16- Qual o papel da radiografia de tĂłrax no diagnĂłstico da pneumonia?


A radiografia de tĂłrax Ă© fundamental para o diagnĂłstico de pneumonia, no sentido de diferenciĂĄ-la de outros quadros infecciosos do trato respiratĂłrio inferior e superior, tais como bronquites agudas e rinossinusites agudas, nos quais os sintomas podem ser semelhantes, mas a radiografia de tĂłrax Ă© normal. A radiografia, no caso de positiva, define ainda a extensĂŁo do processo, que se correlaciona com a gravidade do quadro. Uma radiografia de tĂłrax alterada pode ainda:

a) sugerir outras possibilidades, como tuberculose ou micoses profundas;

b) identificar condiçÔes associadas, como tumoraçÔes ou alargamentos hilares ou mediastinais, que por obstrução ou compressĂŁo brĂŽnquica podem levar Ă  infecção pulmonar; c) verificar a ocorrĂȘncia de complicaçÔes, como derrame pleural, cavitaçÔes e bilateralidade.


17- Pode existir pneumonia com radiografia de tĂłrax normal?


Hoje sabemos que raramente a radiografia de tórax pode estar normal em paciente com pneumonia, mas a tomografia computadorizada do tórax pode estar alterada. Assim em paciente com forte suspeita clínica e radiografia normal não se pode excluir a presença de pneumonia. Porém só se indica a TC nesses casos se o quadro clínico caracterizar uma situação grave.


18- Quais os padrÔes radiológicos mais frequentemente associados à pneumonia?


O padrĂŁo radiogrĂĄfico mais frequente nas pneumonias sĂŁo as opacidades alveolares (figura 1). Em alguns casos elas sĂŁo homogĂȘneas, acompanhadas de broncograma aĂ©reo, caracterizando a imagem de consolidação (figuras 1, 2 e 3). Outras imagens descritas sĂŁo as intersticiais (figura 4), reticulares ou reticulonodulares, e a tumoral, que pode ocorrer caprichosamente na pneumonia, situação em que Ă© denominada pneumonia redonda. As imagens alveolares podem apresentar escavaçÔes, o que, segundo alguns autores, associa-se com maior gravidade (figuras 5). A presença de derrame pleural concomitante tambĂ©m Ă© sinal de gravidade (figura 6).


19- Como fazer, então, quando não se dispÔe de radiografia de tórax para avaliação de paciente com suspeita clínica de pneumonia adquirida na comunidade (PAC)?


Conforme jĂĄ comentado, a radiografia de tĂłrax Ă© indispensĂĄvel para o diagnĂłstico correto da PAC, alĂ©m de trazer informaçÔes importantes em relação Ă  sua gravidade. Excepcionalmente, quando Ă© realmente impossĂ­vel fazĂȘ-la, em paciente de baixa gravidade, com condiçÔes de tratamento ambulatorial, o paciente com suspeita clĂ­nica de PAC deverĂĄ ser tratado da forma habitual, que serĂĄ descrita adiante. Na presença de critĂ©rios de gravidade, ele deverĂĄ ser obrigatoriamente encaminhado para um serviço em que a radiografia seja disponĂ­vel.


20- É possĂ­vel estabelecer correlaçÔes entre achados radiolĂłgicos e agentes etiolĂłgicos especĂ­ficos?


De uma forma geral nĂŁo hĂĄ correlaçÔes fidedignas entre padrĂ”es encontrados na radiografia de tĂłrax e agentes etiolĂłgicos especĂ­ficos. A Ășnica exceção que merece ser considerada Ă© a presença de pneumatoceles, que sĂŁo cavidades de paredes finas, geralmente mĂșltiplas e bilaterais, que se associam Ă  etiologia estafilocĂłcica. ( Figura 7)


21- Como deve ser feito o controle radiolĂłgico durante e apĂłs o tratamento da pneumonia adquirida na comunidade?


