SRAG: o que é, quais os sintomas e como tratar a síndrome respiratória aguda grave
- medicinaatualrevis
- 14 de mai.
- 4 min de leitura

A síndrome respiratória aguda grave, conhecida pela sigla SRAG, é uma condição respiratória potencialmente fatal que pode acometer pessoas de todas as idades, sendo mais comum e perigosa em grupos vulneráveis como idosos, crianças pequenas, gestantes e pacientes com doenças crônicas.
A SRAG ganhou maior visibilidade durante a pandemia de COVID-19, mas é causada por diversos tipos de vírus respiratórios, como o influenza (gripe), o vírus sincicial respiratório (VSR) e o SARS-CoV-2.
Neste artigo do Medicina Atual, você vai entender o que é a SRAG, como ela se diferencia de infecções respiratórias comuns, quais são os sinais de alerta, os exames utilizados no diagnóstico, as estratégias de tratamento e as formas de prevenção.
O que é SRAG?
A SRAG (síndrome respiratória aguda grave) é uma infecção respiratória que causa sintomas intensos nas vias aéreas inferiores, especialmente nos pulmões, levando a dificuldade respiratória importante e necessidade de hospitalização.
A definição técnica, segundo o Ministério da Saúde do Brasil, é a presença de febre (mesmo que referida), tosse, e dificuldade respiratória, associadas a saturação de oxigênio menor que 95%, desconforto respiratório ou infiltrado pulmonar identificado em exame de imagem, com necessidade de internação hospitalar.
Quais são as principais causas de SRAG?
A SRAG pode ser causada por diferentes agentes infecciosos, principalmente vírus, mas também por bactérias ou, em alguns casos, por agentes fúngicos.
Os principais causadores incluem:
Influenza A e B (vírus da gripe);
SARS-CoV-2 (coronavírus causador da COVID-19);
Vírus sincicial respiratório (VSR);
Adenovírus;
Metapneumovírus;
Bactérias como Streptococcus pneumoniae e Haemophilus influenzae.
A infecção pode evoluir rapidamente, sobretudo em pessoas com sistema imunológico fragilizado, sendo uma das principais causas de internação por doenças respiratórias.
Qual é a diferença entre gripe, COVID-19 e SRAG?
Nem toda gripe ou infecção por COVID-19 evolui para SRAG. A maioria das pessoas apresenta formas leves e autolimitadas da doença. No entanto, em casos mais graves, os sintomas se intensificam e atingem os pulmões de maneira crítica, caracterizando um quadro de SRAG.
Comparativo:
Característica | Gripe / COVID-19 Leve | SRAG |
Febre | Presente | Presente |
Tosse | Leve a moderada | Intensa |
Falta de ar | Rara ou leve | Frequente e grave |
Saturação de O₂ | Normal | Abaixo de 95% |
Hospitalização | Não costuma ser necessária | Frequentemente necessária |
Quais são os sintomas da SRAG?
Os sintomas da síndrome respiratória aguda grave geralmente se instalam de forma rápida e intensa, exigindo avaliação médica urgente.
Sintomas mais frequentes:
Febre persistente;
Tosse intensa, seca ou produtiva;
Dificuldade para respirar;
Frequência respiratória aumentada (taquipneia);
Dor ou pressão no peito;
Saturação de oxigênio abaixo de 95%;
Confusão mental ou sonolência em idosos;
Lábios ou unhas azuladas (cianose);
Letargia e recusa alimentar em crianças pequenas.
Na presença desses sinais, o ideal é buscar atendimento médico imediato, pois a SRAG pode evoluir rapidamente para insuficiência respiratória.
Como é feito o diagnóstico da SRAG?
O diagnóstico da SRAG envolve a avaliação clínica dos sintomas, medição da saturação de oxigênio e exames complementares, incluindo:
Gasometria arterial (avalia o oxigênio no sangue);
Raio-X de tórax ou tomografia computadorizada (detectam inflamações pulmonares);
Testes para detecção viral, como RT-PCR para influenza ou SARS-CoV-2;
Exames laboratoriais (hemograma, PCR, função renal).
A partir desses dados, os profissionais de saúde classificam a gravidade do quadro e definem a necessidade de internação em enfermaria ou UTI.
Quem tem maior risco de desenvolver SRAG?
Alguns grupos apresentam maior risco de evoluir para SRAG após uma infecção respiratória viral ou bacteriana:
Idosos, especialmente acima de 60 anos;
Crianças menores de 5 anos, especialmente lactentes;
Gestantes e puérperas;
Pessoas com doenças crônicas (diabetes, hipertensão, doenças pulmonares, cardíacas ou renais);
Pessoas imunossuprimidas (HIV, câncer, uso de imunossupressores);
Obesos mórbidos.
Nesses casos, a vacinação anual contra influenza e COVID-19, além de medidas de proteção, é fundamental.
Como é o tratamento da SRAG?
O tratamento da SRAG varia conforme o agente causador e a gravidade da condição. Em todos os casos, o objetivo é estabilizar a função respiratória, tratar a infecção e prevenir complicações.
Principais condutas:
Oxigenoterapia suplementar;
Ventilação mecânica, se necessário;
Hidratação venosa;
Antibióticos ou antivirais, dependendo da causa;
Medicações para febre e desconforto respiratório;
Monitoramento em ambiente hospitalar ou UTI.
Casos leves podem ser monitorados em ambiente ambulatorial, mas a maioria dos pacientes com SRAG necessita internação imediata.
Como prevenir a SRAG?
A prevenção da SRAG depende de estratégias combinadas, principalmente em períodos de maior circulação de vírus respiratórios, como o outono e inverno.
Medidas preventivas eficazes:
Vacinação anual contra a gripe e COVID-19;
Higienização frequente das mãos;
Uso de máscara em locais fechados ou com aglomeração;
Evitar contato com pessoas doentes;
Manter o esquema vacinal atualizado em crianças e idosos;
Buscar atendimento precoce diante de sintomas respiratórios.
Para os profissionais de saúde, é fundamental notificar casos suspeitos de SRAG para fins de vigilância epidemiológica.

Qual a importância da notificação dos casos de SRAG?
A SRAG é uma doença de notificação compulsória, ou seja, todos os casos suspeitos ou confirmados devem ser informados às autoridades de saúde pública. Essa ação é essencial para:
Monitorar surtos e epidemias;
Distribuir recursos de forma adequada;
Controlar a disseminação de vírus respiratórios;
Identificar novas variantes ou agentes emergentes.
O sistema de vigilância permite que o Ministério da Saúde emita alertas sazonais e campanhas de vacinação específicas para cada período do ano.
Conclusão
A SRAG (síndrome respiratória aguda grave) é uma condição que exige atenção imediata e tratamento especializado. Saber reconhecer os sinais de alerta — como falta de ar, febre persistente e saturação baixa — pode salvar vidas, especialmente em grupos vulneráveis.
Com a vacinação adequada, hábitos de higiene e assistência médica precoce, é possível prevenir a evolução de quadros respiratórios comuns para formas graves, protegendo a saúde da população e reduzindo as taxas de internação.
Se você ou alguém próximo apresentar sinais de dificuldade respiratória, procure atendimento sem demora.
Comments