Nas formas nĂŁo graves de PAC e com boa evolução clĂ­nica nĂŁo hĂĄ necessidade de controle radiolĂłgico durante o tratamento. Alguns autores argumentam ainda que este controle nĂŁo Ă© necessĂĄrio nem mesmo ao final do tratamento, embora a normalização da radiografia de tĂłrax traga segurança de que o quadro se resolveu completamente. Este controle passa a ser fundamental em pacientes com mais de 50 anos, em fumantes, na persistĂȘncia de sintomas ou de achados de exame fĂ­sico e quando diagnĂłsticos diferenciais foram considerados. Como a resolução completa da radiografia pode levar atĂ© seis semanas para ocorrer, este Ă© o perĂ­odo que habitualmente se espera para a solicitação do exame. Por outro lado, em pacientes graves (sobretudo internados) ou com deterioração clĂ­nica apĂłs inĂ­cio do tratamento, controles radiolĂłgicos periĂłdicos devem ser feitos, monitorando a extensĂŁo do quadro e o possĂ­vel surgimento de complicaçÔes, como derrame pleural, formação de abscessos, atelectasias.


22- Qual o papel da tomografia computadorizada (TC) de tĂłrax na pneumonia adquirida na comunidade (PAC)?


A TC Ă© mais sensĂ­vel para identificar alteraçÔes pulmonares do que a radiografia de tĂłrax, podendo ser Ăștil quando hĂĄ dĂșvidas na radiografia ou quando esta Ă© normal mas o quadro clĂ­nico Ă© muito sugestivo de PAC, como jĂĄ comentado em questĂŁo anterior A TC de tĂłrax ainda pode ser Ăștil na investigação de complicaçÔes, como derrame pleural septado, abscesso pulmonar, e, eventualmente, para auxiliar no diagnĂłstico diferencial com outras doenças, como por exemplo neoplasia, tuberculose e micoses profundas.


23- Qual o papel do ultra-som (US) de tĂłrax na pneumonia adquirida na comunidade (PAC)?


O US de tórax pode auxiliar no diagnóstico da pneumonia e na condução de derrames parapneumÎnicos pequenos ou septados, facilitando a toracocentese diagnóstica dos mesmos.


24- Qual o papel da oximetria de pulso na avaliação do paciente com suspeita de pneumonia adquirida na comunidade (PAC)?


A oximetria de pulso, exame não-invasivo e que pode ser facilmente disponível, deve ser realizada em todos os pacientes atendidos por PAC. Ela estima com segurança a oxigenação, servindo, como marcador de gravidade e como triagem para se indicar ou não a realização da gasometria arterial.


25- Quais exames complementares sĂŁo Ășteis na avaliação de um paciente com pneumonia adquirida na comunidade (PAC)?


Nos pacientes sem critérios clínicos de gravidade e que, portanto, poderão ser conduzidos em regime ambulatorial, não hå necessidade de qualquer outro exame complementar. Naqueles mais graves, alguns exames deverão ser solicitados para se estabelecer melhor as condiçÔes do paciente. Entre os exames complementares comumente usados para avaliar a gravidade da PAC destacam-se:

‱ hemograma;

‱ glicemia;

‱ urĂ©ia e creatinina;

‱ eletrólitos;

‱ proteínas totais;

‱ tempo de tromboplastina parcial ativado;

‱ gasometria arterial.


26- Qual o papel de algumas provas inflamatórias no diagnóstico e condução da pneumonia adquirida na comunidade (PAC)?


Entre as provas inflamatĂłrias, a proteĂ­na C reativa (PCR) e a procalcitonina sĂŁo as que tĂȘm sido mais estudadas em pacientes com PAC. Alguns estudos creditam Ă  PCR valor como marcador prognĂłstico ao longo do tratamento: a manutenção de nĂ­veis elevados apĂłs 3 a 4 dias de tratamento, ou reduçÔes menores que 50% do valor inicial de tratamento sugeriria pior prognĂłstico ou surgimento de complicaçÔes.

A procalcitonina parece mais promissora do que a PCR na avaliação da gravidade da PAC. Alguns autores sugerem atĂ© mesmo um papel a este marcador na defini- ção da duração do tratamento antimicrobiano: ela deveria ser dosada no inĂ­cio do tratamento e apĂłs 5 dias; se houver redução de mais de 90% do valor inicial e se o valor estiver menor que 0,1 ng/ml, com o paciente estĂĄvel, o antibiĂłtico poderia ser suspenso. Entretanto, estes estudos sĂŁo iniciais e nĂŁo hĂĄ evidĂȘncias suficientes para esta recomendação.


27- Que exames complementares podem auxiliar no diagnĂłstico etiolĂłgico da pneumonia adquirida na comunidade (PAC)?


Os exames complementares disponĂ­veis para o diagnĂłstico etiolĂłgico na PAC sĂŁo:

‱ hemocultura;

‱ estudo microbiológico do escarro;

‱ toracocentese (quando há derrame pleural);

‱ aspirado transtraqueal;

‱ lavado broncoalveolar;

‱ punção transtorácica;

‱ exames sorológicos;

‱ pesquisa de antígenos urinários.

‱ exames moleculares para virus e atípicos


28- Em quais pacientes com pneumonia adquirida na comunidade (PAC) deve-se solicitar hemocultura?


Apesar da baixa positividade da hemocultura, aproximadamente 20% nos casos de pneumonia por pneumococo ou enterobactérias e ainda menor quando a etiologia é H. influenzae, M. catarrhalis ou anaeróbios, recomenda-se sua realização nos casos de internação, principalmente nos casos com indicação de internação em terapia intensiva. As amostrasdevem ser colhidas antes do início da antibioticoterapia, que, entretanto, não deve ser retardada para este fim.


29- Qual o papel do estudo do escarro na propedĂȘutica do paciente com pneumonia adquirida na comunidade?


O estudo do escarro para diagnĂłstico etiolĂłgico da PAC tem importantes limitaçÔes: a interpretação Ă© dependente do observador, as bactĂ©rias atĂ­picas nĂŁo podem ser vistas, o uso prĂ©vio de antibiĂłtico diminui a sensibilidade do exame, a sensibilidade do escarro para o pneumococo nĂŁo Ă© alta, a especificidade Ă© prejudicada pela presença de bactĂ©rias que colonizam a orofaringe, parcela considerĂĄvel de pacientes nĂŁo consegue obter amostra aceitĂĄvel de escarro, o laboratĂłrio deve ter experiĂȘncia na anĂĄlise e a amostra deve ser avaliada rapidamente. Por fim, impacto clĂ­nico significativo do exame, ou seja, superioridade do tratamento dirigido pela anĂĄlise do escarro em relação ao empĂ­rico, ainda nĂŁo foi demonstrada.

Embora recomendado em diferentes diretrizes para o tratamento da PAC com necessidade de internação, sua utilização não é muito difundida em nosso meio. Nos casos em que se opta por sua realização, deve-se assegurar que o escarro é representativo da via aérea inferior: a amostra deve apresentar menos de 10 células epiteliais e mais de 25 polimorfonucleares por campo de pequeno aumento. Då-se importùncia à predominùncia de um determinado microorganismo somente se ele estiver situado próximo ou dentro dos leucócitos. Na anålise do escarro devem ser realizados o Gram e as coloraçÔes para BAAR e fungos, além da cultura.


30- Quando realizar a toracocentese em pacientes com pneumonia adquirida na comunidade (PAC)?


Todo paciente com PAC e com derrame pleural em que, na radiografia de tĂłrax realizada em decĂșbito lateral com raios horizontais, a sombra de lĂ­quido tiver espessura maior que 1 cm, deve ser submetido a toracocentese. AlĂ©m da possibilidade de se ter o diagnĂłstico etiolĂłgico, que nem sempre ocorre, as caracterĂ­sticas macroscĂłpicas, bioquĂ­micas e microbiolĂłgicas, definirĂŁo tratar-se de empiema ou nĂŁo, o que tem importantes implicaçÔes no tratamento (para maiores detalhes, consultar o tema “Derrame Pleural”).


31- Quais sĂŁo os escores mais utilizados para avaliar a gravidade da pneumonia adquirida na comunidade?


SĂŁo eles:

‱ CURP-65;

‱ PSI: Pneumonia Severity Index.


32- O que Ă© o escore CURP-65?


Trata-se de um escore de gravidade de PAC baseado nas seguintes variĂĄveis:

‱ C – presença de confusão mental;

‱ U – urĂ©ia acima de 50 mg/dl;

‱ R – frequĂȘncia respiratĂłria (respiratory rate) maior ou igual a 30 irpm;

‱ P – pressão arterial (blood pressure) sistólica menor que 90 mmHg ou diastólica menor ou igual a 60 mmHg;

‱ 65 – idade maior que 65 anos.


Para cada critério preenchido, atribui-se 1 ponto, tendo-se, portanto, um escore que varia de 0 a 5 pontos. Pacientes com escore de 0 ou 1 ponto (quando apenas a idade pontua) podem ser tratados no domicílio, os demais devem ser internados. Em outras palavras, confusão mental, uréia elevada (>50 mgdl), taquipnéia (>30 irpm) ehipotensão (PAS<90 ou PAD<60 mmHg) são dados que, isoladamente, indicam internação do paciente.

Além de auxiliar na decisão de internação ou não do paciente, o escore CURB-65 då uma idéia sobre o risco de óbito, conforme ilustrado na tabela 2


33- O que Ă© o escore CRP-65?


Trata-se de uma simplificação do CURB-65, excluindo a dosagem da uréia na avaliação do paciente, o que não compromete muito seu rendimento. A interpretação deste escore fica da seguinte forma:


‱ CRB-65=0: mortalidade baixa (1,2%);

‱ CRB-65=1 ou 2: mortalidade baixa (8,15%%);

‱ CRB-65=3 ou 4: mortalidade baixa (31%).


34- O que Ă© o escore Pneumonia Severity Index (PSI)?


O escore PSI, descrito por Fine e colaboradores, compreende duas etapas. Na primeira, são avaliadas características demogråficas, de história e de exame físico (tabela 3). Se nenhum dado desta etapa for positivo, o paciente é definido como classe I de risco e não necessita de maior exploração complementar.

Entretanto, se na primeira etapa existir algum dado positivo, passe-se para a segunda, que vai considerar dados de gasometria arterial (pH e PaO2), hematócrito, uréia, sódio sérico e presença ou não de derrame pleural na radiografia de tórax. Cada um destes dados, bem como os avaliados na primeira etapa, recebe uma pontuação e, em função do total de pontos atingidos, os pacientes são separados em 5 classes (tabelas 4 e 5 na próxima pågina).


35- Quais as implicaçÔes pråticas do escore PSI (Pneumonia Severity Index)?


O escore PSI jå foi amplamente estudado e validado na literatura, havendo uma boa correlação entre a classe definida e o risco de óbito. Alguns autores sugerem ainda sua utilização na decisão do local de tratamento do paciente. A tabela 6 mostra essas correlaçÔes do PSI

A grande limitação do PSI é sua complexidade a partir da segunda etapa, na qual muitas variåveis com diferentes pontuaçÔes são mensuradas, tornando-o pouco pråtico e de difícil implementação no dia-a-dia. Por isso, sua maior contribuição é na definição, ainda na primeira etapa, dos pacientes da classe I, que não precisam de investigação complementar e podem ser tratados em regime ambulatorial.


36- Na pråtica, como definir a necessidade de internação de um paciente com pneumonia adquirida na comunidade?


Por ser mais prĂĄtico que o PSI e apresentar rendimento comparĂĄvel, o CURP-65 ou sua versĂŁo simplificada (CRP-65) tĂȘm sido preferidos na avaliação de pacientes que podem ser tratados ambulatorialmente. A Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) sugere uma abordagem interessante, que alĂ©m do CURP-65 (ou CRP-65), inclui a avaliação de possĂ­veis comorbidades descompensadas, a oximetria de pulso e outras condiçÔes que podem inviabilizar o tratamento ambulatorial, como os socioeconĂŽmicos, psicossociais ou impossibilidade de uso da via oral (figura 7 ). Acreditamos ainda que, se a radiografia de tĂłrax apresentar sinais de gravidade, como acometimento de mais de 1 lobo, cavitação ou derrame pleural, o paciente tambĂ©m deva ser internado.


37- Entre os pacientes internados para o tratamento de pneumonia adquirida na comunidade, como identificar os que precisam deunidade de terapia intensiva?


Os principais critérios utilizados para indicação de tratamento em UTI foram os descritos por Ewig, os quais são recomendados pelas diretrizes da SBPT de 2009 (tabela 7).


As diretrizes da ATS/IDSA mantĂȘm a recomendação de internação em UTI dos pacientes que apresentem 1 dos dois critĂ©rios maiores de gravidade descritos por Ewig. Entretanto, em relação aos critĂ©rios menores, ela sugere uma lista maior, recomendando a internação na presença de 3 ou mais deles. Mais do que defendermos mais um escore, listamos estes critĂ©rios para chamarmos a atenção para sinais de gravidade na PAC que merecem ser procurados (tabela 8).


38- Quais sĂŁo os aspectos mais importantes a serem considerados para se estabelecer o tratamento da pneumonia adquirida na comunida de (PAC) em paciente imunocompetente?


O principal aspecto a ser considerado na escolha do esquema do tratamento é a gravidade da apresentação clínica inicial, que é o principal determinante do local de tratamento do paciente: ambulatorial, hospitalar ou em unidade de terapia intensiva. Influenciam também nessa escolha a presença de comorbidades e a presença de condiçÔes de risco para agentes particulares.


39- Qual o melhor esquema para tratar os pacientes que sĂŁo candidatos a terapĂȘutica ambulatorial da pneumonia adquirida na comunidade (PAC)?


A tabela 12 apresenta as recomendaçÔes de duas diretrizes recentes para o tratamento de pacientes adultos com PAC sem necessidade de internação: Infectious Diseases Society of America / American Thoracic Society (IDSA/ ATS, 2007) e Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT, 2009).


‱ Considerar a possibilidade de 1 falha a cada 14 pacientes tratados.

‱ Co-morbidades: insuficiĂȘncia cardĂ­aca, pulmonar, renal, hepĂĄtica, diabetes, etilismo, neoplasias, asplenia, imunossupressĂŁo Os principais representantes das classes de antibiĂłticos citadas na tabela 12 sĂŁo:



‱ Macrolídeos;

‱ Azitromicina;

‱ Claritromicina;

‱ Eritromicina.

‱ Betalactñmicos;

‱ Amoxicilina;

‱ Ampicilina;

‱ Amoxicilina+clavulanato;

‱ Ampicilina+sulbactam;

‱ Cefuroxima;

‱ Cefpodoxima.

‱ Quinolonas respiratórias;

‱ Levofloxacino;

‱ Moxifloxacino;

‱ Gemifloxacino


40- Qual o melhor esquema para tratar os pacientes com pneumonia adquirida na comunidade (PAC) com necessidade de internação, mas não em UTI?


A tabela 13 apresenta as recomendaçÔes de duas diretrizes recentes para o tratamento de pacientes adultos com PAC: Infectious Diseases Society of America / American Thoracic Society (IDSA/ATS, 2007) e Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT,2009).

Os principais representantes das classes de antibiĂłticos citadas na tabela 13 sĂŁo:


‱ Macrolídeos;

‱ Azitromicina.

‱ Betalactñmicos;

‱ Ceftriaxona;

‱ Cefotaxima;

‱ Amoxicilina+clavulanato;

‱ Ampicilina+sulbactam;

‱ Ertapenen.

‱ Quinolonas;

‱ Ciprofloxacino;

‱ Levofloxacino;

‱ Moxifloxacino;

‱ Gemifloxacino.


41- Qual o melhor esquema para tratar o paciente com pneumonia adquirida na comunidade com necessidade de internação em UTI?


A tabela 14 apresenta as recomendaçÔes de duas diretrizes recentes para o tratamento de pacientes adultos com PAC: Infectious Diseases Society of America / American Thoracic Society (IDSA/ATS, 2007) e Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT, 2009).


Os principais representantes das classes de antibiĂłticos citadas na tabela 13 sĂŁo:

‱ Macrolídeos;

‱ Azitromicina.

‱ Betalactñmicos;

‱ Ceftriaxona;

‱ Cefotaxima;

‱ Amoxicilina+clavulanato;

‱ Ampicilina+sulbactam;

‱ Ertapenen.

‱ Betalactñmicos antipseudomonas;

‱ Imipenem;

‱ Meropenem;

‱ Cefepime;

‱ Ceftazidima;

‱ Piperacilina+tazobactan.

‱ Quinolonas;

‱ Ciprofloxacino;

‱ Levofloxacino;

‱ Moxifloxacino;

‱ Gemifloxacino.

‱ Aminoglicosídeos;

‱ Amicacina;

‱ Gentamicina;

‱ Tobramicina.


Veja as doses habituais dos antimicrobianos citados em Como eu prescrevo.


42- Quando devo usar oxigĂȘnio no paciente com pneumonia?


Sendo o oxigĂȘnio um fĂĄrmaco extremamente caro, ele sĂł deveria ser usado com sua necessidade bem caracterizada por meio de oximetria ou gasometria arterial mostrando, respectivamente, SpO2<90 % ou PaO2<60 mmHg.


Se isso nĂŁo for possĂ­vel, devem receber oxigĂȘnio os pacientes com queixa de dispnĂ©ia, com frequĂȘncia respiratĂłria acima 24 irpm e com instabilidade hemodinĂąmica.


Vale ressaltar aqui, novamente, que o oxĂ­metro de pulso Ă© um instrumento portĂĄtil, de custo relativamente baixo e extremamente Ăștil na avaliação diagnĂłstica, prognĂłstica e evolutiva de pacientes com pneumopatias agudas e crĂŽnicas. Pelo menos um oxĂ­metro, pertencente Ă  instituição, deveria estar disponĂ­vel em todas as unidades de pronto atendimento.


43- Qual a duração da antibioticoterapia no tratamento da pneumonia adquirida na comunidade (PAC)?


NĂŁo existe evidĂȘncia suficiente para se dar esta resposta. Acredita-se que de 5 a 10 dias nos quadros menos graves e de 14 a 21 dias nos quadros mais graves.


44- Nos pacientes internados, quando eu mudo do esquema venoso para o oral?


De acordo com a Ășltima diretriz da SBPT (novembro/2004), o paciente deve ter o tratamento mudado para oral se preencher os seguintes critĂ©rios:


1. – evidĂȘncia demelhora clĂ­nica;

2. – deglutição adequada para comprimidos, cápsulas ou líquidos; 3 – sinais vitais estáveis por mais de 24 horas:


‱ temperatura < 38ÂșC;

‱ frequĂȘncia cardĂ­aca < 100 bpm;

‱ frequĂȘncia respiratĂłria < 24 irpm;

‱ pressão arterial sistólica > 90 mmHg.


Deve-se dar preferĂȘncia a continuação oral com a mesma droga ou com drogas da mesma classe. Este esquema Ă© chamado sequencial e estĂĄ sendo adotado em vĂĄrios centros com a finalidade de dar alta precoce do hospital e baratear os custos. Pesquisas recentes tĂȘm mostrado que a alta hospitalar precoce leva ao mesmo grau de sucesso que as internaçÔes prolongadas para recebimento de medicação endovenosa.


45- Quais sĂŁo as causas de fracasso terapĂȘutico?


O fracasso ou falha terapĂȘutica caracteriza-se pela ausĂȘncia de resposta ao tratamento ou piora clĂ­nica/radiolĂłgica em 48 ou 72 horas (fracasso precoce). Enquanto que a ocorrĂȘncia de piora do quadro clĂ­nico apĂłs as 72 horas iniciais de tratamento Ă© considerada falha tardia. As principais causas de fracasso terapĂȘutico sĂŁo:


‱ seleção inadequada da antibioticoterapia: nessa situação o agente infeccioso pode ser resistente ao esquema empregado ou não ser coberto por ele;

‱ infecção por agentes pouco usuais: inclui as micobacterioses, as infecçÔes fĂșngicas endĂȘmicas, a pneumocistose, a nocardiose, a leptospirose, a hantavirose, a psitacose, entre outras;

‱ complicaçÔes: pulmonares (abscesso) ou extrapulmonares (empiema, meningite, artrite, endocardite);

‱ doenças nĂŁo infecciosas: nessa situação uma sĂ©rie de doenças pulmonares nĂŁo infecciosas podem simular pneumonia: embolia pulmonar, vasculites pulmonares, pneumonia de hipersensibilidade, pneumonias eosinofĂ­licas, et


Material produzido em parceria com Pneumo Atual e Medicina Atual, livremente revisado e adaptado de material escrito originalmente por JĂșlio CĂ©sar Abreu de Oliveira e Bruno do Valle Pinheiro para Pneumo Atual.

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